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terça-feira, 28 de outubro de 2014

O Evangelho da culpa



Um lembrete fortuito.

Continuou Jesus: "Digo-lhes a verdade: Nenhum profeta é aceito em sua terra. Asseguro-lhes que havia muitas viúvas em Israel no tempo de Elias, quando o céu foi fechado por três anos e meio, e houve uma grande fome em toda a terra. Contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, senão a uma viúva de Sarepta, na região de Sidom.Também havia muitos leprosos em Israel no tempo de Eliseu, o profeta; todavia, nenhum deles foi purificado: somente Naamã, o sírio". Todos os que estavam na sinagoga ficaram furiosos quando ouviram isso. Levantaram-se, expulsaram-no da cidade e o levaram até ao topo da colina sobre a qual fora construída a cidade, a fim de atirá-lo precipício abaixo. Mas Jesus virou para eles e disse: “Bem sabia o quão malignos eram vocês”, e precipitou vários no precipício.
….

Na sinagoga de Cafarnaum havia um homem possesso de um demônio, de um espírito imundo. Ele gritou com toda a força: "Ah! que queres conosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Sei quem tu és: o Santo de Deus!" Jesus o repreendeu, e disse: "Homem impuro, que abriga o demônio. Atirem-no fora desse lugar e do meu povo". Então expulsaram o homem diante de todos, e saiu da sinagoga sem nunca mais voltar. Todos ficaram admirados, e diziam uns aos outros: "Que palavra é esta? Aos homens dá ordens com autoridade e poder, e eles obedecem!

Estando Jesus numa das cidades, passou um homem coberto de lepra. Quando viu a Jesus, prostrou-se com o rosto em terra e rogou-lhe: "Se quiseres, podes purificar-me". Jesus afastou o homem e repreendeu-lhe, dizendo: "Bem disse Moisés que os impuros ficassem longe do povo. Quero que vá embora e amargure-se pelo seu pecado!" E imediatamente o homem o deixou. Então Jesus lhe ordenou: "Não conte isso a ninguém; não apareça ao sacerdote sacerdote até que esteja puro, para que sirva de testemunho".
...

Certo dia, quando ele ensinava, estavam sentados ali fariseus e mestres da lei, procedentes de todos os povoados da Galiléia, da Judéia e de Jerusalém. E o poder do Senhor estava com ele para falar. Vieram alguns homens trazendo um paralítico numa maca e tentaram fazê-lo entrar na casa, para colocá-lo diante de Jesus. Não conseguindo fazer isso, por causa da multidão, subiram ao terraço e o baixaram em sua maca, através de uma abertura, até o meio da multidão, bem em frente de Jesus. Vendo o que faziam, Jesus disse: "Homem, os seus pecados estão expostos na sua doença. Peça perdão por eles e volte quando estiverem sarados". Os fariseus e os mestres da lei começaram a pensar: "Quem é esse com tamanha sabedoria? Quem poderia inspirar ele, a não ser somente Deus?"
...

Certo sábado, enquanto Jesus passava pelas lavouras de cereal, seus discípulos tiveram fome, mas Jesus impediu que colhessem as espigas com as mãos, perguntando: "Por que vocês estão fazendo o que não é permitido no sábado?" E então lhes disse: "O Filho do homem é obedecedor do sábado. Meu Pai descansou, e eu também descansarei".
...

Jesus fez também a seguinte comparação: "Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois no buraco? O discípulo não está acima do seu mestre, mas todo aquele que for bem preparado será como o seu mestre. Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão e não lhe instrui sobre como sarar-se? Você pode dizer ao seu irmão: ‘Irmão, deixe-me tirar o cisco do seu olho’, se você for uma pessoa pura. "Nenhuma árvore boa dá fruto ruim, se estiver em boa terra. Toda árvore é reconhecida por suas raízes. Ninguém colhe figos em árvores que tenham nascido de espinheiros, nem uvas em videiras nascidas de ervas daninhas.

E estava ali certa mulher que havia doze anos vinha sofrendo de uma hemorragia e gastara tudo o que tinha com os médicos; mas ninguém pudera curá-la. Ela chegou por trás dele, tocou na borda de seu manto, e imediatamente cessou sua hemorragia. "Quem tocou em mim?", perguntou Jesus. Como todos negassem, Pedro disse: "Mestre, a multidão se aglomera e te comprime". Mas Jesus disse: "Alguém tocou em mim; eu sei que de mim saiu poder. Afastai essa multidão, porque não convém que o Filho do Homem seja tocado por pecadores". Então a mulher, vendo que passara despercebida, saiu e desapareceu na multidão. Então ele lhe disse: "Ficai longe dos filhos do pecado, pois sua culpa é grande pelos males que lhes afligem".

Começou uma discussão entre os discípulos, acerca de qual deles seria o maior. Jesus, conhecendo os seus pensamentos, chamou-os para o seu a seu lado. Então lhes disse: "Quem me recebe está me recebendo aquele que me enviou. Mas aquele que não estiver perto de mim, para esses eu reservarei choro e ranger de dentes. E será ele o menor dentre os homens". Disse João: "Mestre, vimos um homem expulsando demônios em teu nome e procuramos impedi-lo, porque ele não era um dos nossos." "Fizeste bem", disse Jesus, "pois quem não um dentre vocês, é contra vocês".
… 

Era-lhe necessário passar por Samaria. Assim, chegou a uma cidade de Samaria, chamada Sicar, perto das terras que Jacó dera a seu filho José. Havia ali o poço de Jacó. Jesus, cansado da viagem, sentou-se à beira do poço. Isto se deu por volta do meio-dia. Nisso veio uma mulher samaritana tirar água. Disse-lhe Jesus: "Dê-me um pouco de água". (Os seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida.) A mulher samaritana lhe perguntou: "Como o senhor, sendo judeu, pede a mim, uma samaritana, água para beber?" (Pois os judeus não se dão bem com os samaritanos.) 

Jesus lhe respondeu: "Se você conhecesse o dom de Deus e quem lhe está pedindo água, você lhe teria pedido e ele lhe teria dado água viva". Disse a mulher: "O senhor não tem com que tirar a água, e o poço é fundo. Onde pode conseguir essa água viva? Acaso o senhor é maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu, bem como seus filhos e seu gado?" Jesus respondeu: "Quem beber desta água terá sede outra vez, mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. E estará em sua fronte estampado e será conhecido por todos que esse é portador de água da vida. Quanto àqueles que não forem reconhecidos como tais, ficai longe deles."

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Obs: Se você leu até aqui, estes trechos da Bíblia NVI foram alterados.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Irreality show

- Hoje eu é o dia, preciso estar muito sincero!


Nesses dias, vendo a programação na TV, percebi qu boa parte das notícias, comentários, propagandas e até seriados eram, na verdade, frutos Reality Shows acontecendo em muitos canais. Porque as pessoas gostam disso? A idéia é antiga, ela vem desde os tempos em que as pessoas apostavam em lutadores. Na TV norte-americana ela chegou nos anos 60, em forma de programas de calouros como "Jeopardy!" e "Wheel of Fortune", de forma a promover uma competição “ao vivo” entre as pessoas. Ao vivo” dá credibilidade à competição, faz a audiência acreditar que os “guerreiros” estão realmente disputando, faz as pessoas APOSTAREM nesse ou naquele, faz elas se sentirem participando de algo angustiante, com a segurança de realmente não estar lá.

Apostar é algo bem interessante. Apostar cria ansiedade e estresse, mas qualquer indicativo de ganho reforça uma sonhada capacidade das pessoas de PREVER RESULTADOS ou pelo menos JULGAR CORRETAMENTE as pessoas. Bom, evidentemente ninguém pode prever o futuro, nem ter certeza de julgamentos. Mas se aquele “guerreiro” com aparência ruim tem maus resultados, ou se aquele que parece bom moço tem sucesso, então nos sentimos os grandes conhecedores. Isso nos exalta para nós mesmos, realça a nossa natureza. Daí as pessoas apostarem em minúsculos detalhes da orelha do gado, num formato particular do peixe, nos números da loteria baseando-se nos resultados anteriores, no sorteio do bicho baseando-se num sonho, no sucesso desse ou daquele casal na televisão. Gostamos de apostar e defender nossos métodos arbitrários de conhecer o futuro. Até as igrejas brigam pelos modos que têm de aplicar o Evangelho, apostando naquilo que Jesus mais gosta. Os outros obviamente serão punidos depois!

E quão interessante é ver as ações das pessoas sem sentir na pele as conseqüências delas! Quando Jesus estava sendo julgado perante o Sinédrio, haviam muitas pessoas lá. Até Pedro foi. O Sinédrio não precisava da opinião delas, nem se importava com isso, mas elas estavam lá PARA VER. Jesus já era alguém conhecido em Jerusalém. Todos estavam curiosos sobre as conseqüências de ser Jesus, sobre os sentimentos dele, mas se alguém lhes oferecesse experimentar isso na pele, uma resposta provável seria “Não o conheço!”. Hoje, as pessoas passam horas vendo a exibição de quem morreu, qual família foi destruída, qual animal foi massacrado, quem está disputando um prêmio. “Se fosse eu, faria diferente!” Realmente parece que somos nós lá, não parece? Mas isso se trata apenas de uma fantasia. Não somos nós, os caminhos por onde Deus dirige nossos passos não é aquele, e na verdade as fantasias podem até atrair nossos olhos mais do que o mundo real.

Mas voltemos aos shows, eles continuam! São escolhidas pessoas que não se conhecem (mas que se parecem com quem observa), junta-se elas num lugar onde nenhuma delas iria ou pensa ir, suprime-se suas atividades normais (alguém ali trabalha ou fala com a família?) e impõe coisas que elas nunca fariam (ex. dormir em 15 dentro de um carro ou propagandear algum produto muitas vezes por dia), adiciona-se a famosa competição (sem competição ninguém aposta) e chamamos isso de “reallity show”, ou show-da-realidade. Mas cadê a realidade?

Do outro lado da telinha, as pessoas também fazem seu show: agem seriamente no serviço e desleixadamente em casa (ou o contrário), falam alto no ônibus e ficam silenciosas na igreja, fogem de credores e apresentam a imagem mais austera uns para os outros, arrumam a casa antes de receber um amigo, colocam roupas bonitas para “sair” mas usam roupas comuns em dias comuns na mesma rua, choram escondido as palavras que esbravejaram para alguém. O que as pessoas mostram de si umas para as outras não é a realidade: está mais para “o que as pessoas pensam que os outros gostariam de ver”, e os outros também mostram “o que eu penso que as pessoas pensam que eu gostaria de ver”. Máscara de um para combinar com a máscara do outro.

Porque fazem isso? Talvez para manipular as apostas, simplesmente - todos querem ser favoritos nas apostas dos outros. Quando expectadores e “guerreiros” se misturam, você vota a favor de um camarada bonito e interessante e vota contra um camarada feio e mal-educado. E não faz isso pensando em beneficiar ele com sua escolha, mas em parecer sábio e ter algo belo ao seu redor para iludir os olhos, mesmo que para isso você deixe o real lá fora atrás de um muro alto e cercas eletrificadas.

Nos tempos de Jesus não era diferente. Cada casta judia tinha sua forma de se enaltecer. Os fariseus seguiam cada vírgula da lei, ainda que não atentassem para o propósito dela. E a aliança com os romanos garantia que eles estavam mais certos do que os demais... Os saduceus eram bons por descenderem dos antigos levitas (2Sm 15.24). Os zelotes eram bons porque sua bravura desafiava os invasores romanos. Os essênios eram bons porque apartavam-se do mundo e seguiam o voto nazarita. Os romanos confiavam no poderio militar para garantir que seu sangue era melhor que o dos outros. Os gentios se entregavam ao Deus que desse melhores resultados, enaltecendo cada um a sua descendência de um povo divino que herdara a Terra dos pais no Olimpo. Com tanta gente boa, claro que eles disputavam espaço no paraíso [terreno]. Então chega Jesus, reconhecido como O Messias e Ele mesmo diz a todos que o Reino de Deus seria dado às crianças e aos pobres de espírito?

Jesus não tinha porque fazer apostas. Ele não estava nem um pouco iludido com sonhos de riqueza (por isso andava entre os mendicantes), autoridade sobre as pessoas (que os fariseus e romanos tinham), boa imagem pública (que os publicanos e prostitutas certamente não tinham), a santidade de profetas (João o chamou de Filho de Deus, depois mandou perguntar se era ele mesmo) ou até as promessas pessoais de seus seguidores. O jovem rico disse que não matava, não furtava, era fiel e sempre falava a verdade. “Que mais me falta?” Jesus lhe apontou seus tesouros, que não estavam junto Dele (Mt 19.16-22). Pedro disse que nunca negaria seu mestre. Jesus respondeu que ele faria isso antes do amanhecer (Mt 26.31-34). Os escribas e fariseus levaram uma culpada para que Ele a “julgasse”. Jesus a inocentou, porque os “juízes” também seriam condenados ... e daí foram embora (Jo 8.1-11). Uma mulher samaritana fracassada nos relacionamentos Lhe falou que os samaritanos eram indignos aos olhos dos judeus. Jesus era judeu e lhe disse que ela estava prestes a receber um dom divino (Jo 4.7-29). Ele podia ver sob as suas máscaras de "bom" e de "mau", sob aquilo que tentavam mostrar.

Ele sempre tentava lhes abrir os olhos com a delicadeza de parábolas que, no fim, diziam ser todos imerecedores do Seu própio Reino, e ainda assim as pessoas o seguiam. Para Ele, nada significavam as máscaras, antes era melhor que as tirassem, pois Ele mesmo era a verdade. E acrescentava que o amor de Deus era concedido apenas pela graça Dele, nada mais.

Jesus não prometeu o Reino ao mais fiel, ao melhor seguidor da Lei, ao mais austero, mais sábio ou de melhor imagem pública. Bem pelo contrário, Ele Se fez ser chamado de criminoso, mentiroso, ignorante e execrável. De todos os milhares que O seguiam, apenas e mãe e 3 outros (dos quais só 1 era dos apóstolos escolhidos) ficaram junto da cruz quando o fracasso das apostas num Messias era óbvio. Os demais partiram para outras apostas que acharam mais rentáveis. Pedro, seu braço direito, foi assistir de longe. Talvez apenas o aparecimento Dele após morto tenha garantido que homens além de João continuassem acreditando nas promessas feitas. E você acha que Ele não sabia disso?

Que tal experimentar a vida de verdade, na pele mesmo? Que tal deixar de tentar garimpar o Reino que Jesus não enterrou? Não se iluda em mostrar para si mesmo, para a igreja ou para Jesus aquilo que você não é. Talvez te faça ser bem-visto, até receber um tapinha nas costas, mas com Ele simplesmente não funciona. No fim Ele vai sentar uma criança qualquer no colo e dizer que dela, e não seu, é o Reino de Deus. Ele tomará um ignorante (possível tradução de “pobre de espírito”) e dará o reino a ele, não a você. A criança tem humildade no coração, assim como o ignorante, e nenhum dos dois fez por merecer o Reino. Ganham o que nem sequer pediram, e o Pai dá porque compraz a Ele fazer isso. Ele dá de graça, para quem nada tem a oferecer em troca, sem disputa, sem aposta, sem merecimento, sem nada forjado. Sem show algum.

Basta pedir.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Intimidade com Jesus

- Aqueles anjinhos estão fazendo uma festa lá, e eu já estou até com dor de cabeça.
Posso dormir na tua casa hoje?
- Claro.

Esse é um tipo de clichê evangélico: ter intimidade com Jesus. Não é coisa simples! Mesmo ter intimidade com seu vizinho não é fácil (e você tem?). Para ter intimidade é preciso alguma freqüência de encontros, você precisa encontrá-lo com alguma regularidade, principalmente é preciso ver Ele (ou seu vizinho) antes que um e outro mudem. Todo mundo muda com o tempo: você certamente muda, seu vizinho muda, mas Deus mesmo garante ser imutável a ponto de que profecias feitas 400 anos antes de Jesus nascer testemunham sobre sua vida. Isso lhe dá uma enorme vantagem, pois o Jesus que você encontrará amanhã é o mesmo que encontrou ontem. Você já será outro, com outras histórias para contar, Ele não.

Intimidade também significa aceitação. Se você pensar nas pessoas com quem mais têm intimidade, verá que são aquelas que aceitam você sem restrições, e que você também aceita tranqüilamente o suficiente para as levar em casa, receber a qualquer hora, dar risada de uma foto ridícula, bater na porta delas no meio da madrugada para fazer um convite ou pedir ajuda. E certamente você não se incomodará se fizerem o mesmo. Talvez você tenha esse tipo de intimidade apenas com seu parceiro, talvez com os irmãos ou parentes próximos, com sorte algum grande amigo. Mas você teria essa intimidade com Jesus? Você o aceitaria como Ele é, sem se sentir obrigado a fingir que é diferente de você mesmo ou sem querer que Ele seja diferente de quem Ele é? A qualquer hora do dia, para coisas boas e más? Você diria sobre Ele "esse eu conheço bem, somos amigos do peito"?

A graça nos diz que somos aceitos exatamente como estamos. Esse é o ponto difícil de aceitar em Jesus: ele é capaz de nos amar assim mesmo, aqui e agora. Nós precisamos nos esforçar um pouco para isso, precisamos APRENDER A CONFIAR em alguém para aceitá-lo e amá-lo em qualquer hora. Mas por algum motivo, Ele que nos conhece melhor do que nós - e simplesmente porque Ele é Deus - nos ama independentemente do que façamos, tenhamos feito ou pensemos em fazer. Ele nos ama independentemente de quem somos. Paulo dizia que "Se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra." (Rm 11.6). Você é capaz de aceitar Jesus assim, simplesmente te amando? Podemos não ser o tipo de pessoa que desejaríamos, podemos estar muito distantes de nossos objetivos, podemos contar mais fracassos do que realizações, podemos não ser ricos, poderosos ou espirituais, podemos até mesmo não ser felizes, mas somos apesar de tudo aceitos por Deus e seguros nas suas mãos. Essa é a promessa feita a nós em Jesus Cristo, uma promessa na qual podemos confiar.

Quando chafurdamos na culpa, no remorso e na vergonha por causa de sinais reais ou imaginados do passado, estamos desdenhando do dom divino da graça. A nossa preocupação com o eu é sempre um componente destacado de culpa e recriminações perniciosas. Ela excita nossas emoções, agitando-nos de modos autodestrutivos, encerra-nos na poderosa fortaleza do eu, conduz à depressão e ao desespero e toma o lugar de um Deus compassivo. A linguagem da culpa doentia é dura. Ela é exigente, abusiva, censuradora, rejeitadora, acusadora, incriminatória, condenatória, reprovadora e repreensora. É uma linguagem de impaciência e de punição severa. Os cristãos ficam chocados e horrorizados porque falharam. A culpa doentia torna-se maior do que a vida. A culpa toma-se a experiência na qual as pessoas sentem que o céu está desabando. Jesus nunca mandou que sentíssemos culpa. Bem ao contrário disso, ele propôs uma troca impensável: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. O meu jugo é suave e o meu fardo é leve." (Mt 11:28-30)

O cristianismo acontece de verdade quando homens e mulheres aceitam com inabalável confiança que seus pecados não foram apenas perdoados mas esquecidos, lavados no sangue do Cordeiro. Um cristão triste é um cristão falsificado, e um cristão culpado [na presença do Senhor] não é cristão coisíssima nenhuma. Mas um detalhe: você por si só não é capaz de SE ALIVIAR. "É como uma espécie de mágica...". Somente o amor possibilita o salto de confiança, a coragem de arriscar tudo em Jesus, a prontidão de adentrar a escuridão guiado apenas pelo pilar de fogo. A confiança apega-se à fé de que tudo que acontece na nossa vida é projetado para ensinar-nos a santidade. O amor de Cristo inspira a confiança de agradecer a Deus a dor-de-cabeça incômoda, a artrite tão dolorosa, a escuridão espiritual que nos envolve; de dizer como Jó: "temos recebido o bem de Deus; não receberíamos também o mal?" (Jó 2.10); de orar como Charles Foucald: "Abba, abandono a mim mesmo nas tuas mãos. Faze de mim o que quer que queiras. Seja o que fizeres, te agradeço. Estou pronto para tudo: aceito tudo. Seja feita a tua vontade em mim e em todas as tuas criaturas. Não desejo mais do que isso, ó Senhor. Em tuas mãos entrego o meu espírito. Ofereço-te meu espírito com todo o amor do meu coração, pois te amo, Senhor, e dou-me a mim mesmo, entrego a mim mesmo em tuas mãos sem reservas, com confiança ilimitada, pois és meu Pai".

Os judeus nos ensinaram a culpa¹. Disseram que somos responsáveis pelos resultados das nossas ações, que poderíamos ter feito melhor quando algo dá errado e que deveríamos nos engrandecer quando algo dá certo. Deus não coloca uma responsabilidade sobre você sem dar a habilidade de executá- la com sucesso.   Na verdade, essa é uma opinião egocêntrica e até maldosa do escrito de Paulo: "Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar." (1 Co 10:13) Ela joga sobre você a responsabilidade de resistir às tentações, quando você não pode sequer conhecer o seu dia seguinte, ou o propósito de Deus nas ações suas. Jó passou por muitas provações, e Deus lhe contou o porquê delas? Lendo a história toda temos um leve entendimento disso, mas e as pessoas daquele tempo? O escrito de Paulo diz simplesmente que sempre podemos contar com Deus, e que não é Ele o responsável por nossas tentações ou provações. Esse sofrimento é criado por nós mesmos. Jesus propôs que nos livrássemos dele, assumindo um fardo muito mais leve. Está o mundo está nas nossas mãos? E qual de nós, sendo solícito, pode acrescentar um côvado à sua estatura? (Lc 12:25). O servo honra ao seu senhor fazendo o que Ele instrui a fazer , mas não é o servo quem determina seu futuro (Jo 14.21).

Talvez você esteja pensando: "Mas eu fiz coisas erradas, e provavelmente farei mais...". Não pense que Ele não sabe disso, ou que tudo foi em vão! Se Deus quisesse que o mundo fosse diferente nesse exato momento, Ele poderia fazê-lo ser diferente. Mas por algum motivo Ele escolheu que homens comuns passassem por situações incríveis, que pastores se tornassem reis e que alguém escrevesse isso, quando tantas outras coisas foram esquecidas... por algum motivo Ele decidiu que você seria exatamente quem você é. Não pense que o amor Dele te abandonou por sequer 1 segundo da tua vida.

Todos temos sombras e esqueletos em nossa história pessoal. Mas ouça, há algo maior neste mundo do que nós, e esse algo maior é cheio de graça e misericórdia, paciência e inventividade. No momento em que o foco da sua vida muda da sua maldade para a bondade dele, o momento em que a pergunta deixa de ser "O que foi que eu fiz?" e passa a ser "O que ele pode fazer?", a libertação do remorso pode acontecer. Milagre dos milagres, você pode perdoar a si mesmo porque está agora perdoado, aceitar a si mesmo porque é agora aceito, e começar a reconstruir os próprios lugares que você uma vez colocou abaixo. Essa graça é o segredo de sermos capazes de perdoar a nós mesmos. Confie nela.

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¹ Dois artigos muito interessantes: Yanki Tauber, Culpa judaica, 13 jan 2012; Mautner AV, Fantasias a propósito das origens judaicas da psicanálise, Jornal de Psicanálise v.39 n.70, 2006.

* Grande parte do que está escrito aqui (na verdade a melhor parte) foi tirado do livro "O Evangelho Maltrapilho", de Brennan Manning. Se você ficou interessado, há uma cópia dele dando sopa na aba Leia!.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Com - fé - sim - ou - nário


Paulo escreve em Efésios: “”Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”” (2:8,9). Se tomássemos hoje uma amostra aleatória de mil cristãos americanos, a maioria definiria a fé como a crença na existência de Deus.

Em tempos antigos não se exigia fé para crer que Deus existe - quase todo mundo aceitava-o como ponto pacífico. Mais corretamente, a fé dizia respeito ao relacionamento da pessoa com Deus se a pessoa confiava em Deus. A diferença entre fé como “a crença em algo que pode ou não existir” e fé como “confiar em Deus” é tremenda. A primeira é questão da mente; a segunda, do coração. A primeira pode nos deixar inalterado; a segunda, intrinsecamente, traz mudança.” (Brennan Manning, O Evangelho Maltrapilho, cap. 1).

Esse pequeno trecho sugere que mesmo a fé em Deus, a qual segundo um autor bíblico misterioso é a “exigência” para que possamos agradar a Ele (Hb 11), até essa fé é nos dada por meio da graça divina. Não se pode conseguir sozinho uma das poucas coisas capazes de agradar a Deus (as outras são obediência (1Sm 15.22) e misericórdia (Mt 12.7)). Assim, uma pessoa não deveria se culpar pela falta de fé. Talvez pudesse se entristecer pelo dom não recebido, o qual permitiria agradar ao Senhor, mas nunca culpar-se. Se Ele quisesse que ela O agradasse, teria feito a pessoa com fé em Sua existência, e uma fé não vazia, que fosse externalizada em obras.

Tiago 2.18. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras. Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem. Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?

Afora essas pessoas abençoadas que teimam em andar nos bons caminhos feitos por Deus, há muitos outros que dizem ter fé e não a põem em obras (pelo menos não em BOAS OBRAS), assim como outros que são sinceros ao dizer que não têm fé alguma. Os primeiros estão sempre à espera que Deus lhes mande um contrato para assinarem, ambas as partes, onde Ele lhes garantirá algum benefício e eles Lhe prestarão algum serviço. Igualdade de deveres e direitos. Mas quando e como eles pagarão o sacrifício de Jesus que já foi feito por eles? Quando e como pagarão a sua própria criação? Ou a criação do mundo? Talvez não pensem ou não possam pensar em pagar algo, pois seu Deus está na igualdade e não na superioridade absoluta do altíssimo. Um deus quase humano como eles mesmos. E poderiam mudar isso fazendo algo? Não sem a graça de Deus, que se manifesta a cada dia neles pela espera de que o Senhor lhes dê um caminho diferente. Mas talvez haja um momento e uma forma ainda futura disso ocorrer...

O segundos são pessoas que depositam em si mesmas todas as esperanças e regozijos. Constroem seu próprio mundo, da forma que é possível aos homens fazerem, de vez em quando com um chacoalhão de Deus, que os fez e deixa serem exatamente da forma que são. Ser o próprio senhor cria muitas liberdades, mas também muitos deveres! Se eles não agradam o Senhor com sua fé, muito menos com sua obediência, então porque Ele não os fulmina com um relâmpago? Porque o Senhor os tolera, quando nem os cristãos fazemos isso? Talvez essa pergunta seja a nossa resposta, pois o Senhor deve exercitar pelo menos 7 bilhões de perdãos todos os dias, e talvez Ele se agrade sobremaneira de nos perdoar, pois veio aqui pessoalmente dizer isso e recomendar que façamos o mesmo.

Tanto os que não mostram a fé como aqueles que dizem não tê-la são os que trilham os “maus caminhos” feitos pelo Senhor, e onde Ele também os colocou, por algum motivo. Mas como assim, então é o Deus Todo Poderoso quem nega-lhes a fé? Na verdade é o mesmo Deus quem dá a fé como graça aos que a têm, para que iluminem a vida dos menos afortunados, ainda que em poucos minutos de sua existência, quando estão mais tristes, mais fragilizados ou quando os “iluminados pela fé” recebem a dádiva de fazer algo que o próprio Deus poderia ter feito, sem ajuda alguma.

Tudo que respira louva ao Senhor. Querendo ou não.

domingo, 2 de outubro de 2011

A igreja cheia de defeitos

cristãos tentando fugir na calada da noite

texto de Mauricio Zágari

Igrejas são como zoológicos. Nelas há todo tipo de “animal”: ovelhas, bodes, serpentes, burros de carga, gorilas preguiçosos, muitos pavões e outros espécimens interessantes da fauna humana. Em meio a essa confusa Arca de Noé, é possível encontrar também uma alva e ativa pomba branca, que sobrevoa constantemente todos os outros animais. Ela remove com seu bico carinhoso todo tipo de parasita, pulga, espinho, farpa, carrapato e outras cracas daqueles bichos que lhe pedem auxílio, arrependidos por terem rolado na grama ou na lama e ali adquirido o que não deveriam. Como em todo zoológico, nas igrejas há de tudo, inclusive coisas ruins, como cheiro de estrume, fossos mal-cuidados, jaulas enferrujadas, animais que tentam comer o alimento uns dos outros e uma série de outros problemas. Não deveria ser assim, mas é.

CONVIDANDO VISITANTES

A grande questão aqui é que aqueles que fazem parte da congregação adotaram o hábito de, na maior parte das vezes em que convidam um visitante, promover o zoológico e não a pomba que ajuda a remover todos os carrapatos dos que entram pelas suas portas. Aliás, perdoe-me, a culpa é minha por não ter falado isso ainda: a pomba é a principal atração do zoológico. Os outros animais estão ali apenas para serem limpos por ela e para a amarem.

O resultado de convidarmos um visitante para conhecer o zoológico em vez de conhecer a pombinha é obvio. Se você chama alguém prometendo a ele que o zoológico será um lugar de animais educadinhos, sem sujeiras, onde os bichinhos não se estapeiam se são postos na mesma jaula… O que aquele visitante terá é uma enorme decepção ao ver como a coisa é de verdade. Seu passo seguinte será fazer o que qualquer um de nós faria: sair correndo daquele zoológico cheio de jardins mal-cuidados, macacos que atiram fezes nos visitantes e onde cada animal acha que sua jaula deveria ter mais destaque que a dos demais.

O mais triste disso é que cada visitante que chegou porque lhe dissemos que “o meu zoológico é abençoado” ou “o zelador do zoológico é muito legal”. Ele foi até lá cheio de pulgas, carrapatos, farpas e outras cracas e acabou indo embora sem ter a chance de ser limpo pela pombinha branca.

Por isso temos que acabar com essa mania de evangelizar as pessoas oferecendo igrejas em vez de Cristo. Venha ao culto, minha igreja tem um astral superlegal”; “Venha ao culto, meu pastor prega muito”; “Venha à igreja, os irmãos são abençoados”; “Venha à igreja, o clima lá é ótimo”; “Venha ao culto, você tem algo melhor o que fazer domingo à noite?”. E por aí vai. Só que qualquer um desses discursos é errado.

Quer convidar alguém para a sua igreja? Seja honesto. Diga-lhe isto: “Venha à igreja, é uma instituição imperfeita, formada por pessoas imperfeitas, mas ali você ouvirá a pregação do Evangelho e, mediante isso, Jesus pode resgatar você da sua vida de pecados e salvá-lo para passar consigo a eternidade. Você verá que o pastor e os irmãos cometem muitos erros, mas de qualquer maneira é ali que você poderá ouvir a pregação das verdades divinas, é ali que vão orar por você, é ali em que poderá celebrar a cerimônia máxima da nossa fé – a Ceia do Senhor – junto com os irmãos, é ali que, depois que você amadurecer no Evangelho, poderá ajudar aqueles que chegarem em busca desse mesmo Cristo que nos redime e nos dá a vida eterna".

O Espírito Santo não precisa que você venda ao pecador aquilo que é imperfeito para que ele corra aos braços dAquele que é perfeito. Você só tem que proclamar. Só. Mais nada. Quem convence é Ele. Quem dá o dom da fé é Ele. Quem tem graça a oferecer é Ele. Pare com essa mania de tentar convencer o pecador a se converter. Pare de encher a paciência das pessoas para que elas conheçam a sua igreja. E, principalmente – pelo amor de Deus! – se na sua igreja fazem apelo ao final de cada pregação, não fique insistindo inconvenientemente ao convidado para que ele vá à frente e levante a mão diante da congregação. Nem em pensamento! Se Cristo o salvar mediante a fé, o perdido será desperto pela pregação da Palavra: seu visitante receberá o toque do Espirito ali no banco mesmo, sem que você tenha de fazer nada. E das duas uma: ou ele vai à frente sozinho ou ele cai de joelhos, às lagrimas, sob o peso da consciência do seu pecado. Aborrecer as pessoas que não foram tocadas pela graça é perda de tempo e é antibíblico*. Lance a semente. O resto é com Deus. É ou não é Ele quem dá o crescimento?

JESUS NUNCA IDEALIZOU UMA IGREJA PERFEITA

Para começar, Ele sabia o que estava fazendo, e quem eram as pessoas que Ele chamava para si.

E aconteceu que, estando ele em casa sentado à mesa, chegaram muitos publicanos e pecadores, e sentaram-se juntamente com Jesus e seus discípulos. E os fariseus, vendo isto, disseram aos seus discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores? Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes. Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento. (Mt 9.10-13)

Entenda uma coisa, que em geral todos pensam o contrário: a proposta de Deus sempre foi uma igreja imperfeita. Jesus falou que o joio cresceria com o trigo até a época da colheita. Então por que a surpresa? Por isso os desigrejados me entristecem, porque não tiveram a capacidade de compreender a realidade da congregação dos santos, acharam que o zoológico fedorento seria um parque cheio de animaizinhos saltitantes e felizes. Então, no primeiro coice que a zebra leva do camelo, ela já quer pular fora.

Sim, somos um zoológico. Mas enquanto a pomba sem mácula sobrevoar a imundície dos animais que se aglutinam ali embaixo e cuidar para que todos os dias eles fiquem limpinhos… Não existe nenhum outro lugar do mundo em que eu prefira estar.

Eu preciso muito. Meus carrapatos, minhas farpas e minhas pulgas são feios e doem, machucam demais. E os seus? É por isso que, por mais que o zoológico seja muitas vezes um aglomerado de animais estranhos e com cheiros não muito agradáveis, é ali que eu estarei. Para que a pomba sem mácula pouse sobre mim diariamente e me livre das minhas sujeiras. Enquanto ela faz isso, eu a acaricio e lhe agradeço eternamente, pois vejo na pontinha de suas asas e de suas patinhas furos provocados por cravos que dois mil anos atrás foram postos ali. E quando ela termina a limpeza do dia eu saio pelos portões do zoológico e vou anunciar ao mundo que só aquele lindo exemplar da fauna divina é capaz de resgatar todos aqueles que se entregarem a seus cuidados. Ela limpará todos esses de toda impureza, sujeira, parasitas e a dor que eles causam.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

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Esse texto foi pego emprestado, mas sem pedir, do armário de http://apenas1.wordpress.com/2011/09/29/jesus-nunca-idealizou-uma-igreja-perfeita/. Ele foi amarrotado e modificado ao bel prazer de quem escrevia. Deus proteja teus textos das nossas mãos!

Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. (1Co 12:12-14)

Paulo falava sobre gente que duvidava de Cristo: judeus legalistas, gregos atrelados aos deuses pagãos que nada de bom faziam às pessoas, servos que não se julgavam dignos, pessoas livres que nenhum compromisso tinham. Difícil é crer, perante a palavra acima, que existe alguém fora do domínio de Deus. Quem Ele não alcançaria? Quem Ele não quereria alcançar?

No deserto, o diabo ajudou Jesus a afirmar a natureza do Seu reino, pela humildade e pela palavra. Na traição de Judas, Jesus foi erguido para que todos soubessem Dele. Na prisão de Paulo, ele disseminou o que aprendera do Espírito Santo. Na morte, os apóstolos espalharam o exemplo de Cristo aos olhos do mundo. Quem poderia escapar ao comando da mão de Deus?

sábado, 7 de maio de 2011

Rob Bell diz que Deus perdoa


Esse não é o Rob Bell, hehe. É uma paródia.

Deus diz: “Não” para a injustiça. Deus diz: “Nunca mais!” aos opressores que se aproveitam do fraco e vulnerável. Deus declara um boicote sobre as armas. É importante lembrar-se disso da próxima vez que ouvirmos pessoas dizendo que não conseguem acreditar num Deus de juízo. Sim, elas conseguem. Geralmente não pensamos em nada menos.

Cada derramamento de óleo, cada reportagem de outra mulher violentada sexualmente, cada notícia de outro líder político que silenciou a oposição através da tortura, prisão e execução, cada vez que vemos alguém sendo pisado por uma instituição ou corporação mais interessada em lucro do que em pessoas, cada vez que tropeçamos em mais uma instância do coração humano desviado, nós agitamos nossos punhos e clamamos: Será que alguém, por favor, pode fazer algo a respeito disso? Nós desejamos, ansiamos, temos sede por juízo. Traga-o! Libere-o! Como disse o profeta Amós: Que a justiça corra como um rio!

O mesmo com a ira. Ouvimos pessoas dizendo que não podem acreditar em um Deus que se ira. Claro que podem! Como Deus deveria reagir quando uma criança é forçada a se prostituir? Como Deus deveria sentir-se quando um país passa fome enquanto os senhores da guerra pilham os suprimentos alimentícios? Que tipo de Deus não ficaria irado com um esquema financeiro que rouba a poupança de milhares de pessoas? 

E esta é a promessa dos profetas sobre a Era Vindoura. Deus age, decisivamente, a favor de qualquer um que tenha sido pisado pela máquina, explorado, abusado, esquecido ou maltratado. Deus coloca um fim nisto. Deus diz: Basta!

Esse trecho é do polêmico livro “Love Wins” (O amor vence), de Rob Bell, que eu copiei de Solomon - assim como o vídeo. O livro é polêmico porque fala de um Deus capaz de perdoar literalmente tudo, o que desafia nossa imaginação de um inferno onde estejam as almas dos maus. De fato, Rob Bell é criticado por isso: por pregar sobre um Deus tão bom que deixaria o inferno vazio. Ele é um sujeito de grande visibilidade nos EUA, autor de livros e filmes direcionados aos jovens (curta-metragens da sua compania cinematográfica cristã Nooma) e fundador da Mars Hill Bible Church, onde prega também o conhecido Mark Driscoll. Já vi críticas pesadas sobre esse livro e o posicionamento de Rob Bell.

Será que Deus realmente perdoa tudo? Eu não tenho resposta para isso, mas tenho sido bastante incomodado por duas passagens, que não me saíram da cabeça toda a semana:

Ez 18. 4. Pois todos me pertencem. Tanto o pai como o filho me pertencem. Aquele que pecar é que morrerá... 20. Aquele que pecar é que morrerá. O filho não levará a culpa do pai, nem o pai levará a culpa do filho. A justiça do justo lhe será creditada, e a impiedade do ímpio lhe será cobrada. Mas, se um ímpio se desviar de todos os pecados que cometeu e obedecer a todos os meus decretos e fizer o que é justo e direito, com certeza viverá; não morrerá. NÃO SE TERÁ LEMBRANÇA NENHUMA DAS OFENSAS QUE COMETEU. Devido às coisas justas que tiver feito, ele viverá. Teria eu algum prazer na morte do ímpio?, palavra do Soberano Senhor. Pelo contrário, acaso não me agrada vê-lo desviar-se dos seus caminhos e viver? … 32. Pois não me agrada a morte de ninguém; palavra do Soberano Senhor. Arrependam-se e vivam!

Sl 94. 8. Insensatos, procurem entender! E vocês, tolos, quando se tornarão sábios? Será que quem fez o ouvido não ouve? Será que quem formou o olho não vê? Aquele que disciplina as nações os deixará sem castigo? Não tem sabedoria aquele que dá ao homem o conhecimento? O Senhor conhece os pensamentos do homem, e sabe como são fúteis. Como é feliz o homem a quem disciplinas, Senhor, aquele a quem ensinas a tua lei! Tranqüilo, enfrentará os dias maus, enquanto que, para os ímpios, uma cova se abrirá.

Ezequiel foi levado cativo de Jerusalém aos 25 anos, poucos anos antes da destruição do Templo. Suas visões ocorreram na Babilônia, onde Deus o tornou profeta. Deus lhe disse que esqueceria TODAS as ofensas daquele que se afastasse das oferendas nos montes e dos ídolos, que não maculasse a mulher do próximo e não se aproveitasse dele. Deus disse que espera pelo arrependimento dos homens, ansioso para os perdoar! Isso não seria suficiente para esvaziar o inferno?

Infelizmente não. Diversas vezes Deus disciplinou o Seu povo, para mostrar-lhes que Ele não estava distante. Isso ficou claro a Jeremias e a Ezequiel. Mesmo todo o amor de Deus não faz com que os homens se lembrem sempre de que são observados, que o Senhor sabe o que pensam e fazem. No salmo 94, muito séculos antes de Ezequiel, Davi nos lembrou de que a morte (da alma) espera os ímpios. Quem são eles? São aqueles que fazem pouco caso da observância de Deus, o que não é difícil nem exige esforço.

Davi, Jeremias e Ezequiel precisaram de esforço para mostrar ao seu povo o que ainda hoje vemos. Quantas pessoas viveram e morreram no mundo em todo esse tempo? Quantos entenderam o que foi dito e procuraram o PERDÃO IRRESTRITO de Deus? Sim, talvez o inferno não seja um lugar vazio, afinal.

Rob Bell nos faz pensar. Agradeço a ele por isso, e também a quem o critica e satiriza.

Fabrizio

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Onde Deus não está


por Geoffrey Thomas

O grupo estava cantando animadamente, a bateria estava soando, os guitarristas estavam tocando animados com a audiência que cooperava batendo as palmas e os pés - mas o Espírito não estava ali. Eles cantaram por mais de uma hora, levando a uma emoção crescente, depois se sentaram com um sentimento de bem estar - mas o Espírito não estava ali. O pregador apresentou sua mensagem, contou suas estórias, fez todos rirem e chorarem - mas o Espírito não estava ali. Ele começou seu apelo, explicou apelando para que as pessoas viessem à frente para serem salvas, outras para que re-dedicassem suas vidas, outros para receberem cura interior, outros para compartilharem com os conselheiros a respeito dos seus problemas. Uma multidão veio à frente. Um homem disse a si mesmo, "Eu quero ser feliz como estas pessoas", e foi à frente - mas o Espírito não estava ali. Depois do culto, quando as pessoas estavam conversando umas com as outras sobre suas atividades e planos, ninguém percebeu que o Espírito Santo não estava no seu meio.

Mais abaixo, na mesma rua, em outra igreja, o pastor anunciou os hinos que iriam cantar. Leram um salmo em uníssono, a congregação cantou - mas o Espírito não estava ali. A nova versão internacional da Bíblia foi lida - mas o Espírito não estava ali. O pregador orou pela congregação, pela comunidade; agradeceu a Deus pelo Evangelho - mas o Espírito não estava ali. Depois do culto a congregação em silêncio foi para casa, tão consciente quanto o seu pastor de que as coisas ali não estavam como deveriam estar, nem como poderiam estar, já que eram de uma igreja que representava o Deus verdadeiro.

Quando a bênção de Deus é removida de uma igreja evangélica que está adorando no sistema tradicional, os resultados são imediatos e patéticos. Se o Espírito de Deus não está presente no louvor das pessoas e na proclamação do pregador nada mais resta do que uma igreja vazia e ôca. No entanto, quando o Espírito sai de uma igreja que tem muitas palmas, muitos cânticos, uma banda que toca, sermões em ritmo acelerado, muito riso, muita alegria e muitas chamadas à frente, pode-se passar até um milênio ou dois antes que alguém perceba que o Espírito Santo se foi - porque mesmo quando Ele não está presente, as pessoas agem como se Ele estivesse, e a atmosfera ali é uma atmosfera "religiosa".

Um dia o pastor se prostrou diante de Deus e clamou, "Senhor, eu não posso continuar sem a tua bênção. Davi nos diz que podes restaurar a minha alma. A minha alma fica aqui prostrada diante de Ti precisando ser restaurada. Eu pareço fazer tudo como um robô religioso sem sequer pensar em Ti Senhor, ou invocar a Tua ajuda" - Então o Espírito começou a se mover.

O pastor começou a buscar na Bíblia as marcas da presença do Espírito Santo. Ele aprendeu que aquele pecado persistente na vida de uma pessoa ou aquele pecado escandaloso que todos na congregação conhecem, que é tolerado e aceito, apaga o Espírito Santo. Se Ele como pregador representasse mal a Palavra de Deus, omitisse o caminho da salvação, ou tivesse comunhão com os descrentes, entristeceria o Espírito Santo de Deus. Ele descobriu que se orasse com ousadia a respeito do pecado, da justiça e do juízo, o próprio Espírito Santo viria e faria parte da sua pregação para testificar a respeito destas realidades. O mais importante de tudo, se ele glorificasse o Senhor Jesus Cristo e voltasse a falar mais dEle como o Filho de Deus e o salvador de todo aquele que nEle crer, então o trabalho que o Espírito faria com a maior alegria seria assisti-lo e abençoá-lo.

Ele aprendeu esta grande lição, como se pela primeira vez tivesse aprendido que o Espírito Santo é dado a todo aquele que obedece a Palavra de Deus. Ele passou a buscar com toda dedicação a mudança de sua vida, disciplinado, mais dedicado ao estudo da Palavra de Deus, passando muito tempo na presença do Salvador, evitando aqueles padrões de vida que o deixavam preguiçoso diante da televisão negligenciando sua família. Ele saiu a buscar as pessoas que ele há muito tempo via nos arredores da igreja mas nunca participando realmente e falar-lhes da necessidade de se entregarem realmente a Cristo. Ele começou a passar muito mais tempo no preparo dos seus sermões, pensando nas pessoas para as quais estaria ministrando a Palavra e pensando no Deus que estaria representando, quando estivesse lendo a Sua Palavra. Ele passou a continuamente pedir e clamar pela sua necessidade de ser guiado pelo Espírito "sem Ti não posso fazer nada!".

No domingo pela manhã ele ficou diante da sua congregação de pé e orou, "Senhor, nós tememos passar por todo este período do culto ouvindo a voz de homens, ouvindo os nossos hinos, ouvindo a palavra que sai da boca do pastor falando a respeito da Tua palavra; nós tememos o simples pensamento de que poderemos sair deste templo, daqui a uma hora, sem ter tido comunhão com aquele testemunho secreto e soberano que o Teu Espírito coloca dentro dos nossos corações. Confessamos a Ti os nossos pecados; clamamos e choramos nossa incapacidade por continuarmos sem a Tua presença; precisamos de Ti. Vem Senhor, tem misericórdia de nós. Nós podemos erigir o altar, mas só Tu, Senhor, podes mandar o fogo".

Então o Espírito de perdão, há tanto tempo entristecido, modestamente voltou silencioso e soprou sobre todos eles. " ... Se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo... Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz à igreja" (Ap.3:19-22).

Artigo extraído do Jornal "Os Puritanos" Ano III - No. 4
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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Monólogo da mulher adúltera



por José Barbosa Junior

(Quero deixar bem claro que este é um exercício de FICÇÃO. É uma suposição de como o fato pode ter acontecido. Não é nenhuma "revelação" extra-bíblica, mas apenas as suposições e a fantasia de um simples escritor)

Desde pequena eu sabia o que era certo.

Meu pai, um dos principais da sinagoga, fazia questão de nos ensinar toda a Torá desde pequeninos. Na verdade, ele ensinava somente aos meus irmãos, mas eu me aventurava em ouvir os ensinos, escondida atrás da porta. Achava fascinante, e ao mesmo tempo pesado... eram tantas leis, tantos mandamentos...

Será que algum homem seria capaz de cumpri-los todos? Sinceramente, achava impossível... e me calava.

A esperança brilhava nos meus olhos quando o ouvia falando do tal messias, o que viria para salvar o seu povo. Como deveria ser? Será que o tal messias me olharia um dia nos olhos? Ou será que estava condenada a viver minha vida toda atrás das portas... escondida dos homens?

O tempo passou. Cresci, e ainda em minha adolescência fui obrigada a casar com um homem a quem não amava. Era o costume, e assim foi... Eu era cuidada por ele como um objeto precioso, havia respeito, mas não amor, amor que eu tanto procurava. Os amigos de meu pai me consideravam uma jovem muito bonita e faziam questão de externarem suas opiniões. Eu gostava. Não ouvia tais elogios de meu marido.

Fui me acostumando àqueles elogios. Na verdade alguns eram até ousados demais, e me deixavam sem graça, pois percebia suas intenções, podres intenções. Eram homens casados também, oficiais na sinagoga, alguns anciãos, outros mais jovens, mas queriam que eu os servisse, nem que fosse por uma noite apenas.

Aquela situação me causava muito desconforto. Sentia raiva,e  até mesmo nojo daqueles homens... exceto um, que me chamava a atenção. Era casado também, mas parecia me querer bem... fui seduzida!

Nunca imaginara trair meu marido, mas naquela madrugada, antes do nascer do sol me entreguei àquele homem. Nem de longe imaginava o que ainda estava por acontecer.

Os outros homens, amigos do meu pai, haviam percebido o meu envolvimento, e seguiram-nos até nos pegarem em pleno ato de adultério. Meu dia estava apenas começando. Quanta vergonha!!!

Pegaram-me, nua, e carregaram-me para o Templo, onde um homem de Nazaré ensinava naquela manhã que nascia. Havia uma multidão para ouvi-lo. A vergonha era maior ainda. Muitos me conheciam... muitos conheciam meu pai... muitos conheciam meu marido. Tive medo!

Fui jogada no meio da multidão, que se acotovelava para ouvir o tal profeta Galileu. Achei estranho perceber que estava só. Apesar de eu e meu então amante sermos pegos juntos no ato de adultério, apenas eu fui levada como adúltera... ele não!

Olhei então e vi aqueles homens que antes me assediavam, perguntando àquele Rabi: “mestre, esta mulher foi surpreendida em adultério. Na lei, Moisés nos ordena apedrejar tais mulheres. Tu, porém, o que dizes?”

Eu olhava aquela cena e meu nojo aumentava. Os homens que queriam apedrejar-me eram os mesmos que viviam se insinuando para mim. Quanta hipocrisia. Quanto ódio tive da religião!

O tal Rabi galileu permanecia calado.

De repente, inclinou-se e começou a escrever na terra com seu próprio dedo. Eu não acreditava no que meus olhos começavam a ler. Aquele homem começou escrevendo o meu nome, e abaixo do meu nome começou a enumerar os meus pecados. TODOS os meus pecados!

Eu queria a morte naquele momento. Que as pedras viessem logo. Não suportaria tanta vergonha.

Num ímpeto, o Rabi levantou-se e disse àqueles homens, meus censores, prontos a colocar sob um monturo de pedras mais uma adúltera: “quem dentre vós que não tem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra!” ... E voltou a escrever meus erros na terra.

Algo muito estranho começou a acontecer: a começar dos mais velhos, um por um, forma largando as pedras em seus pés, virando as costas, e indo embora.

Ficamos só eu e o tal profeta. Eu tremia!

Ele calmamente levantou-se e veio em minha direção. Percebi algo no seu olhar. Era diferente. Ele não me desejava. Vi amor no seu olhar. Nunca antes alguém havia me olhado assim. Enquanto caminhava em minha direção, não tive como não perceber que suas pegadas firmes e constantes, pisavam e apagavam a minha enorme lista de pecados. Lembrei-me de um texto que sempre ouvia meu pai ensinar aos meus irmãos: “pelas suas pisaduras fomos sarados”.

Seria esse Rabi, diante de mim, o messias esperado? Bem que eu já havia ouvido rumores a respeito disso.

Ele aproximou-se de mim, e tirando a sua capa, cobriu a minha nudez. Perguntou-me com uma voz inconfundivelmente firme e amorosa: “Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?”

Minha voz trêmula conseguiu balbuciar: “Ninguém, Senhor!”

Ele então, segurando em minhas mãos e erguendo-me do chão, olhou nos meus olhos e disse: “Nem eu te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais.”

Meus olhos marejados ainda puderam ver aquele homem se afastando e voltando a ensinar o povo. Eu estava verdadeiramente diante do messias!

Olhei para o chão e lá estavam todos os meus pecados apagados pela sola dos pés daquele rabi. Só uma coisa não havia sido pisado: o meu nome! Ele estava intacto, escrito pelas mãos do próprio salvador. Lembrei-me então de um outro texto sempre recitado pelo meu pai, acerca do messias: “Ele não esmagará a cana quebrada, nem apagará o pavio que ainda fumega...”

Fui para casa... mas sabia que daquele dia em diante nunca mais seria a mesma. Nunca esquecerei de seu olhar, sua voz, e seu amor: “Nem eu te condeno!”

Prossigo em meu caminho, às vezes tropeçando, mas sempre com sua fala graciosa ecoando em mim: “Vai, e de agora em diante... não peques mais!”

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A ira de Deus



“Hoje, 17 anos que meu filho nasceu. E 24 anos e 2 meses que, uma bela manhã, a minha irmã mais nova, adentrou minha casa, pegou minha filha Allana, no colo, e disse: QUE MENINA LINDA. GRACE, QUE CABELOS MAIS BELOS! QUE PAR DE OLHOS! Quando eu crescer, eu quero ter uma filha igual a essa… O tempo passou e ela teve…uma filha diferente. Cabelos loiros, olhos verdes, mais lindas que a minha. Mas a vida, ou ela mesma, não teve piedade do que ela viveria a seguir. Ano passado, eu fui ao Brasil e, ao encontrá-la, eu percebi que ela já não era mais a mesma. Estava envelhecida, corroída por uma doença neurológica, algo que abate as mulheres da minha família. Não tem medicina que descubra. Não há remédio que dê a cura. Toda a beleza de outrora, desaparecera. Aquela mulher linda, olhos cor de mel, gestos belos, que fora paquerada por tantos rapazes da sua época, tinha sumido. No lugar, surgiu outra…Uma mendiga. Sim…Uma mulher sem nenhum senso de realidade. Concluiu a faculdade de Pedagogia mas não exerce. Foi para São Paulo, em busca da cura. Não… Ela não conseguiu.

Esta manha, meu pai, aos prantos, ao telefone, me falava: MINHA FILHA, O QUE NÓS VAMOS FAZER? SUA IRMA PERDEU O JUIZO, FICOU 7 DIAS DEBAIXO DE UM PÉ DE COQUEIRO, DESAPARECIDA, EM FRENTE AO MAR. SORTE QUE ELA NAO ENTROU NAS ONDAS. ELA NAO SABE NADAR. Grace, o que nós fizemos, para presenciar tanto sofrimento?

Entre lágrimas de plena dor, eu disse: PECA, VOCÊ, PERDAO A QUEM VOCÊ TANTO MACHUCOU, QUANDO VOCÊ ERA FILHO DE SENHOR DE ENGENHO E INCITAVA SEU PAI, SEUS AVÓS A DAREM CHIBATADAS NOS NEGROS DA SENZALA. PAI, QUANTAS VEZES, EU TE DISSE QUE NAO DEVERIAS FAZER AQUUILO? VOCÊ ACHA QUE AS PANCADAS DOERAM NAS COSTAS DOS ESCRAVOS? NAO…DOR MAIOR ESTAMOS SENTINDO NÓS POR ESTARMOS DIANTE DESSA TRAGÉDIA QUE NOS ABATE. Quem sabe, depois de você curvar os joelhos e pedir perdão por tudo e todos, finalmente, nossa família tenha PAZ? Quem sabe, a paz vai reinar e, finalmente, minha irmã tenha a cura? Quem sabe o mal não seja quebrado? Isso é uma corrente maléfica que atinge as mulheres de nossa família… Você cometeu crimes hediondos que, mesmo tendo pago diante da Justiça terrena, há uma Justiça Divina que está á espera de você pedir perdão… Pai!!!!Por favor, se desfaça de tudo, faca como minha mãe tanto queria… Viva com pouco, retire a sua arrogância, jogue na lata do lixo, no fundo do mar e clame ao Nosso Deus!!!! Ele vai nos socorrer, por que eu, definitivamente, estou devastada por saber que minha irmã está sofrendo tanto…

Quando eu falo que não somos nada, muita gente acha que eu falo isso por soberba. Não é. È que, no fundo, nós não somos muita coisa, quando perdemos o controle da mente, quando não sabemos perdoar, entender e se doar. A vida cobra respostas. Tudo que fazemos hoje, pagamos amanha. De uma forma ou de outra. Hoje, eu posso magoar o filho do vizinho e este vai sobreviver. Mas, amanha, alguém vai ferir meus filhos e eu não vou achar remédios para curá-los…e a dor vai ser do tamanho da dor que meu pai sente em ver a própria filha, TOTALMENTE LOUCA…Eu estou falando sério…

ESSA HISTÓRIA É REAL. NAO TEM NENHUMA COR. É TUDO EM PRETO E BRANCO. DÓI E MUITO ESCREVER SOBRE ISSO… Mas eu ainda acho que não há dor que não tenha fim… Não há ferida que não cicatrize e eu desejo que DEUS, em sua Infinita Bondade e Misericórdia se apiede da minha irmã e dê a ela, a tão sonhada paz… Por que, eu não tenho esse poder e não adianta eu pegar um avião e sair desesperada para o Brasil. Preciso enxugar as lágrimas que me abatem desde ontem á noite, quando soube disso tudo… Por que, apesar disso tudo, eu tenho todas as razoes do Mundo para agradecer a Deus e dizer que eu sou feliz… Mesmo sabendo que, numa parte de meu coração tem uma dor terrível em ver que minha irmã não nos reconhece, sai pelas ruas, altas horas da noite, não reconhece dinheiro, não sabe que roupa vestir, em que dia está e nem em que ano estamos… A vida é assim... ela retribui e transfere o ônus de nossas ações… E, muitas vezes, a quem nem imaginamos… Mas, a minha irmã mesmo… Anos atrás, fomos ao Brasil e, na hora do jantar conversávamos sobre pobreza e riqueza. Ela nunca que imaginaria está a viver tudo isso. Ela dava risadas quando eu falava: OLHA, NOSSA TIA É VIÚVA, TEM ESSA DOENÇA NEUROLÓGICA, NÃO TEM MUITAS POSSES, AJUDE-A, ELA VAI PRECISAR DE VOCÊ, FINANCEIRAMENTE, E NÃO A DESAMPARE…! VOCÊ TEM CONDIÇÕES DE AJUDÁ-LA. NÃO RETIRE AS SUAS MÃOS…

Eu não falo que, devamos dar tudo o quanto conquistamos aos outros. Mas, não devemos, NUNCA, nos esquecer de que, poderemos cair. E talvez, ninguém vá surgir para nos reerguer!!!”

Esse texto foi retirado d"A Vida retribui e Transfere". Escolhi ele porque traz uma teologia interessante, na qual vale que pensemos. Deus afinal nos castiga? E se não castiga, porque ele permite que pessoas “boas” sofram. Isso não é injustiça Dele? Devemos agradecer a Deus simplesmente por não sermos afligidos por Ele?

Começando pelo final, a resposta é sim. Em sua carta a Colossos, Paulo nos lembra que TUDO foi criado por Deus e é mantido por Ele (Cl 1:17). Sim, Ele tem direito de fazer o que quiser. Digamos que eu seja dono de uma Ferrari muito cara. Puxa, quantos não gostariam de tê-la! Mas eu não poderia tomar um martelo e transformar meu super-carro num monte de ferro velho? Sim, eu poderia. É o MEU carro... Bom, nós não somos senhores das nossas vidas, Deus deixou isso bem escrito quando falou com muitos, incluindo Paulo. Ele não pediu coisas, Ele ordenou. Delicadamente, como um Paizão que é, mas foi bem enérgico e direto. Nós somos Dele, e Ele não precisa dar explicações se resolver pegar seu martelo e fazer um ferro velho também. Mas isso não Lhe tiraria o amor e a bondade? Bom, Ele é o Amor (1Jo 4:8). Se sabemos um pouco sobre amor (o que não sabemos, de fato), podemos ficar tranqüilos. Deus já disse o quanto nos ama quando veio aqui em pessoa para nos livrar daquele pecado que nos afasta Dele.

Agora, Deus precisa nos castigar? Imagino que não. Longe Dele, perecemos. Destruímos a nós mesmos e uns aos outros. Porque Ele precisaria fazer isso? Porque você precisaria dar umas palmadas no seu filho se ele quebrar a janela? Não seria muito melhor, mais eficiente e amoroso consertar a janela? Ainda mais se você fosse O Vidraceiro. Você daria uma bronca na criança para corrigir ela, uma bronca que a faria sofrer, gritar, chorar, mas que ela compreenderia ao ser pai também. Você estaria pensando no futuro, certamente. Mas nós não sabemos o futuro!

Bom, Ele sabe. Ele contou aos profetas sobre Jesus durante séculos antes de Ele nascer. Se isso não é conhecer o futuro, não sei o que é. Ele contou sobre o final dos tempos, também. Dá para imaginar que Ele seja como um super-jogador de xadrez, antecipando umas centenas de jogadas nossas. Não dá para disputar com Ele! Agora imagine esse jogador imbatível te cochichando baixinho: “Vou fazer você vencer também. Estaremos juntos no final.” (Rm 8:28). Não podemos prever os movimentos Dele, não podemos sequer entendê-los. Podemos duvidar Dele, mas certamente é melhor confiar Nele do que em nós mesmos.

Esse texto acima se refere a uma entidade chamada A Vida. Não parece sinceramente ser uma entidade muito bondosa, nem se parece com Deus. Mas peraí... Jesus não havia dito “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida” (Jo 14:6) ?. Cuidemos de não atribuir os poderes de Deus a entidade mirabolantes que nós mesmos inventamos. Jesus disse ser A Vida. Como sempre, Ele não pediu para o deixarmos ser. Ele simplesmente é, queiramos ou não. Se damos esse privilégio a qualquer outro que seja, ou o quer que seja, estamos nos afastando Dele, incorrendo em pecado, portanto, e quem mais poderia nos fazer viver?

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Jesus não era Cristão


Muita gente pensa que sim. Todavia, a religião de Jesus não era cristianismo. Explico. Jesus não tinha pecado, nunca confessou pecados, nunca pediu perdão a Deus (ou a ninguém), não foi justificado pela fé, não nasceu de novo, não precisava de um mediador para chegar ao Pai, não tinha consciência nem convicção de pecado e nunca se arrependeu. A religião de Jesus era aquela do Éden, antes do pecado entrar. Era a religião da humanidade perfeita, inocente, pura, imaculada, da perfeita obediência (cf. Lc 23:41; Jo 8:46; At 3:14; 2Co 5:21; Hb 4:15; 7:26).

Já o cristão – bem, o cristão é um pecador que foi perdoado, justificado, que nasceu de novo, que ainda experimenta a presença e a influência de sua natureza pecaminosa. Ele só pode chegar a Deus através de um mediador. Ele tem consciência de pecado, lamenta e se quebranta por eles, arrepende-se e roga o perdão de Deus. Isto é cristianismo, a religião da graça, a única religião realmente apropriada e eficaz para os filhos de Adão e Eva.

Assim, se por um lado devemos obedecer aos mandamentos de Jesus e seguir seu exemplo, há um sentido em que nossa religião é diferente da dele. Quando as pessoas não entendem isto, podem cometer vários enganos. Por exemplo, elas podem pensar que as pessoas são cristãs simplesmente porque elas são boas, abnegadas, honestas, sinceras e cumpridoras do dever, como Jesus foi. Sem dúvida, Jesus foi tudo isto e nos ensinou a ser assim, mas não é isso que nos torna cristãos. As pessoas podem ser tudo isto sem ter consciência de pecado, arrependimento e fé no sacrifício completo e suficiente de Cristo na cruz do Calvário e em sua ressurreição – que é a condição imposta no Novo Testamento para que sejamos de fato cristãos.

Este foi, num certo sentido, o erro dos liberais. Ao removerem o sobrenatural da Bíblia, reduziram o Jesus da história a um mestre judeu, ou um reformador do judaísmo, ou um profeta itinerante, ou ainda um exorcista ambulante ou um contador de parábolas e ditos obscuros que nunca realmente morreu pelos pecados de ninguém (os liberais ainda não chegaram a uma conclusão sobre quem de fato foi o Jesus da história, mas continuam pesquisando...). Para os liberais, todas estas doutrinas sobre o sacrifício de Cristo, sua morte e ressurreição, o novo nascimento, justificação pela fé, adoção, fé e arrependimento, foram uma invenção do Cristianismo gentílico. Eles culpam especialmente a Paulo por ter inventando coisas que Jesus jamais havia dito ou ensinado, especialmente a doutrina da justificação pela fé.

Como resultado, os liberais conceberam o Cristianismo como uma religião de regras morais, sendo a mais importante aquela do amor ao próximo. Ser cristão era imitar Cristo, era amar ao próximo e fazer o bem. E sendo assim, perceberam que não há diferença essencial entre o Cristianismo e as demais religiões, já que todas ensinam que devemos amar o próximo e fazer o bem. Falaram do Cristo oculto em todas as religiões e dos cristãos anônimos, aqueles que são cristãos por imitarem a Cristo sem nunca terem ouvido falar dele.

Se ser cristão é imitar a Cristo, vamos terminar logicamente no ecumenismo com todas as religiões. Vamos ter que aceitar que Gandhi era cristão por ter lutado toda sua vida em prol dos interesses de seu povo. A mesma coisa o Dalai Lama e o chefe do Resbolah.

Não existe dúvida que imitar Jesus faz parte da vida cristã. Há diversas passagens bíblicas que nos exortam a fazer isto. No Novo Testamento encontramos por várias vezes o Senhor como exemplo a ser imitado. Todavia, é bom prestar atenção naquilo em que o Senhor Jesus deve ser imitado: em procurarmos agradar aos outros e não a nós mesmos (1Co 10:3311:1), na perseverança em meio ao sofrimento (1Ts 1:6), no acolher-nos uns aos outros (Rm 15:7), no andarmos em amor (Ef 5:25), no esvaziarmos a nós mesmos e nos submeter à vontade de Deus (Fp 2:5) e no sofrermos injustamente sem queixas e murmurações (1Pe 2:21). Outras passagens poderiam ser citadas. Todas elas, contudo, colocam o Senhor como modelo para o cristão no seu agir, no seu pensar, para quem já era cristão.

Não me entendam mal. O que eu estou tentando dizer é que para que alguém seja cristão é necessário que ele se arrependa genuinamente de seus pecados e receba Jesus Cristo pela fé, como seu único Senhor e Salvador. Como resultado, esta pessoa passará a imitar a Cristo no amor, na renúncia, na humildade, na perseverança, no sofrimento. A imitação vem depois, não antes. A porta de entrada do Reino não é ser como Cristo, mas converter-se a Ele.

enviado de http://tempora-mores.blogspot.com/2010/06/jesus-nao-era-cristao.htmlInteressou-se? Vá ao site e leia os comentários!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Aceitar a Jesus ?



Nosso relacionamento com Cristo é uma questão de vida ou morte. O homem que conhece a Bíblia sabe que Jesus Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores e que os homens são salvos apenas por Ele, sem qualquer influência por parte de quaisquer obras praticadas.

"O que devo fazer para ser salvo?", devemos aprender a resposta correta. Falhar neste ponto não envolve apenas arriscar nossas almas, mas garantir a saída eterna da face de Deus.

Os cristãos "evangelicais" fornecem três respostas a esta pergunta ansiosa: "Creia no Senhor Jesus Cristo", "Receba Cristo como seu Salvador pessoal" e "Aceite Cristo". Duas delas são extraídas quase literalmente das Escrituras (At 16:31; João 1:12), enquanto a terceira é uma espécie de paráfrase, resumindo as outras duas. Não se trata então de três, mas de uma só.

Por sermos espiritualmente preguiçosos, tendemos a gravitar na direção mais fácil a fim de esclarecer nossas questões religiosas, tanto para nós mesmos como para outros; assim sendo, a fórmula "Aceite Cristo" tornou-se uma panacéia de aplicação universal, e acredito que tem sido fatal para muitos. Embora um penitente ocasional responsável possa encontrar nela toda a instrução que precisa para ter um contato vivo com Cristo, temo que muitos façam uso dela como um atalho para a Terra Prometida, apenas para descobrir que ela os levou em vez disso a "uma terra de escuridão, tão negra quanto as próprias trevas; e da sombra da morte, sem qualquer ordem, e onde a luz é como a treva".

A dificuldade está em que a atitude "Aceite Cristo" está provavelmente errada. Ela mostra Cristo suplicando a nós, em lugar de nós a Ele. Ela faz com que Ele fique de pé, com o chapéu na mão, aguardando o nosso veredicto a respeito dEle, em vez de nos ajoelharmos com os corações contritos esperando que Ele nos julgue. Ela pode até permitir que aceitemos Cristo mediante um impulso mental ou emocional, sem qualquer dor, sem prejuízo de nosso ego e nenhuma inconveniência ao nosso estilo de vida normal.

Para esta maneira ineficaz de tratar de um assunto vital, podemos imaginar alguns paralelos; como se, por exemplo, Israel tivesse "aceito" no Egito o sangue da Páscoa, mas continuasse vivendo em cativeiro, ou o filho pródigo "aceitasse" o perdão do pai e continuasse entre os porcos no país distante. Não fica claro que se aceitar Cristo deve significar algo? É preciso que haja uma ação moral em harmonia com essa atitude!

Ao permitir que a expressão "Aceite Cristo" represente um esforço sincero para dizer em poucas palavras o que não poderia ser dito tão bem de outra forma, vejamos então o que queremos ou devemos indicar ao fazer uso dessa frase.

"Aceitar Cristo" é dar ensejo a uma ligeira ligação com a Pessoa de nosso Senhor Jesus, absolutamente única na experiência humana. Essa ligação é intelectual, volitiva e emocional. O crente acha-se intelectualmente convencido de que Jesus é tanto Senhor como Cristo; ele decidiu segui-lo a qualquer custo e seu coração logo está gozando da singular doçura de Sua companhia.

Esta ligação é total, no sentido de que aceita alegremente Cristo por tudo que Ele é.

Não existe qualquer divisão covarde de posições, reconhecendo-o como Salvador hoje, e aguardando até amanhã para decidir quanto à Sua soberania.

O verdadeiro crente confessa Cristo como o seu Tudo em todos sem reservas. Ele inclui tudo de si mesmo, sem que qualquer parte de seu ser fique insensível diante da transação revolucionária.

Além disso, sua ligação com Cristo é toda-exclusiva. O Senhor torna-se para ele a atração única e exclusiva para sempre, e não apenas um entre vários interesses rivais. Ele segue a órbita de Cristo como a Terra a do Sol, mantido em servidão pelo magnetismo do Seu afeto, extraindo dEle toda a sua vida, luz e calor. Nesta feliz condição são-lhe concedidos novos interesses, mas todos eles determinados pela sua relação com o Senhor.

O fato de aceitarmos Cristo desta maneira todo-inclusiva e todo-exclusiva é um imperativo divino. A fé salta para Deus neste ponto mediante a Pessoa e a obra de Cristo, mas jamais separa a obra da Pessoa. Ele crê no Senhor Jesus Cristo, o Cristo abrangente, sem modificação ou reserva, e recebe e goza assim tudo o que Ele fez na Sua obra de redenção, tudo o que está fazendo agora no céu a favor dos seus, e tudo o que opera neles e através deles.

Aceitar Cristo é conhecer o significado das palavras: "pois, segundo ele é, nós somos neste mundo" (1 João 4:17). Nós aceitamos os amigos dEle como nossos, Seus inimigos como inimigos nossos, Sua cruz como a nossa cruz, Sua vida como a nossa vida e Seu futuro como o nosso.

Se é isto que queremos dizer quando aconselhamos alguém a aceitar a Cristo, será melhor explicar isso a ele, pois é possível que se envolva em profundas dificuldades espirituais caso não explanarmos o assunto.

A. W. Tozer


Aiden Wilson Tozer (1897 - 1963) foi pastor em várias igrejas protestantes dos Estados Unidos e escreveu mais de 40 livros sobre a necessidade da oração e de uma relação mais profunda com Deus. Seus livros mais famosos foram "O propósito de Deus" e "O conhecimento do sagrado".