terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Os textos de Paulo são mesmo de Paulo? Uma 1ª análise.



Paulo e uma possível organização das epístolas, segundo seu vocabulário.

Grande parte do material que temos do Novo Testamento corresponde às cartas que Paulo de Tarso (talvez 5 - 64/65 d.C.) enviou para as igrejas que fundou na costa do Mediterrâneo e para companheiros seus como Tito, Timóteo e Filemon. Esse material faz parte, é claro, dos primeiros relatos que temos do Cristianismo como religião dentro do mundo Romano. Os estudiosos assumem uma certa cronologia para as cartas, que não é a ordem de sua encadernação no Novo Testamento:
 
1ª Tessalonicenses* (51 d.C.)
2ª Tessalonicenses, Gálatas* e 1ª Coríntios* (52 d.C)
Filipenses*, Filemon* e 2ª Coríntios* (53-54 d.C.)
Romanos* (55-56 d.C.)
Colossenses (57-59 d.C.)
Efésios (62 d.C.)
1ª Timóteo (62-64 d.C)
2º Timóteo (62-65 d.C.)
Tito (66-67 d.C.)

        evangelho de Marcos (66-70 d.C.)
        evangelhos de Mateus e Lucas (80-90 d.C.)
        evangelho de João (90-110 d.C.)
        Didache e Pastor de Hermas (90-150 d.C.)

 
Nessa lista, os textos marcados com asteriscos (*) são tidos como indubitavelmente obras de Paulo.
 
Paulo escreveu suas obras durante e após suas 3 viagens missionárias. A primeira viagem foi entre as cidades de Sidon, Perga e Antioquia; a 2ª viagem foi entre Jerusalém, Antioquia (da Síria), Filipos, Tessalônica, Atenas, Corinto, Éfeso, Rhodes e Cesaréia; a 3ª viagem foi entre Antioquia (da Síria), Antioquia (da Frígia), Éfeso, Tessalônica, Atenas, Rodes e Tiro. Não há muitos indícios nas cartas sobre seu local de escrita, mas alguns eventos relatados dão certa noção do ano em que foram produzidas.
 
É importante notar que os textos de Paulo são anteriores aos Evangelhos, daí sua contribuição inegável às fases iniciais do Cristianismo. O Cristianismo ensinado por Paulo, anterior aos Evangelhos, deve ter sua origem em Jerusalém, onde ele foi recrutado como oficial Fariseu para perseguir os Cristãos. Desde pelo menos 30 d.C. já circulavam documentos Romanos sobre os Cristãos. Na sua conversão em Damasco/Síria, Paulo esteve com o grupo de Ananias e foi mandado de volta a Jerusalém, para o grupo de Pedro. Depois, ele seguiu para a igreja de Antioquia da Síria, onde fortaleceu uma comunidade onde passou pelo menos 1 ano. Quando foi outra vez a Jerusalém, ele até Pedro o jovem João Marcos, que viria a ser o primeiro Evangelista, muitos anos mais tarde. A partir de seu retorno a Antioquia, Paulo percorreu a costa do Mediterrâneo ao longo de 15 anos e outras duas viagens a Jerusalém e Antioquia, antes de começar a enviar as cartas que temos na Bíblia. Aparentemente, em algumas viagens missionárias Paulo estava acompanhado de uma mulher grega chamada Tecla, e os textos deixados por ele foram escolhidos ou modificados por seus aprendizes de forma a ocultar o nome dela.
 
O debate sobre a autoria dos textos de Paulo se torna importante quando algumas idéias dele apoiadas numa carta são combatidas em outras, como a participação de mulheres nas congregações e a aceitação ou não da escravidão de um Cristão por outro. A situação se complica ainda mais quando pensamos que o material de Paulo que nos chegou foi copiado e recopiado por comunidades religiosas ao longo de muitos séculos, comunidades estas que se desenvolveram independentemente antes que Roma decretasse uma autoridade política sobre o Cristianismo, no séc. 4. Até que a centralização de poderes acontecesse, muitos grupos Cristãos passaram a produzir seus próprios materiais religiosos. Não raro, esses textos eram atribuídos à autoria de pessoas famosas (ex. Paulo, Mateus, João) de forma que fossem seguidos e preservados.
 
Até que os Evangelhos se tornassem um elemento importante no Cristianismo, isto é, até que os ditos e feitos de Jesus passassem a inspirar as pessoas, uma teologia inicial se desenvolveu com base nas discussões filosóficas e metafísicas de Paulo, além do que ele mesmo dizia sobre Jesus. Tal conhecimento, segundo a epístola de Gálatas, se trata de algo sobrenatural vindo diretamente de Jesus (já morto havia 20 anos). Em verdade, as epístolas não dão muitos indícios sobre qual foi o contato de Paulo com comunidades Cristãs anteriores a ele. Por isso, quando pensamos que algumas delas talvez não sejam autoria de Paulo, o Cristianismo assume a aparência de uma colcha de retalhos, com filosofias, teologias, etc que se desenvolveram mais ou menos por si mesmas, do modo que puderam fazer isso, e nalgum ponto do séc. 4 foram unificadas (à força) pela nascente Igreja Romana.
 
Analisar a autoria de textos copiados e recopiados é, por outro lado, algo difícil que envolve as palavras/expressões usadas e as idéias apresentadas. Palavras e expressões podem caracterizar um autor, como é o caso dos textos Joaninos, enquanto as idéias podem identificar um grupo religioso. Assim, podemos por exemplo dizer que o evangelho de João, as cartas 1ª João, 2ª João e 3ª João, assim como o Apocalipse são de um ou dois autores apenas (ver Joaninos 1 e Joaninos 2). As idéias defendidas nesses trabalhos não se replicam nos evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas, fazendo supor que são obras de uma comunidade independente.
 
Aqui, apresento uma metodologia para comparar as epístolas (e não as cartas) de Paulo, isto é, os textos que foram supostamente escritos por Paulo para as Igrejas fundadas por ele (Romanos, 1ª Coríntios, 2ª Coríntios, Filipenses, Colossenses, Efésios, Gálatas, 1ª Tessalonicenses e 2ª Tessalonicenses). As cartas (Filemon, Tito, 1ª Timóteo e 2ª Timóteo) não foram incluídas por se tratarem de obras com natureza diferente, não feitas com objetivo de ensino, mas correspondências pessoais entre Paulo e alguém íntimo dele.
 
Num 1º passo, todas as palavras das epístolas paulinas foram catalogadas, incluindo sua posição no texto. Essas posições não foram utilizadas aqui, mas foram coletadas com a idéia de posteriormente estudar as aproximações de palavras nos textos paulinos. Num 2º passo, foram removidas as palavras conectivas (ex. e, ou, para, assim, etc) e os verbos de ligação (ser, estar, ficar, etc). As demais palavras foram todas convertidas em substantivos masculinos singulares (ex. agradecemos ⇒ agradecer ⇒ agradecimento). Palavras com significado especial foram separadas (ex. espírito [de paz] ≠ Espírito [Santo]). Num 3º passo, palavras com significados semelhantes foram agrupadas sob a escrita mais comum (ex. conhecimento, sabedoria, entendimento). Essa foi a etapa realmente demorada. Para efeito de representatividade, as palavras com repetição menor do que 9 vezes no texto foram desconsideradas.
 
O resultado dessas contagens e alinhamentos é mostrado na Figura 1.



Figura 1 - Contagens de palavras nas epístolas de Paulo. Essas contagens incluem espaços como sendo palavras. Dados disponíveis em https://docs.google.com/spreadsheets/d/1OoRvj4Ip4SEKPAq1fFwc2Koida-hg2nkE8Uiwl6Gh8A/edit?usp=sharing

O primeiro resultado interessante é notar que poucas palavras são repetidas várias vezes. A epístola 2ª Tessalonicenses, por exemplo, tem 1200 palavras. Destas, apenas 6 se repetem mais de 9 vezes. Mesmo numa epístola imensa como Romanos (quase 11200 palavras), a palavra mais repetida (Deus) só aparece 167 vezes (14%, também a média de repetições de palavras em todas as epístolas). As palavras mais repetidas nas epístolas paulinas são Deus (aparece nas 9 epístolas), Jesus (em 8/9 só não aparece em Colossenses) e Senhor (em 8/9, só não aparece em Gálatas). A ausência de Jesus em Colossenses e Senhor em Gálatas faz supor que talvez não derivem do mesmo autor.
 
Para estabelecer um parentesco entre os textos, cada um deles foi interpretado como um vetor dentro de um espaço formado por muitas palavras. Um vetor é uma coordenada de vários números (ex. vetor = (10,2,0), com as coordenadas 10, 2 e 0). Os pares de vetores podem ser paralelos/múltiplos (ex. (1,4) e (3,12)), antiparalelos (ex. (1,4) e (-3,-12)) ou completamente independentes (ex. (2,0) e (0,1), reparando que cada um carrega uma coordenada que o outro não tem). No mundo real, a maioria dos vetores se relaciona entre esses extremos, possuindo uma “projeção” entre si que varia de 0 (vetores independentes) até +1 (vetores paralelos) ou -1 (vetores antiparalelos). Para comparar os textos, as epístolas de Paulo foram convertidas em vetores, não de 3 dimensões (pois não estamos lidando com posições de coisas no espaço), mas com 106 coordenadas. Essas coordenadas são as contagens de repetições das suas palavras. Na tabela acima, por exemplo, Romanos tem 167 na coordenada “Deus”. Feitas essas conversões, foram calculadas as “projeções” entre cada par de vetores, conforme a Figura 2. Cada projeção de dois vetores foi calculada assim: projeção vetores A,B = 2*(a1*b1 + a2*b2 + ... + a106*b106) / (a1² + b1² + a2² +b2² + ... + a106² + b106²), que é um procedimento geométrico bastante usual conhecido como "produto escalar".



Figura 2 - Projeções calculadas entre as epístolas de Paulo. Valores mais altos sugerem maior proximidade entre os textos, valores mais baixos sugerem textos destoantes. A projeção de cada texto consigo mesmo (ex. Rm vs. Rm) sempre é de 1 ou 100%. Os valores de projeção independem das diferenças de tamanho entre os textos. Disponível em https://docs.google.com/spreadsheets/d/1OoRvj4Ip4SEKPAq1fFwc2Koida-hg2nkE8Uiwl6Gh8A/edit?usp=sharing
 
É possível ver que os textos, mostrados em projeções na Figura 2 com cores mais alaranjadas, compõem basicamente 2 grupos. Um deles formado por Romanos, 1ª Coríntios e 2ª Coríntios, outro formado por 1ª Tessalonicenses, 2ª Tessalonicenses, Filipenses, Colossenses e Efésios.
 
Depois de calculadas as projeções, foi montada uma representação “geométrica” dos textos, de modo a colocar próximos aqueles mais semelhantes e distantes aqueles mais destoantes. Tomando como evidência que 1ª Tessalonicenses seja o texto mais antigo dentre as epístolas, as semelhanças entre elas podem nos indicar a ordem de produção do textos, indo desde o grupo mais coeso até os textos mais divergentes. Isso é mostrado na Figura 3.

Figura 3 - Organização das epístolas como um fluxo de produção. Os números indicam as projeções entre os textos. Projeções mais altas indicam textos mais semelhantes. As setas indicam uma possível sequência de produção, baseado na suposição de 1ª Tessalonicenses (1Tes) como epístola mais antiga.
 
Finalmente, esse esquema de produção das epístolas pode orientar uma discussão sobre a autoria dos textos paulinos. Do lado esquerdo, vemos um conjunto de 5 textos altamente semelhantes quanto ao seu vocabulário: 1ª Tessalonicenses, 2ª Tessalonicenses, Filipenses, Colossenses e Efésios. Se 1ª Tessalonicenses carrega a “assinatura de Paulo”, o mesmo ocorre com os demais.
 
Fora desse grupo, encontramos Gálatas e 2ª Coríntios, que possuem associações boas apenas com Efésios. A relação em particular com essa epístola pode sugerir que ela serviu de modelo para a confecção das posteriores. É bastante plausível Gal e 2Co ambos reflitam a obra de 2 outros escritores, ou uma edição tardia nas comunidades em que foram preservados. O mesmo vocabulário de 2ª Coríntios de fato é usado em 1ª Coríntios e Romanos, porém ambas essas últimas não possuem semelhança com Gálatas.
 
Romanos, 1ª Coríntios e 2ª Coríntios possuem de fato dimensões muito diferentes dos outros textos (7200 a 11200 palavras vs. 1200 a 3650 palavras). Além disso, são textos coesos entre si quanto ao vocabulário usado. Mas não são coesos com o 1º grupo de 5 textos, sugerindo um autor independente ou edições tardias.

Em outras palavras, é possível que as epístolas “de Paulo” na verdade sejam obras de pelo menos 3 autores. O grupo “mais paulino” seria composto por 1ª Tessalonicenses, 2ª Tessalonicenses, Filipenses, Colossenses e Efésios. Já Gálatas seria obra de um 2º autor inspirado em Efésios, assim como uma 3º autor teria produzido 2ª Coríntios, 1ª Coríntios e Romanos. Todos eles assinaram suas obras como “Paulo”, porém o vocabulário usado em cada grupo de textos sugere que não são obras da mesma pessoa. Ou, pelo menos, eles são ideologicamente tão distintos que Paulo teria passado por grandes transformações em sua forma de escrever, e principalmente seu vocabulário, entre esses 3 grupos de textos.

Tal diferença de autoria talvez explique divergências de idéias encontradas nas epístolas, como por exemplo uma postura judaizante em algumas e um postura anti-judaizante em outras. Gálatas como uma obra em separado, por exemplo, é bastante significativo, uma vez que se trata de um texto defendendo um forte legalismo dentro da Igreja, postura bastante farisaica. A epístola é endereçadas "às igrejas da Galácia", uma região da Grécia e não uma cidade em específico, ao mesmo tempo em que seu autor “Paulo” afirma apresentar ali conhecimentos sobre o que Deus gosta ou não que lhe foram providos pelo próprio Jesus. Tal modo de apresentar idéias divergentes é também encontrada nos textos Joaninos, com um “apóstolo João” se auto-nomeando como o “discípulo amado”, de forma a conferir mais autoridade para suas palavras divergentes do aos textos mais antigos, além de relatar eventos junto a Jesus que nenhum outro evangelista reporta.

Romanos e as epístolas a Corinto, também provavelmente obras de um “Paulo” que não é o de Tarso, são obras de forte caráter doutrinário, onde o autor instrui as igrejas sobre como lidar com divergências internas e o mundo Romano ao redor. Caso não sejam obras reais de Paulo, são provavelmente das comunidades fundadas por ele, de forma a tecer uma estrutura religiosa-cultural que viria a ser o Cristianismo. Trata-se de uma estrutura bem distinta dos 5 textos mais provavelmente “paulinos”, em que Paulo relata seus problemas pessoais, seus sofrimentos, expectativas, e fortalece a idéia de que tudo o que se passava COM ELE era para o fortalecimento do Reino de Jesus.

Desde a centralização de poder na Igreja Romana, diversas epístolas foram consideradas falsas. Geralmente, o motivo era sua não citação em nenhuma obra antiga (isso lá no séc. 4), mas muitas vezes tratou-se de votações onde algo como metade mais 1 dos cardeais julgou o texto como falso (ver http://www.ntcanon.org/table.shtml). Algumas que ficaram nesse limbo e ainda assim ganharam seu lugar na Bíblia foram Efésios, Colossenses e 2ª Tessalonicenses. Marcion de Sinope, um famoso "herege" do séc. 2, por exemplo, foi uma das primeiras pessoas a encadernar cartas de Paulo num livro religioso. Marcion via Paulo como o profeta por excelência. Em sua versão anti-judaica do Cristianismo, Marcion aceitava como verdadeiro apenas o evangelho de Lucas (pois fora discípulo de Paulo) e as epístolas Gálatas, 1ª Coríntios, 2ª Coríntios, Romanos, 1ª Tessalonicenses, 2ª Tesslonicenses, Efésios (Laodicences, segundo ele), Colossenses, Filipenses e Filemon. Pela data do trabalho de Marcion (citado pela Igreja já em 144 d.C.), acredita-se nele como testemunha da antiguidade de tais escritos.

Mesmo sendo antigo, Efésios levanta dúvidas por conter 40 palavras que não aparecem nas outras cartas, não falar sobre os dons espirituais e mostrar um Jesus autoritativo (agindo por sua própria vontade). Colossenses também fala contra o Gnosticismo, um movimento que só seja mencionado em documentos do séc. 2, além de usar conjugações incomuns de verbos. 2ª Tessalonicenses repete, várias vezes, o fato de não ser um trabalho falso. Essa estrutura, como eu mesmo já coloquei, geralmente é encontrada justamente naqueles textos que são alterações de algum outro ou completamente forjados.

Na análise feita aqui, de textos em português, evitando-se toda conjugação de palavras através de sua transformação em substantivos masculinos singulares (isso foi escolha minha), tais problemas obviamente não ocorrem. Por conta disso, todas as epístolas "duvidosas" na verdade encontram seu lugar junto do pacote mais provavelmente paulino, devido às palavras que utilizam e o número de repetições de cada palavra. Mais ainda, seria surpreendente que trabalhos enormes e tão significativos como Romanos, 1ª Coríntios e 2ª Coríntios não sejam obras de Paulo. Normalmente vemos Paulo mais por essas obras, como um organizador das Igrejas, do que pelas outras. A ideia aqui, ainda mais pela limitação de metodologia, é fazer pensar que talvez conheçamos o Paulo errado. Por exemplo, Lucas descreve, em Atos, um Paulo muitíssimo mais polido e "romano" do que Paulo parece nas 5 epístolas aqui atribuídas a ele. É possível que Romanos, 1ª Coríntios e 2ª Coríntios reflitam algo como o livro de Atos, ou seja, um Paulo idealizado, narrado/narrador a partir não de si mesmo, mas de uma comunidade fundada sobre seus ensinamentos.

Evidentemente, uma análise como essa deveria ser feita a partir dos textos em gregos mais antigos disponíveis. No entanto, esses mesmos textos são cópias-recópias bem distantes dos originais do século 1. Análises em outros vieses, como as idéias defendidas em cada epístola, ainda serão feitas (a seu tempo). Uma vez que essa metodologia de análise foi sendo aprimorada através de várias tentativas de classificar os textos e pouco se modificou quanto aos resultados, é provável que uma comparação de ideias defendidas também não modifique isso.
 
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CARTAS QUE NÃO SÃO DE PAULO

Atos de Paulo, loungecba.blogspot.com, 28/02/2021.
Marcos, um evangelista entre Pedro e Paulo, loungecba.blogspot.com, 05/06/2020.
O evangelho de Paulo, loungecba.blogspot.com, 02/04/2022.
Pauline epistles - wikipedia
Século 1 - 2ª parte, loungecba.blogspot.com, 13/06/2016.
The Missionary Journeys of Paul, churchofjesuschrist.org.
Who wrote Paul's Epistles?, Rasch Measurement Transactions, 2001.

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