quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Quais são as diferentes respostas que Deus dá à oração?

Texto furtado a olhos vistos e extorquido muito espontaneamente de Kenneth V. Ryland.

Há orações que Deus simplesmente não vai ouvir?

Quando você pensa sobre o que significa ser um cristão, a idéia de NÃO receber uma resposta à oração parece contrária a qualquer noção de cristianismo. Um cristão que não se comunica com Deus não é realmente um Seu seguidor. Como chegamos ao ponto onde os cristãos estão tão fora de sintonia com Deus que não têm certeza de muita coisa? De repente o cristianismo é uma apólice de seguro contra o lago de fogo... afinal, é melhor estar do lado vencedor.

Mas, o que dizer sobre a declaração de Jesus de que Ele veio para que pudéssemos ter vida, e a tivéssemos em abundância? (Jo 10.10) Como Deus pode conceder-lhe uma vida abundante se você nem consegue falar com Ele e não tem idéia de quando Ele está falando com você?

O cerne da oração é a comunicação com Deus, de forma que a falha aí simplesmente sabota tudo o que Jesus veio contar. Se você quer ter maior proximidade com Deus, há várias recomendações bíblicas para sua oração.

Conhecer a vontade de Deus

Vamos começar por admitir o óbvio: às vezes, a resposta de Deus é "não". Outras vezes, é "espere, pois eu vou atender ao seu pedido mais tarde." Então, quando você sente que Deus não está ouvindo você, pode ser que ele só não esteja dando a resposta que você quer ouvir.

Ter de esperar e exercer a virtude da paciência não é fácil, especialmente em nossa cultura em que a gratificação imediata é rei. A tentativa de Deus em nos ensinar paciência parece tão fora de passo com o nosso estilo de vida! No entanto, deve ficar claro que o Pai Celestial não está particularmente interessado em manter seu estilo de vida rápido. Ele se interessa mais em se ver você equipado com as virtudes que vão durar pela eternidade. Ele é um pai e, como qualquer pai, está muito mais preocupado com a forma como você vai sair.

Então, quando você orar, tenha em mente que o seu pedido terá de ser em linha com a meta que Ele tem na paternidade de você. Caso contrário, não espere receber uma resposta favorável. Ele não vai te dar nada que impeça você de passar a eternidade em Seu reino. Esta é outra maneira de dizer "E esta é a confiança que temos Nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que Lhe fizemos." (1Jo 5.14-15).

Pedir segundo a Sua vontade (não a nossa), é uma das chaves para prever o tipo de resposta que iremos receber. Deus trata conosco da mesma maneira como lidamos com nossos próprios filhos. Se meu filho de 7 anos me pedisse para levá-lo ver um filme censurado ou para um bar, a única resposta que poderia esperar é "não". Permitir que o meu filho veja cenas tórridas ou que freqüente bares é contrário à minha vontade. Seria ruim para ele, saiba disso ou não. Há certas coisas que minhas crianças nunca pediram porque sabiam que seria contrário à minha vontade em defender os seus próprios interesses. Você também precisa saber o que está dentro da vontade de Deus antes de pedir... caso contrário, você pode estar perdendo seu fôlego e seu sono por algo que você nunca vai ganhar.

Mas, dirão alguns, "é tão difícil saber a vontade de Deus. Como eu posso ter certeza qual é a Sua vontade?" Se você é um cristão novo, tal resposta é compreensível. No entanto, para aqueles que têm sido membros do corpo de Cristo, esta resposta costuma ser desculpa para ganhar alguma margem de manobra em ter nosso próprio caminho. Afinal, se não sabemos, como podemos ser responsabilizados por as nossas orações serem inúteis? "Se Deus tivesse revelado Sua vontade antes de eu ter problemas, eu poderia ter evitado isso." Que maneira conveniente de transferir para Deus a culpa por nossos erros!

Na realidade, não é difícil saber a vontade de Deus em 99% das circunstâncias da vida.

Deus cercou Seus filhos com evidências de Sua vontade. Jesus disse que Seus seguidores (por exemplo, você e eu) não seríamos servos, mas amigos. Ele deixou claro para nós o que estava fazendo, porque Ele estava fazendo isso, e o que Ele espera de Seus seguidores (Jo 15:15). Temos recebido o Espírito Santo para nos conduzir a toda a verdade (Jo 16:13).

Com tanta atenção e direção de Deus, por que seria difícil saber o que Deus quer de nós? Os caminhos de Deus não são "insondáveis", como foi o caso quando Israel invocou profetas para revelar a verdade de Deus para eles. Temos as Escrituras, que contém milhares de exemplos de como Deus lida com seres humanos, o que Sua vontade é, e o que Ele espera. Temos o Espírito Santo para instruir nossa mente em pensar como Deus pensa, e temos acesso direto a Deus. Jesus fez disso uma realidade. Não há mais uma cortina entre nós e o Santo dos Santos. Devemos parar de esperar lá fora: Deus abriu as portas para nós. É hora de ir e falar com nosso Pai.

Portanto, temos poucas desculpas para não conhecer a vontade de Deus. Mas há os 1% de tempo em que nós temos um dilema e não sabemos que caminho seguir. E é justo perguntar como podemos saber da vontade de Deus em tais circunstâncias.

Se você tiver esgotado todos os canais normais de tentar determinar a vontade do Pai - o estudo da Bíblia, aconselhamento com aqueles que são sábios na fé e orar como ora normalmente - e ainda não sabe o que fazer, há ainda uma maneira de descobrir o que Deus quer que você faça. Estenda o velo.

Estenda o velo

Você conhece a história de Gideão (Juízes 6, 7 e 8)? Os israelitas se afastaram de Deus após a geração de Josué e submergiram na adoração de Baal. Por causa de sua desobediência, Deus deu-os nas mãos de seus inimigos, os midianitas. Deus também permitiu que os amalequitas e os povos do Oriente empobrecessem Israel. Após alguns anos de opressão, o Anjo do Senhor foi a Gideão, que estava debulhando do trigo no lagar (piscina rasa, no chão, onde se pisam os frutos). Gideão tinha medo dos midianitas, e então o anjo disse que ele seria um homem de valor, conduzindo Israel à vitória contra seus inimigos.

Gideão não aceitou avidamente a oportunidade. Ele precisava de uma prova de que Deus estava realmente falando. Será que Deus se zangou quando Gideão pediu a confirmação? Não. Deus cumpriu com o pedido. Depois que o Senhor disse a Gideão para ir contra os midianitas e amalequitas, Gideão respondeu dizendo ao Senhor: "Se você vai salvar Israel por minha mão, eu preciso de uma prova de que você estará comigo. Porei um velo no eirado à noite, e se ele estiver cheio de orvalho da manhã e no chão em torno estiver seco, então eu sei que você vai salvar Israel por minha mão" (minha paráfrase).

Velo é um couro peludo de carneiro, que se usava para dormir ou fazer roupas. Quando Gideão levantou de manhã, a lã está cheia de orvalho, mas o chão em torno estava seco. Essa prova foi suficiente? Não. Gideão teve a audácia de dizer ao Senhor "Preciso de mais provas. Esta noite, se você fizer o chão ao redor da lã ficar molhado de orvalho e o velo ficar seco, então eu saberei que você guiará Israel por minha mão". Deus ficou irritado? Não. Sem uma palavra dura sequer, o Senhor cumpriu com o pedido mais uma vez. Dessa vez Gideão finalmente aceitou o fato de que o Senhor realmente lhe entregaria os inimigos de Israel.

Mas isso não é tudo. Mais tarde, mesmo sem um pedido, o Senhor deu Gideão uma confirmação adicional. Como Israel estava prestes a invadir o arraial dos midianitas e amalequitas, Deus disse a Gideão para tomar o seu servo e esgueirar-se para o acampamento dos inimigos de noite, onde ouviram o sonho de um midianita. O sonho revelava que os inimigos de Israel seriam derrotados pela "espada de Gideão". Cobrado por esta nova confirmação, Gideão levou seu clã para derrotar o inimigo.

Deus não mente, não nega ao povo a confirmação de Sua vontade. Como pai, você não estaria disposto a expor sua vontade para um filho, sem qualquer sombra de dúvida? Afinal, você não quer que seu filho entre em apuros. Você quer que ele seja bem-sucedido em tudo que faz, e vai impedir que o seu filho bagunce a própria vida.

Deus não faz diferente, apenas Seu amor por você e Seu interesse em seu sucesso são muito maiores do que o seu interesse por seus próprios filhos. Se é imperativo que você saiba qual é a Sua vontade, continue perguntando e buscando até que esteja claro. E, se ainda há dúvida na sua mente, pare e peça a confirmação. Quando se trata de saber o que Deus espera de você em termos de ações e atitudes, você tem todo o direito de pedir instruções claras e inequívocas de Deus. Ele nunca fez da Sua vontade um mistério para a humanidade; peça orientação e você receberá.

Lidando com o silêncio de Deus

O que fazer nesses casos, quando você orou com fé, tem feito tudo o que você precisa fazer, sabe que não está pedindo nada fora da vontade de Deus, mas ainda não há resposta? O amigo doente ainda está doente. Você ainda está sem dinheiro e sem emprego à vista. O cheque não veio como prometido. Todos nós passamos por tais experiências. Estamos pedindo com fé, mas Deus não está dizendo nada.

O que você faz quando isso acontece? A maioria não faz nada. Nós podemos rodear um pouco falando sobre o nosso "teste de fé", mas, no final, o silêncio de Deus é aceito com resignação estóica (ou desdenhosa), assumindo que pedir mais sinais é falta de fé. Assumimos um fatalismo bíblico e piedoso. Afinal, Deus ainda parece duro, não é mesmo?

Não tenha tanta certeza de que o silêncio de Deus é sua resposta final, ou que é "sinal" para você calar a boca. Se você tiver feito tudo certo e tiver feito o seu pedido com fé, considere Seu silêncio como um convite para se aproximar Dele e falar. Se sua fé está alinhada com Ele, é perfeitamente normal querer saber por que Deus "não retorna as ligações". Se você tem orado com fé, então você deve persistir perguntando por que a resposta de Deus é "não", ou porque Ele é silencioso. Deus realmente deseja se comunicar com você porque você é seu amigo e filho. "Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e difíceis, que não sabes" (Je 33:3).

Então, ore sem cessar e não desista até que Deus responda de uma forma ou outra; até que você esteja certo da Sua vontade. Alguns vêem essa busca persistente da atenção de Deus como  falta de fé, mas a verdade é que a Bíblia está repleta de exemplos de persistência. E aqueles que têm sido persistentes com Deus têm sido recompensados com o Seu amor e favor.

Havia dois cegos sentados à beira da estrada, quando Jesus veio de Jericó. Eles gritaram para que Jesus tivesse misericórdia, mas a multidão que seguia Jesus tentou silenciá-los. Qual foi sua resposta? Eles gritaram ainda mais alto. Jesus ficou tão impressionado com a sua persistência que  teve compaixão deles e os curou (Mt 20:29-34).

Imaginem o curso da história se Jacó tivesse dito: "Tudo bem, eu desisto", quando o Senhor lhe disse para ir embora. Gênesis 32:24-29 registra o duelo mais fantástico da história: Jacó luta com alguém que ele identifica como Deus, até amanhecer. Quando o dia vem, o Senhor diz a Jacó: "Deixa-me ir, porque já a alva subiu". Apesar de ferido e esgotado, Jacó responde: "Não Te deixarei ir, se não me abençoares". O Senhor não fica chateado pela persistência de Jacó; Ele lhe recompensa com uma nova história e um novo nome, porque Lhe agradou. Jacó mostrou sua fé através da persistência, e foi recompensado porque estava disposto a empenhar-se com Deus! Por outro lado, se com resolução - e desdenho pelos infortúnios - Jacó se recusasse a confrontar Deus, teria sido o mesmo que retirar-se da presença Dele, e não teria havido nenhuma bênção.

Deus espera participação ativa de seus filhos. Lembre-se também que Jesus nos diz para pleitear nosso caso diante do Pai, com persistência implacável, até recebermos a Sua graça. Ele diz que devemos ser como a viúva ante o juiz injusto (Lc 18:1-8). "E Deus não fará justiça aos Seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que seja tardio para com eles?". Em outras palavras, embora Deus nem sempre responda imediatamente, ele irá responder se você não desistir. Sua persistência é prova de fé.

Quando Deus não vai te ouvir

Deus quer ter uma comunicação íntima contigo. Mas você deve saber também que existem momentos em que você poderia muito bem não perguntar, porque Ele não vai ouvir...

Um desses momentos é quando você está pecando e sabe bem disso. Se estiver pecando sem saber, Ele fará todo o imaginável para que você descubra se corrija. Ele ainda vai lhe dar uma ajuda extra para se livrar do pecado. No entanto, se você tem se posto em contrário à Sua vontade e recusa-se a parar, não espere uma resposta quando você orar, pois a resposta já é "não". Deus não ouve pecadores, para protegê-los do Seu juízo (Is 59:1-3).

Quando um pecador se arrepende há muita alegria no céu, e Deus certamente vai ajudar essa pessoa, porque o arrependimento é o que Ele mais procura no pecador. Por isso, se sua consciência foi se incomodando com algo que você tem feito, é provável que Deus esteja lhe dizendo para parar e desistir. Só então você poderá contar que Deus ouve suas petições. Afinal, qual pai favorece a criança que se recusa a ouvir as suas instruções?

Outro tipo de comportamento que transforma a resposta de Deus é perdoar. Jesus deixou muito claro que aqueles que que se recusaram a perdoar esperem o perdão de Deus. "Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas se não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai não vos perdoará as vossas ofensas" (Mt 6:14-15).

A razão para isso deve tornar-se óbvia se você pensar no assunto. Submetendo-se a torturas e morte, Jesus pagou o preço pelo perdão de Deus para você. Agora você não tem que morrer para pagar seus pecados. Se Ele estava disposto a dar tanto que você tem o perdão de Deus, você deve estar disposto a conceder perdão aos outros. Em comparação com o que Cristo fez por você, o seu perdão aos outros é realmente uma questão pequena. Assim, não alimente as mágoas e ofensas que você sofreu... Não deixe o sol se pôr sobre sua ira, pois você vai dar ao diabo uma abertura em sua vida (Ef 4:26-27). Resolva suas diferenças de forma rápida; repare as ofensas, na medida em que for capaz, e perdoe os outros setenta vezes sete vezes (Mt 18:22).

A falta de perdão garante que você não irá receber a atenção que você quer de Deus. Isto é ser arrogante ou orgulhoso. Orgulho e arrogância são tão ofensivos a Deus que você poderia estar fazendo tudo certo e encontrar-se longe de Deus, por ser orgulhoso. "Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes" (Tg 4:6). Na verdade, dentre as coisas humanas que Deus encontra de pior, o topo da lista é a arrogância. "Estas seis coisas o SENHOR odeia, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, ..." (Pv 6:16).

Qualquer pai é repelido por uma exibição de orgulho ou arrogância em uma de suas crianças, e Deus não é diferente. Então confira você a sua atitude. Tenha certeza que você não está fazendo-se "superior" em relação aos outros. Certifique-se que você estima as outras pessoas como melhores do que a si mesmo (Fp 2:3-4). Ou seja, coloque as necessidades dos outros à frente das suas próprias. Esse é o melhor antídoto para o orgulho.

Há muito mais que poderia ser dito sobre as ações e atitudes que bloqueiam a comunicação com nosso Pai, mas a maioria dos problemas que encontramos cai nas três categorias mencionadas: pecado, perdão e orgulho. Então, faça como o Paulo recomenda e examine a si mesmo (2Co 13:5). Certifique-se que a sua linha de comunicação com Deus permanece em aberto.

Alguns maus conselhos sobre oração

Nossa aproximação de Deus afeta nossa capacidade de orar com eficácia. Acrescentemos aqui comentários sobre uma "moda" de que a reivindicação é a maneira mais eficaz de orar. Muito tem sido escrito e proclamado no púlpito sobre fórmulas de oração. Alguns declaram que não há uma fórmula eficaz para intercessão, ou para a cura. Outros apresentam fórmulas para as orações de louvor e imprecatórias (que rejeitam, punem ou castigam). Há verdadeira receitas para garantir que "Deus vai ter que conceder" nossos pedidos.

Há, no entanto, uma coisa ignorada na teologia de fórmulas de oração: não estamos lidando com um computador. Estamos lidando com Deus. Não somos feiticeiros queimando encantamentos para evocar um demônio que realize o nosso desejo... somos filhos aprendendo a falar com nosso pai.

Será que tínhamos uma fórmula para falar com mamãe e papai, garantindo que conseguiríamos deles qualquer coisa? Obviamente não. As conversas com meus pais estavam sempre cheias de nuances. Não eram apenas as palavras que trocávamos... o ar estava cheio de emoções, atitudes, expressões faciais e gestos, uma comunicação que abrangia a totalidade do meu (pequeno) ser. Que ofensa a Deus, pensarmos que Ele seria poderia convocado a nos atender por um coro ensaiado de palavras! Nossa capacidade de conhecer o Pai e falar com Ele leva tempo e muita atenção. Requer convivência!

Aqueles que defendem as “virtudes" de orações pré-formuladas estão tentando encontrar a maneira do preguiçoso chegar às riquezas. Acham que podem manter Deus mais longe que o comprimento do próprio braço e ainda receber Suas bênçãos. Eles querem o lucro máximo com investimento mínimo. No entanto, de uma extremidade da Bíblia à outra, Deus concede Seus favores a Seus amigos, àqueles a quem Ele conhece intimamente. Aqueles que promovem o negócio da oração-fórmula pode muito bem ser os únicos a quem Cristo, o juiz, declara:

"Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, você que praticais a iniquidade!"  (Mt 7.23).

O poder da oração focada

Quando você era criança, provavelmente orou: "Deus, abençoe mamãe e papai, e por favor, proteja-nos com seus anjos. Amém". Isso era bom o suficiente para a tenra idade. Afinal, sabíamos pouco sobre o mundo ou qualquer um nele, não havia muito a esperar de nós. Mas, infelizmente, muitos cristãos nunca foram além de "abençoe mamãe e papai". É simples dizer porque suas orações são ineficazes, mas eles continuam perplexos quanto à razão.

Uma das coisas mais importantes para a oração eficaz é o foco. Naturalmente, esse princípio funciona em qualquer empreendimento. A qualidade das criações de um mestre carpinteiro é proporcional a sua habilidade com as ferramentas, a sua atenção a cada detalhe, e sua determinação para produzir uma cadeira ou mesa perfeita.

Nas relações humanas damos atenção para os problemas e necessidades daqueles que amamos, pensando que de alguma forma poderíamos ajudar. Por outro lado, quando ouvimos sobre a fome na África ou a taxa de mortalidade por câncer, podemos dizer "muito ruim", mas esses pedaços de notícia raramente nos levam a atos de compaixão ou generosidade. E, mesmo quando respondemos às massas famintas através de alguma ONG, não temos com “aliviar o sofrimento dos outros” a mesma motivação que temos quando esse "outro" é um amigo ou um parente.

Pense no que isso significa em termos de oração. Você pode orar com o mesmo fervor para alguém que nunca conheceu e para alguém querido? É duvidoso. Quando oramos por alguém, precisamos de informações específicas o suficiente para sermos movido de compaixão verdadeira por aquela pessoa.

A Bíblia diz que Jesus aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu (Hb 5.8). Nesse ponto ela nos descreve também, se permitimos a Cristo viver dentro de nós. Temos a Sua imagem e aprendemos muito através do sofrimento. O que podemos aprender com a dor nos faz eficazes em nossas orações. Qualquer um que sofreu com o divórcio sabe de antemão o que sente um irmão passando por isso. Em circunstâncias semelhantes, a pessoa pode intervir eficazmente com Deus pelo sofrimento de seu próximo, enquanto este provavelmente será incapaz de orar competentemente por causa do tumulto emocional.

Da mesma forma, aqueles que sofreram com uma doença grave são mais capazes de orar eficazmente pelos doentes. A memória do próprio sofrimento nos traz as necessidades do doente em foco, de tal forma que outros nunca poderiam entender. Qualquer uma das nossas experiências de vida faz entender as aflições das pessoas. A nossa proximidade para com elas e desejo de seu bem-estar nos motivam a "estar na brecha" para interceder por eles.

Conclusão

Obviamente, este artigo não contém tudo o que pode ser dito sobre a oração. Há livros e outros materiais de estudo disponíveis (e, infelizmente, também alguns materiais enganosos). É minha esperança que você procure todas as vias possíveis de conhecer mais intimamente o Pai.

Ore e dependa Dele para discernir entre o útil e o inútil. Se você procurar ativamente por Ele, confiará mais em Sua direção e ajuda do que nas "autoridades". Não digo que você deve jogar fora seus livros e deixar seu cérebro na porta da igreja antes de entrar... pelo contrário, a intimidade com Deus permitirá que você vislumbre toda autoridade real, porque você conhece Ele e Sua vontade.

Em nossa discussão, falamos sobre compreender Deus e Sua vontade. Mas tão importante quanto saber a Sua vontade é fazer a Sua vontade. Isso é onde muitos de nós falham. Assim como estamos mais dispostos a considerar os pedidos dos nossos filhos quando vemos neles um desejo real de fazer o que pedimos, Deus é mais acessível e generoso quando obedecemos. Deve-se ressaltar, entretanto, que a nossa obediência não pode ser com a finalidade de evitar a punição. Pelo contrário, devem ser originários de nosso desejo de agradá-Lo. Uma pessoa que obedece simplesmente para evitar a punição é uma pessoa que não crê na bondade de Deus, e é a Sua bondade (não a ameaça do inferno) que nos leva ao arrependimento (Rm 2.4).

Desde o início, Deus mostrou que deseja um relacionamento baseado no amor, em vez de medo. É a partir desse amor que passamos a conhecer o coração de Deus e obedecê-Lo com um coração compreensivo. Podemos acreditar que tudo o que pedimos, em nome de Jesus, Ele ouvirá. Ele disse: "lançai todos os seus cuidados sobre Ele, porque Ele tem cuidado de vós" (1Pe 5.7).

"Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais. Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração." (Jr 29.11-13)

Então, o que você está esperando? Tenha ousadia diante do trono da graça (Hb 4.16) e faça suas petições conhecidas por Deus, pois a intimidade que você e Ele vão compartilhar é o que faz cada oração ser respondida.

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