quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O sexo dos santos

prova cabal de que boca + morango = sexo

Esse texto abaixo é do Paulo Brabo e era conhecido como "Vamos pregar sobre sexo". Depois tem uns comentários (úteis?) sobre ele.

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O horror que cristãos de todas as estirpes nutrem ainda contra o corpo, contra o prazer sensorial e contra a sexualidade não se origina na herança da Bíblia hebraica, na tradição dos apóstolos ou no ensino de Jesus. Ao contrário: nosso pessimismo sexual não tem suas raízes na tradição bíblica, mas na influência exercida pelos filósofos estóicos e gnósticos sobre os cristãos dos quatro primeiros séculos.

Os filósofos estóicos prescreviam o controle completo da vontade sobre as paixões e as emoções. Seu ideal de humanidade era em tudo semelhante ao personagem Dr. Spock da série Jornada nas Estrelas original: um homem que busca honestamente a virtude, mas desconhece o tráfico, tipicamente humano, com as frustrações e os prazeres. Dos estóicos (como Sêneca, tutor de Nero) herdamos a hipervalorização do celibato e a idéia da abstinência dentro do casamento como coisa virtuosa. Os estóicos ensinaram-nos a noção extrabíblica de que todo prazer sensorial é uma ameaça e uma tentação, e que portanto a única atividade sexual legítima é a que visa a procriação.

Os gnósticos, por sua vez, criam que o mundo físico não era obra de um Deus bom, mas de demônios... CONTINUE LENDO NO ORIGINAL

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Esses dias têm visto o embate “sexo e igreja - o que Cristo tolera sobre o sexo que você faz”. Com bem poucas exceções (nas quais eu acredito - mas tenho pouca fé), o ser humano é fortemente dotado de um impulso sexual. Freud afirmava que esse impulso existe desde seus primeiros dias fora do ventre. O que percebemos é que ele toma real expressão de “sexualidade” na adolescência. O que outro diria é que nós simplesmente não temos uma época de reprodução, um gatilho orgânico para a coisa: a sexualidade está por aí, à nossa volta, o tempo todo. A pergunta é: “isso é coisa de Deus?”

A primeira referência bíblica à sexualidade está em Gn 2.25: “O homem e sua mulher viviam nus, e não sentiam vergonha”. Logo depois em Gn 3.7 a situação muda para “Os olhos dos dois se abriram, e perceberam que estavam nus; então juntaram folhas de figueira para cobrir-se”, e também Gn 4.1 Adão teve relações com Eva, sua mulher, e ela engravidou e deu à luz Caim.” Esse relato de Moisés parece com o crescimento sexual humano - a ausência do desejo/tabu na infância, a descoberta da sexualidade e depois a concretização dessa sexualidade na geração de um filho.

Referência bíblicas sobre a sexualidade, ou mais especificamente o “impulso sexual” estão por todo lado. Não era diferente naqueles tempos...

Pv 5.3 Porque os lábios da mulher estranha destilam favos de mel, e o seu paladar é mais suave do que o azeite. Mas o seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois gumes.

Pv 5.18 Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade. Como cerva amorosa, e gazela graciosa, os seus seios te saciem todo o tempo; e pelo seu amor sejas atraído perpetuamente. E porque, filho meu, te deixarias atrair por outra mulher, e te abraçarias ao peito de uma estranha?

Pv 30.18 Estas três coisas me maravilham; e quatro há que não conheço: o caminho da águia no ar; o caminho da cobra na penha; o caminho do navio no meio do mar; e o caminho do homem com uma virgem. O caminho da mulher adúltera é assim: ela come, depois limpa a sua boca e diz: Não fiz nada de mal!

Em outras palavras, havia claras advertências sobre a imoralidade sexual e a atração que o sexo oferece muito antes de existir a Bíblia que conhecemos. Em sua carta aos gálatas, Paulo cita o lado ruim do sexo como sendo a imoralidade e o lado bom como sendo o amor e a fidelidade. Esse lado bom aparece em “guias de comportamento sexual” como o Cântico dos Cânticos e ensinos também explícitos como

Dt 20.7 E qual é o homem que está desposado com alguma mulher e ainda não a recebeu? Vá, e torne-se à sua casa, para que porventura não morra na peleja e algum outro homem a receba.

Dt 24.5 Quando um homem for recém-casado não sairá à guerra, nem se lhe imporá encargo algum; por um ano inteiro ficará livre na sua casa para alegrar a mulher, que tomou.

Uma tradução desses versos poderia ser: “faça sexo com sua esposa”. Até mesmo um dos 10 Mandamentos (Ex 20) remete à atração sexual entre as pessoas. A quantidade de vezes que as referências ao sexo aparece na Bíblia dá uma noção de quão forte esse instinto é para os ser humano e, portanto, o quão necessário é a direção de Deus nesse assunto. Uma vez B.F. Skinner observou que o ensino da sociedade sobre os sentimentos é muito pobre, comparado com outros ensinos que temos. Nós jamais sabemos o que de fato se passa na mente de outra pessoa! Em outras palavras, quase todo o ensino que temos sobre o sexo dentro de nós é o que nós mesmos nos permitimos e o que Deus nos dá. Mas então, como Deus trata o sexo - proibido ou permitido?

A explicação mais correta de “uma só carne” (Gn 2.24), repetida diversas vezes em toda a Bíblia, é justamente sexo. A Bíblia diz que o sexo une as pessoas, corporal- e espiritualmente. Essa união pode ser em louvor ao Senhor, quando é feita dentro do casamento - por isso a recomendação ao sexo e toda intimidade que exista entre o casal! Mas, forte como é no ser humano, essa união pode ser feita também para a desgraça de ambos, e é sobre isso que fala Lv 18. Em uma carta à igreja de Corinto, que sofria por problemas de sexualidade, Paulo escancara a virtude do sexo no casamento e o malefício do sexo fora dele. A insistência da Bíblia nesse tema vem de ser ela, no fim das contas, o que realmente nos traz um bom ensino. Se o sexo fosse uma ação apenas corporal, certamente não receberia tanta atenção de Deus, nem seria uma das principais armadilhas do diabo.

1Co 10.12. Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia! Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele lhes providenciará um escape, para que o possam suportar. Por isso, meus amados irmãos, fujam da idolatria.

Até o sexo pode ser um ídolo em sua vida, tomando o lugar de Deus, se não for conduzido por ele. Para muita gente, foi vendida a idéia de que igreja e sexo são coisas separadas, inimigas até. Com a graça de Deus, isso pode mudar.

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