sábado, 10 de novembro de 2012

A magistral assinatura de Deus

Olha eu aqui de novo, quimicamente misturando closcesarato de daniel com cetanato de anne. Pode ser que exploda, especialmente se pulverizado numa matriz de brabeato de paulo. Vixe, se isso acontecer!

"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia." (Mateus 23.27)

"Ai de vós! porque sois como as sepulturas que não aparecem, sobre as quais andam os homens sem o saberem." (Lucas 11.44)

Chama-me atenção essas duas lamentações de Jesus Cristo. Elas são parecidas mas não iguais. Confesso que por muito tempo elas me pareciam ser a mesma coisa. Estudando um pouco, vi que existe diferença entre elas. Apesar de se referirem a judeus hipócritas, para o cristianismo podem representar 2 tipos distintos de falsos pregadores, falsos cristãos e falsos profetas.

Na passagem do evangelho de Mateus, Jesus lamenta o fim daqueles que parecem ser mais do que realmente são. Vejo Cristo lamentando pelos pseudo-apóstolos e seus ternos cheio de brilho e perfume forte para que não passem despercebidos no meio da multidão. Vejo Cristo lamentando pelo fim dos falsos profetas e suas revelações que não transformam, mas aprisionam ainda mais o homem... Homens que rodam o mundo atrás de discípulos para si mesmos e uma religiosidade na qual eles mesmos não crêem.

Eles são sepulcros caiados, falsidades pintadas de branco e com algum brilho... todo mundo que passa vê e consegue claramente identificar. Admira sua beleza, ou sente repulsa. Quem se mete com esse tipo de sepulcro, deliberadamente o faz. Compactua com essa "beleza". Quem rejeita se afasta, não vê ali nenhum caminho ou até algo que contamina. 

No evangelho de Lucas, há outro tipo de hipócrita, um religioso temente ao homem e não a Deus. Escravo do pecado, temente da própria consciência, perturbado com suas dúvidas e refém de sua carnalidade. Adepto de um teísmo que põe o homem no centro mas que precisa esconder-se atrás de uma cortina chamada “Deus”. Com aparência de temor a Deus, não passa de demência humana. Julga tudo carnalmente e busca em seu próprio coração a resposta para os mistérios do Senhor. Deus então é um soberano limitado, capaz de oferecer a Salvação, mas não de colocá-la em prática. Assim, quem se mete nessa “sepultura” é um desavisado, inexperiente ou confuso, que se deixa enganar.

Tanto um como outro conduzem somente até onde os seus pés alcançam ou até onde sua mão pode pegar. Ambos são perigosos, o primeiro porque é um lobo disfarçado e o segundo porque é um cego perdido dizendo para que todos o sigam. Escapar de um e de outro poderia ser uma tarefa difícil, se Jesus não tivesse nos provido com o Espírito Santo para dizer a cada um, bem lá no fundo da alma e com toda a clareza possível, o que deve e o que não deve ouvir, o que é certo e o que é errado, ainda que o coração seja bem corruptível.

Vou dar um exemplo prático de como o Espírito Santo ou esses dois camaradas podem te ajudar. Você tem uma inimizade, um assunto mal-resolvido ou qualquer outra pendência em certo lugar (que pode mesmo ser a igreja!). As pessoas não são perfeitas, as relações entre elas são menos ainda. Carnalmente, os instintos mais profundos do seu eu te afastariam do lugar, por uma questão simples de sobrevivência. Ficar longe do perigo sempre foi saudável. No entanto, digamos que você tenha juntamente alguma dívida, amizade ou bem-querer pelas pessoas ali. Eis a dúvida entre fugir e enfrentar!

O primeiro tipo de sepultura te sentenciaria a ir lá pois Deus revelou [a ele] que você precisava ir ou ele mesmo ia te colocar uma bênção tão forte que nada poderia te acontecer enfrentando os seus medos. Se você desobedecer, talvez te colocasse uma maldição ainda mais forte. Você se sentiria tentado a lhe agradecer se tudo desse certo, no final, mas ele provavelmente vai lhe cobrar antes que qualquer resultado apareça.

O segundo tipo ia se oferecer para ir ao lugar fazer um meio de campo, talvez lhe desse algumas aulas sobre como enfrentar as pessoas, possivelmente faria (até bem) o trabalho de um legítimo motivador. Talvez até tivesse experiências fortuitas para lhe contar sobre o assunto. Muitos bons amigos fazem assim...

Mas repare que, independentemente do primeiro sujeito e também do segndo, sempre pode acontecer o pior. Se isso ocorresse, ambos diriam (tal como os amigos de Jó) “você não teve fé o suficiente”. Claro que a culpa é sua, de quem mais seria? Ele fizeram sua parte, se Deus não te proveu, é porque você não quis.

O ponto problemático é que ninguém pediu para que você ouvisse Deus a respeito, e o Espírito Santo sempre tem nos plantado a certeza do CORRETO desde que nos comprometemos com Ele. Algumas boas respostas às questões humanas estão na Bíblia, mas evidentemente ela não contém TODAS as respostas. Sempre é boa coisa primeiro consultar a Palavra, mas pode ser que você seja alguém mais problemático e realmente não tenha nada lá que te mostre uma luz... Não porque Deus seja limitado, mas muitas questões simplesmente nunca haviam sido feitas quando os textos dali (o mais recente datando do 2º século D.C.) foram escritos. Mesmo os profetas não teriam podido descrever todos os eventos de todos os tempos, especialmente os mais íntimos da sua pessoa.

Entretanto, com Bíblia ou sem, Jesus prometeu “eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.20), anunciando para tal que deixaria entre os homens O Consolador, para ficar para sempre e nos lembrar as Suas palavras (Jo 14). Ele não prometeu um manual de regras, uma linhagem de iluminados ou mesmo alguém mais abençoado que os mortais: falou em estar aqui Ele mesmo, ainda que noutra forma. Após não encontrá-la em todo o escrito que Ele deixou, você não poderia então Lhe fazer a pergunta verdadeira em seu coração?

Talvez a resposta seja simples, talvez seja complexa, pode até ser que tarde. E pode ser que você também escolha NÃO COLOCÁ-LA EM PRÁTICA, seguindo assim um deus diferente. Ninguém pode prever o que o Senhor lhe dirá, nem pode entender o que a resposta ou o silêncio Dele significa para você, mas inevitavelmente o seu comportamento será a medida do que realmente ocorre no seu íntimo, se você ouve ou não as coisas que o Senhor diz. Ele não falou numa parábola em florescer as sementes que seguissem o Seu ensino?

Se você está pensando em “teologia da prosperidade”, pode parar por aí. Nem sempre os caminhos apontados por Deus trazem dinheiro (na verdade, as evidências são de que levam o dinheiro embora). Nem sempre são bonitos e floridos, ou cheios de fama e glória (de novo, o curriculum vitae do fundador do Cristianismo advoga algo bem diferente). Mas são caminhos que inevitavelmente mostrarão o quanto Ele fala contigo.

Muitas igrejas enxergam que uma pessoa ouve a Deus quando ela “dá seu testemunho”. Essa formalidade passa às vezes por cerne e a razão de ser, por propósito da conversão de alguém ou até como objetivo da fé. Claro que o testemunho “palavrório” cimenta nos membros da comunidade o senso de pertença ao grupo, além de servir como ferramenta de propaganda da organização, mas não parece ser algo que o evangelho realmente preze ou atribua importância. Paulo, por exemplo, não deixou relatos sobre sua conversão, ainda que todo sua auto-biografia transpire as ações divinas. Seu testemunho foi em ações... Os apóstolos que escreveram os evangelhos sinóticos são ainda mais concisos sobre isso, usando a 3ª pessoa para narrar os fatos em todo tempo. E, novamente, sua vida (conforme relatos de outros) exalava o perfume das obras do Senhor. Davi, por outro lado, deixou muito salmos explicitamente dizendo como Deus o livrava e salvava, mas curiosamente nenhum sobre o momento mais “fiel” de sua vida, na frente de batalha junto ao gigante Golias. Esse relato ficou nas palavras do profeta Samuel...

É possível, então que alguém seja guiado por Deus e não diga isso? Sim, ainda que uma análise de sua vida talvez mostre efetivamente as digitais do Mestre. É possível que alguém também grite grandiloqüente as obras de Deus sem que tenha ouvido qualquer coisa Dele? Jesus falou sobre isso, certa vez, aos que profetizavam, expulsavam demônios e realizavam maravilhas: “Nunca vos conheci !” (Mt 7.23). Às vezes achamos que Deus somente pode se mostrar através de eventos grandiosos como a travessia do Mar Vermelho, mas acabamos excluindo Ele de nosso dia-a-dia, das pequenas ações onde poderíamos nos basear em seus ensinamentos e perguntar a Ele como agir.

Se você achar por bem contar as obras de Deus publicamente, nada o impeça. A boca fala do que o coração está cheio, as ações também (mas não sua intrepretação!). Jesus conhecia o coração dos fariseus que Ele acusava de seculcros, ainda que as pessoas os tivessem como exemplos morais e até honrassem como "os mais santos". No final, entre tantos que Ele curou ou que até sentaram-se para ouví-lo falar, talvez partilhando pães e peixes produzidos da forma mais divina, muitos foram ao pátio de Pilatos para escolher... Barrabás. E Jesus, vindo como O Salvador, acabou acusado de insultador de Deus, pelo Seu povo.

Quem poderia realmente conhecer o seu coração? Ainda que você nada conte, serão somente conjecturas suas quanto ao que as pessoas entenderam. No caso de um testemunho, ele não passa antes pela aprovação do pastor e da comunidade? Não seria essa comunidade a gritar de repente "Barrabás"? Talvez alguém fale bem de você no futuro, talvez digam até "foi um seguidor de Cristo", mas certamente não será você mesmo, se tudo funcionar ainda nos moldes bíblicos.

Saiba que, ao final, sua vida terá sido escrita [e neste caso já está sendo assim] segundo o deus que você segue, de uma forma ou de outra. A beleza do Artista se mostra na obra que Ele produz.

"Eu falo do que vi junto de meu Pai, e vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai.
Responderam, e disseram-lhe: Nosso pai é Abraão.
Jesus disse-lhes: Se fósseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão."

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