terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Roubei do Ed



Talmidim 008 - Unção

Jesus foi a Nazaré, onde havia sido criado, e no dia de sábado entrou na sinagoga, como era seu costume. E levantou-se para ler. Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías. Abriu-o e encontrou o lugar onde está escrito: "O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor" (Is 61.1-2). Então ele fechou o livro, devolveu-o ao assistente e assentou-se. Na sinagoga todos tinham os olhos fitos nele; e ele começou a dizer-lhes: "Hoje se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir". (Lucas 4.16-21)

As pessoas costumam dizer que Jesus fez o que fez porque ele era Deus. "Ah, se eu fosse Deus, também andaria sobre as águas", é o que geralmente pensam. "Eu também transformaria água em vinho", ou "Se eu fosse Deus, também ressuscitaria os mortos". Mas a grande verdade do evangelho é que Jesus fez o que fez não porque era Deus, embora fosse, mas porque era o homem perfeito, e ser um homem perfeito significa ser um homem absolutamente submisso à ação do Espírito Santo de Deus. Jesus fez o que fez não porque era Deus, mas porque era homem cheio do Espírito Santo.

Nesse sentido, Jesus foi o que Adão deveria ter sido: um homem sem pecado, no mais profundo do significado que a Bíblia atribui ao pecado. Pecado, conforme a bíblia nos ensina, não é simplesmente roubar, matar ou mentir. Pecado é o estado de rebeldia do ser humano contra Deus. A narrativa bíblica registrada em Gênesis diz que o pecado se instala na história humana quando o primeiro casal - Adão e Eva - come da árvore do conhecimento do bem e do mal. "A partir de agora eu cuido da minha vida" é o que o ser humano diz a seu criador. "Você não tem nada a ver comigo, quem vai dizer o que é certo ou errado, o que é bem e o que é mal, sou eu". Isso é o que a Bíblia conceitua como pecado: a pretensão de independência e autonomia do homem em relação a Deus. Isso enche de significado e imprescindível importância a declaração de Jesus: "Eu sou o filho de Deus, e estou absolutamente rendido e obediente ao Espírito Santo de Deus, que me ungiu". Em outras palavras: "Adão se rebelou contra Deus, mas eu me submeti absolutamente a Deus. Adão pretendeu ser independente de Deus, mas eu escolhi ser absolutamente dependendo do Espírito Santo de Deus, que está sobre mim".

A unção a que Jesus se refere tem pelo menos três significados: autoridade, legitimidade e capacidade. A mesma autoridade que tinha Adão para sujeitar a terra e dominar sobre a criação; a legitimidade de quem é de fato Filho de Deus; e a capacitação que somente quem é movido pelo Espírito Santo pode ter. Autorizado, legitimado e capacitado pelo Espírito Santo, Jesus é quem é, e faz o que faz.

Livro publicado pela editora Mundo Cristão

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