terça-feira, 23 de agosto de 2011

As aparências enganam - olhando por dentro...

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Esse vídeo é realmente belo. Ele mostra algo que nos faz bem lembrar: somos exemplo para os filhos. Se eles produzirão bons frutos, muito será resultado dos valores aprendidos dos pais e das pessoas que os rodeiam. Em outras palavras, nós mesmos. Isso é sério: nós somos modelo para muito mais gente que os filhos.

Talvez você seja aquele que chega cumprimentando “A paz do Senhor, irmão”. Você cumprimenta assim só os membros da tua congregação? Quem sabe você fale um “igrejês” fluente, capaz de ser reconhecido como evangélico onde pisar. Talvez você use o igrejês na igreja e o mundanês fora dela; pode ser que fale igrejês ou mundanês em todo lugar. Ou então use uma roupa específica, algum tipo de moda culto. De repente você vai aos cultos de havaianas e bermuda mesmo... Na verdade, não faz diferença alguma. Jesus - que deve ser o nosso modelo - não usava roupas diferentes ou falava diferente quando estava junto aos discípulos, nem eles faziam isso entre si.

Na falta que o mundo moderno tem de sociedade - isto é, pessoas agindo juntas por alguma razão - a igreja tem grandes chances de se tornar a “sociedade” sua. Ou ser, pelo menos, “uma das” sociedade suas. De fato, vemos muitas pessoas que usam uma vestimenta, um jeito, um modo de agir e falar no trabalho e outro - bem igrejês - quando está na congregação, nos cultos. Esse é o crente de duas caras, famoso frequentador das congregaçoes. Trata-se de um camarada que não vê na vida proposta por Jesus uma forma de viver, mas conseguiu achar “na igreja” um lugar para ser aplaudido pelos valores mundanos. Quem está mais errado? Quem representa ou quem aplaude? Fiquemos com essa pergunta.

Ficaremos aqui com o pessoal de uma cara só. Ou seja, aqueles que são na igreja o que são fora dali - com igrejês onipresente ou oniausente. Pelo menos são gente sincera.

Aqueles que nunca vestem o igrejês, ou seja, que agem da forma mais mundana possível no meio da congregação, esses de fato nunca entraram na igreja. Vai uma dica de como achá-los: são sexualmente imorais, teriam vergonha de contar suas práticas mesmo para um grupo de adultos; conhecem a lei de Deus mas dão umas “escapadinhas” de vez em quando; têm coisas que consideram mais sagradas que as leis de Deus; valorizam a ira, o poder de si mesmo sobre os outros; são egoístas e dão bem menos aos outros do que a si mesmos; causam divisões entre as pessoas, ao invés de uni-las; se embriagam; dão enorme valor ao prazer próprio. Não fui eu quem marcou essas características. Foi Paulo e, portanto, reclame com ele ou rasgue da sua bíblia a carta que ele escreveu às igrejas da Galácia. Gostaria que você reparasse, nessa lista infame, a falta de características externas, da aparência.

Para a turma que veste igrejês, que tem AQUELA CARA de crente, eu gostaria de propor uma consideração. Que avaliem em si quanto demonstram de amor; de alegria; quanta paz levam onde vão; quanta paciência são capazes de ter; quanta gentileza costumam expressar; o tanto de bondade podem oferecer; a mansidão que podem demonstrar e quanta responsabilidade assumem pelas próprias ações. De novo, essa lista é de Paulo. Se Jesus falava sério em conhecer a árvore pelos frutos, o cristão deveria ser reconhecido por avolumar essas características que, de novo, nada falam sobre a aparência. Talvez Paulo não se importasse em nada com o que as pessoas aparentam do lado de fora da pele, mas sim com o que elas são no lado de dentro.

Por atributos ruins que não tem e atributos bons que deveria ter, o cristão não se mostra pela aparência exterior. Já contava Alguém que o Reino de Deus não viria de forma que se apontasse para ele e se dissesse “Olha ele ali !”, como fazemos com muitos “crentes”. O camarada daquela igreja tanto falada nas crônicas de Atos certamente é reconhecível, mas isso se dá pelas pequenas ações que faz, pelo jeito que interfere com as pessoas e lugares. É algo muito mais delicado do que usar paletó ou saia numa praça, cabelo assim ou assado, dizer este ou aquele bordão. Se fôssemos bons pais, mostraríamos essa imagem sutil e delicada aos nossos filhos. Se fôssemos bons cristãos, mostraríamos ela a todos.

Ei, mas como mostrar aquilo que não somos, oferecer o fruto que não temos? Eis o ponto. Essa questão foi abordada por um sábio plantador das praias, há muito tempo, que dizia “Noite e dia, quer o homem durma ou se levante, a semente germina e cresce, embora ele não saiba como. A terra por si própria produz o grão. Quando o grão fica maduro, o homem lhe passa a foice, porque chegou a colheita" (Mc 4.26-29). O grão é o que esse plantador nos deixou, a terra somos nós - que ao pó voltaremos - e o homem já mandou seu filho dizer que ele tarda, mas vem. Ou seja, cabe a nós mesmos buscar gerar esse fruto, pelo que o semeador mandou o Espírito Santo nos lembrar constantemente como fazer as coisas corretamente (Jo 14.26).

A menos que o Espírito Santo esteja muito esquecido, desde o batismo (de fogo) nós sempre sabemos o que é certo e o que é errado. Em vez esquecer quem somos ou nos fantasiarmos de crentes - para quem também não sabe o que é isso aplaudir - convém remexer nossos espíritos para fazer aquilo que o outro Espírito (ainda mais sem aparência) vem ensinar.

O homem disse que vem.

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