sexta-feira, 17 de junho de 2011

Meu neustã favorito


Em épocas que todos falam de homossexualismo, heresias, etc, resolvi descontrair um pouco com um trecho interessante da bíblia, e que se aplica bem aos dias desse mês.

Jo 3.11. Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos, e testificamos o que vimos; e não aceitais o nosso testemunho. Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais? Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu. E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

Por que Moisés foi levantar serpentes, afinal? Voltemos aos tempos em que os hebreus andavam pelo deserto...

Nm 21.5. E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito para que morrêssemos neste deserto? Pois aqui nem pão nem água há; e a nossa alma tem fastio deste pão tão vil.

Então o SENHOR mandou entre o povo serpentes ardentes, que picaram o povo; e morreu muita gente em Israel. Por isso o povo veio a Moisés, e disse: Havemos pecado porquanto temos falado contra o SENHOR e contra ti; ora ao SENHOR que tire de nós estas serpentes. Então Moisés orou pelo povo. E disse o SENHOR a Moisés: Faze-te uma serpente ardente, e põe-na sobre uma haste; e será que viverá todo o que, tendo sido picado, olhar para ela. E Moisés fez uma serpente de metal, e pô-la sobre uma haste; e sucedia que, picando alguma serpente a alguém, quando esse olhava para a serpente de metal, vivia.

Moisés estava conduzindo os hebreus através da terra de Edom, através do Mar Vermelho, quando sentiram a falta de comida e água. Os hebreus murmuraram contra o Senhor e Deus os ouviu. Deus tinha feito sinais e maravilhas, levando-os do cativeiro dos egípcios, mas as pessoas ainda não acreditavam, ou não confiavam em Deus!

Eis uma semelhança conosco: estamos morrendo por causa do nosso pecado, e não confiamos em Deus. Pecamos principalmente por ter ídolos, seja nós mesmos, seja o dinheiro, o trabalho, a posição social, etc. Jesus advertiu que, como Moisés colocara um sinal no deserto, Ele precisava ser um sinal para o povo. Era necessário que o povo o visse na cruz, para assim crer.

Para quem não sabe (e fique sabendo agora, então), os cultos a serpentes já foram comuns em todo o mundo, e talvez ainda sejam, em algumas partes. Talvez por ser um animal que se move sem ter pés, talvez pela facilidade com que matam ou ferem alguém, ou ainda mesmo por alguma preferência de forma na manifestação de demônios aos seres humanos, foram erigidos muitos deuses-serpente. Isso se aplica principalmente aos povos do oriente médio: egípcios, babilônicos e hebreus. Por isso parece estranho que Jesus e Moisés se associem justamente à forma de uma serpente levantada sobre um poste no deserto, com a propriedade “mágica” de curar... Corrija-me se tal símbolo - uma serpente sobre um poste - não se parece a um ídolo pagão ou coisa pior.

Eu vi discussões muito curiosas sobre essa passagem do livro de Números. Afinal, o texto hebraico faz questão de salientar que eram serpentes ardentes. Porque não apenas serpentes? Uma discussão mais interessante falava sobre o parasita conhecido como Dracunculus, que nos tempos antigos atormentou a Ásia e África. O Dracunculus , ou "verme da Guiné", é um verme longo como um espaguete, com 2 mm de diâmetro e até 1 m de comprimento. Os vermes fêmeas infectam um hospedeiro humano pelas pernas, tornozelos ou pés quando ainda são microscópicos e então crescem no interior dos vasos sanguíneos e linfáticos. Adultas, as fêmeas passam a mover-se sob a pele. Com o tempo, o verme fêmea desenvolve embriões, inflama a pele, abre uma abertura e libera muitos vermes juvenis. Há muita dor e coceira, o que talvez justifique a palavra ARDENTE. Os humanos infectados lavam as feridas, numa tentativa de aliviar a dor, e assim os minúsculos vermes infestam a água consumida por homens e animais. Uma vez dentro do trato intestinal, as fêmeas são fecundadas e os machos morrem.

Quando a fêmea do Dracunculus se expõe através de uma ferida, muitos tentam retirar ela puxando, mas então o verme se parte em dois e origina uma infecção fatal. Números conta que, de fato, muitos morreram “picados das serpentes ardentes”. O modo de remover o Dracunculus é enrolar ele em um pedacinho de pau e puxar muito lentamente, fazendo um carretel, até tirar ele vivo e inteiro.

Lendo a passagem de Números 21.5, alguém pensou que talvez a serpente feita por Moisés fosse uma revelação de Deus numa época de analfabetismo, uma espécie de ilustração sobre como remover um Dracunculus. Talvez olhar para a serpente de bronze enrolada num poste fosse uma forma instruir os israelitas sobre comotirar os vermes. Deus havia mostrado sua preocupação com a saúde de Seu povo quando os proibiu de consumirem certos animais que facilmente transmitiriam doenças entre eles, naquela época e com aquelas noções de higiene (Lv 11), quando revelou modos de tratar a lepra (hanseníase) (Lv 13), quando ensinou como se alimentar (Dn 1) e, por isso a idéia parece tão lógica que talvez tenha algum sentido!

Mas o que dizer sobre Jesus, então? Nós fomos instruídos a olhar para a crucificação de Cristo, para que possamos ser salvos. O povo no deserto foi salvo da morte física quando arrependeu-se, e assim precisamos ser salvos de uma morte espiritual pelo mesmo arrependimento... Talvez o poste de Moisés fosse um objeto mágico, talvez fosse apenas um teste para a fé do povo, ou talvez fosse de fato um manual do tipo “remova o Dracunculus você mesmo”, o fato é que Jesus SE comparou a esse poste. Seria Sua crucificação um manual sobre nos livrarmos da morte espiritual?

Antes que você se pregue em algum madeiro, é preciso lembrar que Jesus ressucitou. Você pretende fazer o mesmo? Se não, então é melhor refletir que Jesus suportou aquilo que não merecia, a injustiça e a humilhação para que déssemos valor ao Seu ensinamento, para que 2 mil anos depois você pudesse ainda ouvir sobre Ele e o que ensinava. Entre outras coisas práticas, Ele ensinou que não haveria outro caminho até Deus... Infelizmente, porém, a história não teve um curso tão belo quanto Moisés pretendia:

2 Rs 18.3. [Ezequias] fez o que era reto aos olhos do SENHOR, conforme tudo o que fizera Davi, seu pai. Ele tirou os altos, quebrou as estátuas, deitou abaixo os bosques, e fez em pedaços a serpente de metal que Moisés fizera; porquanto até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso, e lhe chamaram Neustã.

A palavra Neustã não é exatamente o nome de um ídolo, mas sim uma palavra composta que significa “feito de bronze”. Ainda assim, Ezequias incluiu esse “Neustã” entre os ídolos que se pôs a destruir, e podemos acreditar que assim fosse, pois lhe queimavam incenso. Ou seja, aquele objeto que Moisés colocou no deserto para curar o povo - ou para instrui-los sobre como se curarem - tornou-se, 500 anos depois e com o passar de seu significado, um ídolo. Novamente o povo esqueceu-se de Deus e, agora, fizeram para si um Deus supostamente referendado pelo Criador. Ezequiel fala de ídolos colocados no próprio templo de Jerusalém! Não somos nós criativos o suficiente para tomar nas mãos os sinais de Deus e fazer de ídolos a cruz, os templos, as pessoas que Deus usou? Se a cruz de Jesus, a igreja, etc tornaram-se para você algo com tal poder mágico, pois bem, veja o que você já fez.

Ez 8.5. E disse-me: Filho do homem, levanta agora os teus olhos para o caminho do norte. E levantei os meus olhos para o caminho do norte, e eis que ao norte da porta do altar, estava esta imagem de ciúmes na entrada. E disse-me: Filho do homem, vês tu o que eles estão fazendo? As grandes abominações que a casa de Israel faz aqui, para que me afaste do meu santuário? Mas ainda tornarás a ver maiores abominações. E levou-me à porta do átrio; então olhei, e eis que havia um buraco na parede. E disse-me: Filho do homem, cava agora naquela parede. E cavei na parede, e eis que havia uma porta. Então me disse: Entra, e vê as malignas abominações que eles fazem aqui. E entrei, e olhei, e eis que toda a forma de répteis, e animais abomináveis, e de todos os ídolos da casa de Israel, estavam pintados na parede em todo o redor.

Pois sim, o pecado em nós tenta perverter o quanto Deus nos oferece! Haviam ídolos DENTRO do templo de Jerusalém, não haverão nos nossos? Pense o que foi feito de alguns santos, lugares, sem falar de alguns pastores ou pregadores que Deus já usou. Para que não percamos a essência e não tornemos em mau aquilo que de bom Deus nos dá é preciso que sejamos humildes perante Ele e nunca pensemos que O conhecemos. Não somos capazes disso, mas podemos sempre pedir pela Sua palavra. Ele a deu a Moisés e os profetas, Jesus a deu também, Ele a ofereceu a todos que se humilharem e a pedirem. Não esqueçamos disso.

Fabrizio

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referência:
http://www.associatedcontent.com/article/392327/moses_saves_the_hebrews_with_serpents.html?cat=34

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