quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A lenda do Rá-tim-bum



Para comemorar o aniversário da Vanessa, esse texto é sobre algumas lendas que costumam circular boca-a-boca ou na internet. Outro dia apareceu essa:

"O que significa RATIMBUM - é uma palavra mágica usada pelos magos persas desde a Idade Média. Por muito tempo cantamos inocentemente um "Parabéns" para alguém que está aniversariando e, até ai, tudo bem, tudo certo. É um aniversário. O que muitos não percebem é que depois da música vem sempre o tal de Rá-tim-bum! (este é o significado: eu amaldiçôo você). 

Existiu até certo tempo um programa infantil chamado de Castelo Ratimbum, que tem o significado de "Castelo da Maldição".  Precisamos vigiar mais, pois a Bíblia diz que o povo de Deus perece por falta de conhecimento. Como podemos cantar felicitando uma pessoa e depois amaldiçoá-la?

Tomemos muito cuidado! Observe que detalhe sutil: depois de dizer a palavra Ratimbum, pronuncia-se o nome do aniversariante várias vezes. Vamos ficar muito atentos para isto. Se não vejamos: quantas vezes você já cantou para as pessoas : "É BIG É BIG (é grande, é grande), É HORA É HORA (neste momento, nesta ocasião): RA-TIM-BUM (EU AMALDIÇOO VOCÊ), Fulano, Fulano, Fulano".  

Deus criou tudo pelo poder de sua Palavra. A vida e a morte está no poder da língua, aquele que bem a utiliza, comerá do seu fruto. Deus perdoa o tempo da ignorância, mas uma vez que nos tornamos conhecedores, então precisamos agir de acordo com a revelação que nos alcançou. Repasse este e-mail para outros, para que tenham conheçam e não mais repitam palavras sem saber o significado, a origem e quem está por detrás delas. Não mais façam uso apenas por força de expressão, pois é assim que se pratica abominações por meio de palavras sobre nós e também sobre as pessoas de nossos relacionamentos. 

ISSO É MUITO SÉRIO! Não se cale, mas entre na luta para calar de uma vez esta e outras expressões malditas."

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"O verdadeiro significado do RÁ-TIM-BUM" (publicado em revista científica)

Não há nada que comprove esta teoria do RÁ-TIM-BUM significar maldição, lembrando que os textos que fazem referência a esse fato carecem de informações básicas tais como: livro extraído, data de publicação, não sendo assim, de fonte confiável. E se essa é uma palavra de encantamento dos Druidas Celtas porque só existe no Brasil?

Segundo o Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa, a palavra RATIMBUM é uma onomatopéia, é a imitação de um som. Neste caso o som emitido por uma bandinha de circo ou uma fanfarra quando quer chamar a atenção sobre uma finalização de uma apresentação. A caixa faz TARARÁ!, os pratos fazem TIM!, e o bumbo faz BUM! - TARARÁ TIM BUM, para tornar a palavra mais curta e fácil de falar eclipsaram o TARA... e ficou só o RÁ, RA-TIM-BUM, com três sílabas de bom efeito sonoro.

Conforme pesquisa publicada na revista da FAPESP "é pique, é pique, é hora, é hora, é hora, rá-tim-bum", um bordão, incorporado no Brasil ao Parabéns a você, é uma colagem de bordões dos pândegos estudantes das Arcadas da década de 1930. 

"É pique, é pique" era uma saudação ao estudante Ubirajara Martins, conhecido como "pic-pic" porque vivia com uma tesourinha aparando a barba e o bigode pontiagudo." "É hora, é hora" era um grito de guerra de botequim. Nos bares, os estudantes eram obrigados a aguardar meia hora por uma nova rodada de cerveja – era o tempo necessário para a bebida refrigerar em barras de gelo. Quando dava o tempo, eles gritavam: "É meia hora, é hora, é hora, é hora". "Rá-tim-bum", por incrível que pareça, refere-se a um rajá indiano chamado Timbum, ou coisa parecida, que visitou a faculdade – e cativou os estudantes com a sonoridade de seu nome. O amontoado de bordões ecoava nas mesas do restaurante Ponto Chic, com um formato um pouco diferente do que se conhece hoje: "Pic-pic, pic-pic; meia hora, é hora, é hora, é hora; rá,já, tim, bum".

Como isso foi parar no Parabéns a você? "Os estudantes costumavam ser convidados a animar e prestigiar festas de aniversário. E desfiavam seus hinos", conta o atual diretor da faculdade, Eduardo Marchi, de 44 anos, que relembrou a curiosidade em seu discurso de posse, dois anos atrás."


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O segundo trecho é resultado de uma pesquisa histórica, o primeiro texto é uma lenda bordada com apelos de "CUIDADO! VOCÊ QUE É CRENTE CANTA UMA MALDIÇÃO". Parece haver uma histeria quanto a esse tipo de coisa, como se qualquer coisa cultural que fazemos pudesse ser uma afronta a Deus. Primeiro, Jesus nunca impôs quaisquer valores culturais (até contrariou muitos, dos judeus mesmo). Segundo, a mensagem de Paulo deixa claro que Ele desejava incluir TODOS em Seu reino, judeus e não judeus. 

Até pregação multilingue aconteceu, no dia de Pentecostes! Nós ficamos atrás de práticas do judaísmo (sem ser judeus), procurando qualquer coisa no mundo que se desvie dos ensinos bíblicos (e vamos encontrar muitas, com certeza), e acabamos transformando o Cristianismo numa "cultura Gospel", com suas regras, neuras, piadas próprias, etc. Vestir esse "uniforme" gospel por acaso vai aproximar alguém de Cristo? Foi isso que ele nos incumbiu de fazer?

Certamente há muita coisa no mundo que não concorda com os ensinos bíblicos. Jesus mesmo encontrou muitas delas. E as destruiu? Não, talvez porque ele estivesse mais preocupado com as pessoas. Há pessoas longe do Cristianismo, e não necessariamente quem acha "demônios" em tudo (especialmente demônios estrangeiros, celtas, persas, druidas), até em festas de aniversário, de repente, está mais afinado com Cristo que os outros. Eu diria que está procurando é um motivo para se dizer cristão, um que não seja comprometer o próprio coração com Jesus, falar sempre a verdade, amar os próprios inimigos, ajudar quem não lhe ajuda, esse tipo de coisa. É mais fácil seguir regras complicadas que comprometer-se com Jesus, mas foi só isso que Ele pediu.

Nada de shows, nada templos gigantescos, nada de "Espaço reservado para os crentes" ou alertas sobre usos e costumes diabólicos. Tudo isso os homens podem fazer. Ele "só" pediu que comprometêssemos nosso coração de forma sincera e prática (com todas as pessoas, especialmente os que estão longe Dele) como Ele mesmo fez. Muitas lendas como essa podem aparecer, e nem todas tão facilmente desmascaráveis. Mas o que isso importa a um coração comprometido com Cristo? Possivelmente nada.

Ele pediu algo fácil de entender e difícil de fazer. Quem se prontificaria a seguí-lo?

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