Por Mark Driscoll
parte 1
parte 2
Deixe-me explicar a você o que é arrependimento e o que não é. Para alguns de vocês, isto será completamente novo; vocês nunca ouviram isso. Para outros, será apenas informação que você conseguiu aqui e ali ao longo de sua vida. Para alguns, será como revisitar coisas que eu ensinei antes, mas talvez vocês ainda precisem praticar. E para o resto de vocês, talvez vocês realmente conheçam e pratiquem o arrependimento, e isso irá purificar sua habilidade de aconselhar os outros. Quero que você preste atenção, pois isso é realmente algo importante. Se você não souber o que fazer com o pecado, você irá arruinar sua vida e destruir a qualquer um ligado a você. É importante a esse ponto.
1. ARREPENDIMENTO RELIGIOSO
Então, o verdadeiro não é o arrependimento religioso. O arrependimento religioso é isso: “Eu vejo o seu pecado, não o meu próprio. Eu confesso o seu pecado, não o meu próprio. Eu estou realmente triste com o seu pecado, mas não estou nem um pouco incomodado com o meu próprio”. Isso acontece porque pessoas religiosas tendem a pensar que são justos, devotos, santos, e melhor do que qualquer um. O resultado é que eles pensam que são bons, e que todos os outros são maus. E as pessoas religiosas gostam de se intrometer, fofocar, ser perfeitinhas, procurar defeitos, e ser apenas uma constante pedra no sapato. É isso o que as pessoas religiosas fazem. E isso funciona da seguinte maneira: Elas sempre estão felizes em falar das coisas que você fez de errado, mas nunca dizem coisas como: “Foi minha culpa. Desculpe-me. Eu estava errado”. Alguns de vocês são casados com esta pessoa; perdoem-me. Vocês podem cutucá-los. E eles podem prestar atenção.
Jesus conta a história de duas pessoas indo ao templo - o equivalente do Antigo Testamento para a igreja - e uma ora com os olhos soberbos e a cabeça altiva, cheia de orgulho. “Deus, obrigado por eu não ser como os outros homens. Obrigado por eu ser do melhor que eles são. Obrigado por eu não fazer todas aquelas coisas horríveis”. Ele está confessando os pecados de outro. Um segundo homem na história entra, e ele não está cheio de orgulho, mas cheio de pesar. E ele olha para o chão. Ele não consegue sequer erguer os olhos, e simplesmente declara: “Deus, tenha misericórdia de mim. Eu sou um pecador”. Ele está lidando com seu próprio pecado, não com o pecado de outro. Ele está cheio de humildade, e não orgulho. E Jesus diz: “Em verdade vos digo, este homem, e não o outro, desceu justificado e declarado justo aos olhos de Deus”. As pessoas religiosas são famosas por fazer vistas grossas a seu próprio pecado e falar sobre o pecado de todos os outros, às vezes expressando isso na forma de um pedido de oração, para que pareça particularmente santo, quando não é.
Jesus conta a história de duas pessoas indo ao templo - o equivalente do Antigo Testamento para a igreja - e uma ora com os olhos soberbos e a cabeça altiva, cheia de orgulho. “Deus, obrigado por eu não ser como os outros homens. Obrigado por eu ser do melhor que eles são. Obrigado por eu não fazer todas aquelas coisas horríveis”. Ele está confessando os pecados de outro. Um segundo homem na história entra, e ele não está cheio de orgulho, mas cheio de pesar. E ele olha para o chão. Ele não consegue sequer erguer os olhos, e simplesmente declara: “Deus, tenha misericórdia de mim. Eu sou um pecador”. Ele está lidando com seu próprio pecado, não com o pecado de outro. Ele está cheio de humildade, e não orgulho. E Jesus diz: “Em verdade vos digo, este homem, e não o outro, desceu justificado e declarado justo aos olhos de Deus”. As pessoas religiosas são famosas por fazer vistas grossas a seu próprio pecado e falar sobre o pecado de todos os outros, às vezes expressando isso na forma de um pedido de oração, para que pareça particularmente santo, quando não é.
2. ARREPENDIMENTO PAGÃO
O arrependimento real não é o arrependimento pagão, e eu vou lhe contar estas formas porque há muitas falsificações de arrependimento. Um dos aspectos que distinguem o Paganismo do Cristianismo é que a Bíblia diz que Deus é bom, e nós não precisamos fazer com que Deus seja bom. Ele apenas é. O Paganismo supõe que Deus não é bom, e que nós temos que manipulá-lo, como se pudéssemos, para torná-lo bom. E então Paganismo e arrependimento pagão significam: “Então se eu disser a Deus que sinto muito, então ele tem que fazer algo por mim”. Exemplos seriam: “Eu sei que não deveria estar namorando essa pessoa, mas se eu disser a Deus que sinto muito, então ele está obrigado a salvá-la e tornar tudo isso melhor. Eu sei que fiz algo errado, mas se eu disser a Deus que sinto muito, então ele está obrigado a me dar cobertura, e não deixar que meu pecado seja descoberto. Se eu disser a Deus que sinto muito, então ele tem de me curar. Se eu disser a Deus que sinto muito, então ele tem de me abençoar. Se eu disser a Deus que sinto muito, então ele tem de me prosperar”. Deus é soberano, e livre, e bom. Deus não pode ser manipulado, e Deus não tem obrigação para com ninguém.
3. TRISTEZA DO MUNDO
Ainda mais, o verdadeiro arrependimento não é como a tristeza do mundo. Paulo diz isso aos Coríntios. Ele fala da “tristeza do mundo” ou algumas traduções dirão “pesar do mundo,” e isso é porque os não cristãos podem se sentir mal. Eu falei com um rapaz não faz muito tempo. Ele disse: “Eu me sinto mal. O que é isso?” Resposta: você é mau. Você se sente mal porque você é mau. Agora tudo isso faz sentido, não é? Não é necessário procurar por alguma profunda investigação psicológica. Você se sente mal porque você é mau. Deus lhe deu uma consciência. Nós somos portadores de Sua imagem. Isso é um leme moral.
Nós podemos sofrer, sufocar, e resistir ao Espírito Santo, mas o Espírito Santo trabalha através de nossa consciência como Jesus prometeu que seria, para nos convencer do pecado. Nós também sabemos do nosso pecado através da Bíblia, e estudo bíblico, e amigos piedosos. E o que acontece com a tristeza ou o pesar do mundo, é que nos sentimos mal, mas não mudamos. Você apenas se sente mal. E o que pode até mesmo acontecer na cultura é que adaptemos esta falsa religião com falsos profetas, pastores, sacerdotes e sacerdotisas, e o que acontece então é que nós apresentamos um falso evangelho. Sem querer implicar, mas já implicando, vou lhe dar um exemplo do Tiger Woods.
O que aconteceu no caso do Tiger Woods é algo que acontece com bastante freqüência. Em primeiro lugar, alguém não se arrepende e é pego. O oposto do arrependimento é ser pego, e vale dizer que você não veio à frente e disse: “Eu disse ou fiz algo ruim, ou falhei em dizer ou fazer algo bom; eu fui pego”, o que significa: “Eu não iria parar se você não me tivesse feito parar”. Você foi pego. E então você tem de apresentar sua tristeza do mundo. Você tem de dizer: “Eu realmente sinto muito. Eu fiz algo horrível. Eu me sinto realmente mal”. Seu relações públicas vai lhe dizer: “O ideal é que você chore, pois isso irá ajudar. Isso mostra que você está muito, muito triste pelo que você fez”. E então nós temos basicamente um equivalente cultural do Catolicismo pagão.
Deixe-me esclarecer tudo isso a você. Eu fui criado como um menino católico, fui para o colégio católico, e fui coroinha por alguns anos. E no Catolicismo você vai ao confessionário com o sacerdote. Você diz: “Perdoe-me, padre, pois eu pequei. Faz muito tempo desde minha última confissão”. E então você diz ao sacerdote o que você fez, e então o sacerdote diz: “Eu o declaro perdoado. Eu o perdoo. Vá rezar esse tanto de 'ave-marias,' ou 'Atos de Contrição,' ou 'pai-nossos,' ou vá fazer estas boas ações, e então você fará com que isso chegue a Deus, e tudo vai ficar legal”, algo assim. Então o que acontece na cultura, é que as pessoas têm tristeza do mundo. Eles sabem que erraram, então eles precisam encontrar alguém que esteja na posição cultural de um sacerdote. E você sabe perfeitamente que eu não creio em nada disso. Jesus é meu grande sumo sacerdote. Um sacerdote não pode me perdoar. O salmista diz: “Pequei contra ti somente, Senhor Deus”. Então eu não vou a um sacerdote, eu vou ao grande sumo sacerdote Jesus.
Mas o que ocorre em nossa cultura então, é que temos que encontrar alguém para representar aquele papel moralmente superior, então tomamos Barbara Walters, ou Larry King, ou Oprah, ou Dr. Phil. Tomamos alguém que monte o palco para o show, o set deles, como um confessionário. E a pessoa que pecou entra parecendo muito triste e muito assustada, e diz: “Eu realmente sinto muito pelo que fiz”. E então a pessoa na posição de autoridade espiritual e moral, o sacerdote da cultura, diz: “Nos fale sobre o que você fez, e como você se sente”. E então você chora, e diz as coisas que seu relações públicas mandou dizer. Mas seus pecados ainda não foram perdoados, porque você precisa ir ao purgatório para pagar, e então você vai para a reabilitação. A reabilitação é nossa versão cultural do purgatório. Todo mundo tem de ir para a reabilitação. Se você fez algo ruim, você tem que ir para a reabilitação: Reabilitação de drogas, de sexo, de álcool, reabilitação de “meu pai não me abraçava,” de jogatina, ou qualquer outra reabilitação. E você vai para a reabilitação por um tempo. É como o purgatório; você vai lá e paga suas dívidas.
Então mais tarde você sai, você volta, e você encontra com o sacerdote ou a sacerdotisa. Você diz: “Quer saber? Eu estou muito, muito triste, e eu fiz algo ruim. Mas sinto que já paguei minha dívida e fui para a reabilitação. E agora eu meio que nasci de novo. Sou uma pessoa totalmente nova, e vou dar muito dinheiro às mulheres, crianças ou aos animais. Vou dar dinheiro para qualquer coisa bonitinha para mostrar que eu realmente me entristeci”. Então tudo isso é dito à população, ao público, à cultura, e eles decidem se você está ou não perdoado. Eles estão na posição de Deus.
“Ah, você disse que sente muito, você foi para a reabilitação, você assinou um cheque enorme para pessoas em necessidade. Nós o perdoamos. Você pode jogar golf novamente. Vá e não peques mais”. Isso é tristeza do mundo. Toda a cultura em que vivemos é construída sobre isso, e as pessoas não mudam; não de coração. Não há expiação, não há castigo pago pelo pecado. Não há Jesus, não há Salvador. Não há nova vida em Cristo, não há nada disso. Só um monte de falsificações - tristeza do mundo. Mas vou te dizer, não apenas para implicar com um homem, mas para dizer que tudo tende a isso, e que nossa cultura tem esse desejo por um tipo de sumo sacerdote que perdoe nossos pecados e nos dê nova vida. Mas sem Jesus, nós acabamos com um monte de falsificações impotentes.
4. MERA CONFISSÃO
O verdadeiro arrependimento também não é uma mera confissão. A mera confissão é muito confusa, especialmente para os cristãos, porque quando alguém peca e você o confronta ou o repreende chamando-o ao arrependimento como João Batista, você diz: “Aquilo foi muito errado”. E ele diz: “Quer saber? Você está certo, foi terrível”. Você diz: “Ah bom, fico contente que você tenha reconhecido. Deixe-me abraçá-lo, e estamos bem melhor agora”. E então ele repete o erro. Você diz: “Pensei que você estivesse arrependido”. “Ah, eu estava. Sinto muito novamente, e vou sentir muito na semana que vem, e na outra depois desta. Eu sinto muito mesmo. E toda vez que eu digo isso, ao menos não sou um hipócrita. Sou autêntico, sou honesto, sou real, sou verdadeiro. E eu só vou ficar dizendo o quão mau eu sou, e vou continuar sendo mau”. Alguns de vocês estão namorando essa pessoa. Corra, corra, corra, corra Forrest, corra por sua vida! E ela te confunde, porque você diz: “Ei, você não deveria ter dito ou feito aquilo”. “Você está certo, aquilo foi errado”, e então continua fazendo. A mera confissão é um reconhecimento do pecado sem o arrependimento do pecado.
5. DESVIAR A CULPA
Ainda mais, o real arrependimento não é o desvio de culpa, que significa: “É, algo ruim aconteceu, mas é culpa dele”. Isso remete lá atrás ao jardim. Adão peca e diz: “Deus, você fez a mulher. Ela tem defeitos. Vocês dois têm de resolver isso”. Eva diz: “Ah, não olha pra mim. O diabo me fez fazer isso. Ele era carismático”. E a verdade é que ambos eram moralmente responsáveis por sua própria transgressão. Nós podemos fazer isso. “Sim, eu perdi a paciência, mas ele me deixou muito zangado”. Bem, é óbvio que é culpa dele. “Sim, eu roubei do meu chefe, mas de qualquer forma, ele não me pagava o suficiente”. “Eu traí meu cônjuge, mas ele não estava satisfazendo minhas necessidades”. Ó, que pobre vítima. Culpe outra pessoa.
6. MINIMIZAR
O arrependimento real também não minimiza. Acontece que você peca, alguém o chama ao arrependimento, e a primeira coisa que você faz é encontrar alguém que fez algo pior. “Pelo menos eu não matei alguém”. Ah, que queridinho. Vamos colocar uma estrela dourada no seu quadro de “Sem Assassinato” por mais um dia inteiro. Você encontra alguém pior que você. “Você é um cônjuge terrível”. “Bom, pelo menos você não está casado com fulano e fulano”. E se tudo o mais falha, aperte o botão Hitler, é isso o que você faz. Só aperte o botão Hitler, que é: “Pelo menos eu não sou um nazista”. Ah, isso é verdade. Se coloque ao lado de Hitler e você fica: “Veja, eu pareço muito bem”. É, comparado com Hitler, todo mundo parece. Isso não é superioridade moral de verdade, mas é o que as pessoas fazem. Isso é minimizar. “Ah, mas isso não é um grande problema. Você está perdendo o senso. Você está exagerando. Por que você tem que ficar tão emocional?”
7. CRIAÇÃO DE DESCULPA
Adicionalmente, o arrependimento real não é criação de desculpa. “Sim, eu fiz isso, mas eu fui criado com dureza. Sabe, eu não tive uma boa educação. Meu pai não me abraçava. Eu sou geneticamente predisposto. Meu tipo de personalidade é I-M-B-E-C-I-L. Você sabe, mais ou menos - P-E-R-V-E-R-T-I-D-O, sabe. Essa é minha personalidade”.
©Mars Hill Church. Website: marshillchurch.org. Original: 7 Counterfeits of Repentance. Website: theresurgence.com Tradução: voltemosaoevangelho.com Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que adicione as informações supracitadas, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.
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