domingo, 23 de setembro de 2018

O mito eleitoreiro

Em época de eleições, vemos candidatos divulgando idéias sobre as questões sociais que assolam o país (e também assolavam na eleição passada). Infelizmente, tem se cultivado entre os candidatos o hábito de deixar as exposições de ideias para aproveitar todo e qualquer momento de mídia repetindo um “monólogo de si próprio” indiferente a questionamentos e diálogos. Num debate recente na televisão, por exemplo, onde 8 candidatos estiveram presentes, pouco se disse além de promessas genéricas como apoiar saúde e educação (talvez os candidatos desconheçam a PEC 241 de 2016, limitando investimentos nessas áreas menos importantes) e combater a corrupção (que é atribuição da polícia).

Além dos ataques mútuos típicos dessa fase de batalha eleitoral, também têm chamado à atenção os episódios de exaltação Cristã. Afora as críticas (legítimas) sobre a influência religiosa em ideias para governar um Estado laico, é presumível que pessoas religiosas se guiem por diretrizes religiosas na tomada de decisões. O Brasil é um país de absoluta maioria Cristã e está claro que os candidatos pretendem estabelecer isso como vínculo com os eleitores. Mas vale muito a pena entender o que os candidatos querendo esse “voto Cristão” entendem, de fato, como sendo diretrizes Cristãs de funcionamento. A imensa variedade de cultos Cristãos apenas no Brasil já dá margem a múltiplos entendimentos do que “Cristão” pode significar.

IDENTIDADE DE GÊNERO

Num diálogo entre Cabo Daciolo (Patriotas) e Jair Bolsonaro (PSL), por exemplo, os dois debateram sobre o “kit gay”, além da “liberação” do aborto. Colocando-se como defensores da família tradicional brasileira e tementes a Deus, se posicionaram contrários a essas medidas. Ambos atacaram ferrenhamente uma publicação incentivadora da homossexualidade que seria veiculada como material didático. Só que bem diferente do que afirmavam os candidatos, o tal “kit” era a publicação do MEC  “Caderno Escola sem Homofobia”, destinado a professores, gestores e profissionais, para que abordem a questão de orientação sexual com alunos do Ensino Médio. Um posicionamento semelhante foi feito “contra a liberação do aborto”, dando a entender que há uma proposta de reverter a atual proibição da prática para uma futura ausência de restrições. Jair Bolsonaro então até questionou a moralidade de Marina Silva (Rede) que, sendo Evangélica, defende um plebiscito para a legalização da maconha e do aborto. O argumento de Marina era de evitar que mulheres recorram a métodos inseguros e clínicas clandestinas para fazer o procedimento, diminuindo assim o risco de morte da genitora.

No Novo Testamento, existem raríssimas abordagens da homossexualidade, nenhuma delas registrada como palavras de Jesus. Muito menos há uma abordagem de como mestres devem tratar o tema com seus alunos. E também não há qualquer instrução acerca do aborto, quanto mais da consulta pública sobre o tema. Por isso percebemos que, no vigor de iniciar uma discussão sobre o quanto cada um é Cristão, os candidatos “fabricaram” um objeto de discussão e na verdade divulgaram uma retidão moral que não encontramos entre os seguidores de Jesus, mas que se aproxima muito mais da perfeição farisaica que Jesus acusava de serpentes, víboras e “filhos do diabo”.

SOCIALISMO

Cabo Daciolo levantou uma discussão sobre a “URSAL” (União das Repúblicas Socialistas da América Latina), que seria um movimento militar-socialista¹ de apoio entre governos para a mudança do regime econômico. Uma evidência de tal movimento seria a receptividade do Brasil aos imigrantes venezuelanos. Afora a tradição diplomática de asilo político que sempre foi característica do Brasil, a preocupação com manter o capitalismo apareceu como uma atitude Cristã. Olhando para a história de toda América Latina, entretanto, observamos massacres de indígenas e de pobres, sobretudo em El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Argentina, Chile e no Brasil durante os tempos de ditaduras militares altamente capitalistas e que se instauraram, cada uma, objetivando conter supostos movimentos socialistas contra a propriedade privada. Foram governos que, sem exceção, produziram milhões de pobres e miseráveis em favor da concentração de renda nas mãos de poucos (vários deles membros do governo). E olhando o livro de Atos encontramos, para o espanto geral, que os primeiros Cristãos justamente vendiam suas propriedades para alimentar um grupo pautado na coletividade, o que facilmente se poderia chamar de “socialistas”. Dessa forma, o que quer que a URSAL possa significar - não há evidências de que exista, mesmo como projeto - ela teria muito mais a ver com o Cristianismo, especialmente o defendido pela Teologia da Libertação - do que o modelo capitalista pregado pelos candidatos Cristãos do Patriotas e PSL.

Em todos esses países supostamente socialistas, é bom lembrar que existem milhões de pobres vítimas de decisões políticas, econômicas e financeiras sobre as quais não têm nenhuma influência. Dizem as Escrituras que Deus escuta seus gritos, e um dos profetas chega a dizer que as blasfêmias que proferem por causa da dor, Deus as escuta como súplicas (Salmo 102, Isaías 30.18,19). As eleições sempre trazem alguma esperança de que novos líderes tragam políticas sociais que diminuam as desigualdades mas, é notório, nosso país é conhecido mundialmente pela enorme desigualdade social, maior que em todos os irmãos latino-americanos e comparável à realidade africana. Aqui, o pobre vive melhor só quando há crescimento econômico. Nas supostas potências socialistas, tão temidas, a desigualdade menor é manchada por uma pobreza que ninguém inveja. Receber refugiados em fuga de um sistema que os mata lentamente, como ocorre hoje na Venezuela, parece muito condizente com a pregação de Jesus.

Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te?” Respondendo o Rei, lhes dirá: “Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” (Mateus 25.37-40)

(DES)ARMAMENTO

Jair Bolsonaro tem, como propostas muito apoiadas, a castração química de estupradores e o porte de arma para mulheres “de bem e preparadas”. Novamente vemos que existe uma preocupação com a violência contra mulheres, mas é um esquivar-se do Estado seguido de “protejam a si mesmas”. Junto, a velha noção de moralidade; quem não possuir tais atributos (e considerando outros dizeres do candidato, é a mulher pobre, negra, mãe solteira, prostituta, etc) está longe da “proteção” do Estado... e que se vire. Uma abordagem bem dramática desse tema de defender-se por armas aparece na cena da prisão de Jesus:

Pedro, estendendo a mão, puxou da espada e, ferindo Malco, o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe uma orelha. Então Jesus disse-lhes: “Deixai-os, basta. Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão. Não beberei eu o cálice que o Pai me deu?” E, tocando-lhe a orelha, o curou. (Mateus 26.51-52, Lucas 22.51, João 18.11)

O Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826) foi aprovado por maioria do Congresso em 2003. Calcula-se que quase 200 mil mortes tenham sido evitadas por isso, desde então. Também não é difícil imaginar que Jesus preferiria um Estado onde pessoas não são ameaçadas ao invés de um onde cada um se defende como pode. Essa ideia não foi capaz de proteger nem o próprio Jair Bolsonaro, vítima de um atentado em plena campanha. Mas assusta pensar que tal é a visão Cristã nos EUA, país basicamente fundado por Protestantes Puritanos. E, de uma forma insidiosa, essa pode tornar-se a visão Cristã no Brasil. Com a ressalva de que o Estado é quem garantiria o porte de armas para as pessoas “de bem e preparadas”, as quais por outro lado não podem recorrer ao mesmo Estado por saúde, moradia, oportunidade de trabalho, educação de qualidade e, quem sabe, nem segurança.

Posteriormente, em entrevista, Bolsonaro disse que não se lembrava com certeza, mas estava se referindo a passagem bíblica de Paulo onde Jesus diz para os discípulos empunharem espada. A passagem referida está, no entanto, no livro de Lucas.

E disse-lhes: Quando vos mandei sem bolsa, alforje, ou alparcas, faltou-vos porventura alguma coisa? Eles responderam: Nada. Disse-lhes pois: Mas agora, aquele que tiver bolsa, tome-a, como também o alforje; e, o que não tem espada, venda a sua capa e compre-a. Porquanto vos digo que importa que em mim se cumpra aquilo que está escrito: E com os malfeitores foi contado. Porque o que está escrito de mim terá cumprimento. E eles disseram: Senhor, eis aqui duas espadas. E ele lhes disse: Basta. (Lucas 22.35-38)

O entendimento dessa passagem é nebuloso. Ela tem aspectos bem diferentes em nos livros de Mateus e João, mas está claro que pelo menos Pedro foi armado para o bosque do Getsêmane. Exceto Bolsonaro, entretanto, nenhum bibliologista (ex. Jacques Ellul, John Howard Yoder, Archie Penner, John Gill, etc) jamais afirmou que Jesus mandava seus seguidores portarem armas. A interpretação mais aceita é de que 2 espadas obviamente não seriam capazes de oferecer proteção contra a guarda do Sinédrio, nem há um planejamento de ação defensiva. Segundo eles, Jesus anunciava um período de sofrimento em que os discípulos não contariam com a proteção divina, ou ainda que anunciava a perseguição aos Cristãos na Judéia.

AH, AS MULHERES!

Em outro bate-boca com Marina Silva sobre políticas de proteção à mulher, Bolsonaro afirmou que tal coisa já está prevista em lei e não é mais responsabilidade do Estado. Arremedou dizendo para a candidata ler o livro de Paulo, onde uma passagem machista reforça a submissão das mulheres aos homens:

As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja. (1ª Coríntios 14.34-35)

Há algumas coisas a esclarecer sobre essa passagem. Primeiro, Paulo era um pregador grego entre os gregos de Corinto. Tratava-se de uma sociedade fortemente patriarcal e Paulo não intencionava abolir tais leis, assim como não se pronunciou contra o sistema escravista. Logo, as cartas de Paulo, assim como todo o texto bíblico, são condicionadas a posições sócio-culturais de cada época. O trecho de 1ª Coríntios 11.5, além de falar sobre a submissão das mulheres como lei divina, fala sobre regras de vestimenta, mas mostra que as mulheres tinham papel importante nos cultos Cristãos. O texto de 1ª Coríntios, em especial, trata de estabelecer normas de conduta numa igreja que Paulo considerava desordenada, onde as pessoas pareciam falar em línguas mas eram “como que falando ao ar”, que seriam “considerados loucos”. Paulo não pretendia senão estabelecer as regras em tal comunidade, regras que eram de sua cultura, época e local. Faz tanto sentido aplicar essas regras hoje e no Brasil como seguir as restrições alimentares e higiênicas de Levítico.

INDÍGENAS E QUILOMBOLAS

Entre alguns candidatos disputando o “voto Cristão”, chamam a atenção do mundo inteiro os discursos de ódio (que lembram Hitler e, mais recentemente, Donald Trump), falas vexatórias, piadas criminosas, apologias à violência e distorção dos acontecimentos durante a Ditadura Militar. Cogita-se, por exemplo, a remoção das terras garantidas pelo Estado a indígenas e quilombolas, pois são “terras ricas em depósitos minerais” ou que podem ser “utilizadas para o agronegócio”. De um modo muito estranho, vemos a mesma pessoa entoando um discurso denominado Cristão e também defendendo os interesses capitalistas mais cruéis. Como se uma coisa e outra fossem semelhantes, mas não são.

Davi, que era o melhor dos homens segundo Deus, fez questão de pagar pelas terras de Araúna, o jebuseu, onde ofereceria sacrifícios ao Senhor, mesmo sendo por direito senhor daquelas terras e do próprio Araúna (2ª Samuel 24.18-25). Jesus se negou a comer no deserto (Lucas 4.2-4), recusou a promessa de governar todo o mundo (Lucas 4.5-8), distribuiu alimentos (Mateus 14.16-21) e curas sem ganhar nada físico com isso. Ele ainda exaltou a doação da viúva pobre, por menor que fosse, devido ao significado daquilo para ela mesma (Marcos 12.41-44). E, por fim, horrorizou os fariseus ao curar pessoas (Lucas 13.14-16) e instruir que seus discípulos colhessem trigo no sábado, a fim de não passarem fome (Lucas 6.1-4). “Apesar da história”, e da expressão “Reino de Deus” largamente utilizada no Novo Testamento, o Cristianismo nunca teve bases muito compatíveis com os governos centralizadores de qualquer tipo, por pregar valores como humildade e igualdade entre os homens. Duvido muito que Jesus, enquanto governante, expulsasse pessoas de suas terras ancestrais porque tais terras possuem um bom valor comercial.

POBRES E EXCLUÍDOS

Que haja Cristãos escolhendo presidenciáveis da extrema direita, ultra-radicais e beirando o Fascismo² em suas falas é, sem sombra de dúvidas, uma desonestidade intelectual. Além da distorção/inversão de princípios bíblicos, os princípios de retidão moral exaltados por eles são tão semelhantes ao farisaísmo rigorista e sectário que assustam. São ideias bem contrárias ao que de melhor já aconteceu no Cristianismo, como o movimento dos Franciscanos no séc. 13 e o Concílio Vaticano II, nos anos 1960, para que a Igreja se posicionasse em favor dos pobres que não podem recorrer a seus governos. Bem pouco tempo atrás, a reforma trabalhista aprovada trouxe grandes prejuízos e retrocessos para os trabalhadores, naturalizando as desigualdades, produzindo baixos salários, alta rotatividade de empregados e informalidade. Mesmo o papa Bento XVI, religioso direitista da Igreja Católica, escreveu em sua Carta Encíclica Caritas in Veritate: “infelizmente a corrupção e a ilegalidade estão presentes no comportamento dos sujeitos sociais e políticos dos países ricos, antigos e novos, como nos próprios países pobres. No número de quantos não respeitem os direitos humanos dos trabalhadores, contam-se, às vezes, grandes empresas transnacionais e também grupos de produção local”.

Aqui, a Comissão Nacional dos Bispos do Brasil produziu documentos onde se lê claramente que “as injustiças, as desigualdades excessivas e ordem econômica ou social, a inveja, a desconfiança e o orgulho que grassam entre os homens e as nações ameaçam sem cessar a paz e causam as guerras. Tudo o que for feito para vencer essas desordens contribui para edificar a paz e evitar a guerra” ... “a atuação cristã dos leigos no social e no político não deve ser considerada ministério, mas serviço cristão ao mundo na perspectiva do Reino” ... “a participação consciente e decisiva dos cristãos em movimentos sociais, entidades de classe (sindicatos), partidos políticos, conselhos de políticas públicas e outros, sempre à luz da Doutrina Social da Igreja, constitui-se num inestimável serviço à humanidade e é parte integrante da missão de todo o povo de Deus”. Quão longe essas linhas da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe de 2007 estão do posicionamento supostamente Cristão da extrema direita!

Para Jair Bolsonaro, a demarcação de terras indígenas, dentre outras demandas, não passa de uma besteira inventada e utilizada como massa de manobra pela “esquerda” para desperdiçar dinheiro com a Fundação Nacional do Índio (Funai). Entre suas ideias estão, ainda, o fim de medidas como as Cotas Raciais destinadas e equilibrar a desigualdade produzida desde a Abolição entre brancos e negros quanto à Educação Superior, medida que foi amplamente apoiada pela Igreja em nome das pessoas feitas à imagem e semelhança de Deus. A Igreja se fez finalmente solidária aos afro-americanos nas reivindicações pelas defesas de seus territórios, direitos e consciência de negritude, por isso é totalmente incoerente que se justifique - a não ser pelos interesses mais capitalistas - o apoio de medidas em contrário. Há até quem chame seu grupo de bancada BBB, iniciais de Bala-Boi-Bíblia.

POSICIONAMENTOS

Entre as medidas propagandistas de Jair Bolsonaro estão a ampla reprodução de textos e “curtidas digitais” por redes de celulares operados remotamente, a fim de criar uma falsa publicidade; estão também a exposição de “testemunhos” de simpatizantes que sequer moram no Brasil, além da completa distorção dos resultados de entrevistas em telejornais. Em suma, tudo vale pela popularidade, que é na verdade uma mentira, assim como a Cristandade declarada aos quatro ventos. Se é assustador que pessoas comuns pensem em apoiar as ideias dele no séc. 21, após conhecermos os horrores da Guerras e da perseguição escancarada de minorias pelo Estado, após termos vivido pesadelos nas mãos truculentas de militares, é mais pavoroso ainda que justamente Cristãos pensem assim.

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¹ O Socialismo, em sua origem, significava o Estado como proprietário de tudo dentro de um país. Isto é, a minha casa, o meu carro, até os meus móveis e o lugar onde trabalho são patrimônio público e, claro, todos são funcionários públicos. Ao invés de comprar com meu salário a minha comida, a minha educação, a minha saúde e os meus bens, todos eles são fornecidos "gratuitamente" pelo Estado, em troca da minha força de trabalho no emprego que eu não escolhi, mas me foi designado segundo as necessidades do Estado. O conceito de desemprego não existe, numa economia socialista. A proposição original teria como resultado o fim das desigualdades sociais, pois tanto o trabalhador mais braçal como o mais técnico praticamente não recebem salários. Na prática, os países que assumiram o Socialismo como modelo econômico (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, China, Cuba, Vietnã, Coréia do Norte) tiveram de usar estratégias militares para impedir as pessoas de possuírem bens, além de enriquecerem a classe dominante - no caso, o Partido Comunista - enquanto a população foi mantida pobre e alheia de qualquer decisão política. A URSS investiu dinheiro demais em armamentos e entrou a em colapso econômico, fragmentando-se em 1991. O Vietnã foi ocupado pelas forças armadas estadounidenses em 1975. Cuba foi isolada do comércio internacional por imposição dos EUA, desde 1960. A China e a Coréia do Norte se mantém graças a exploração de mão de obra (pois tais países não reconhecem legislações trabalhistas) e regimes militares bastante restritivos.

² Fascismo é uma palavra italiana, derivada de fascio ou feixe, sendo mais conhecido pelo seu nome alemão: Nazismo. O Fascismo surgiu quase conjuntamente com o Socialismo, supostamente sendo uma derivação deste. Tal regime propunha um controle absoluto do Estado sobre os indivíduos, ao invés de absorver todas as propriedades. Assim, nos regimes Fascistas (Alemanha, Itália, Japão e o Brasil bem que tentou, nos anos 1940) ficavam mantidas as propriedades de cada um, mas o Estado podia permitir ou proibir qualquer coisa para qualquer pessoa. Obviamente isso requer estratégias militares de controle. Em geral, tais países retiraram todo o patrimônio e direito de minorias (ex. negros, judeus, muçulmanos) para direcioná-los aos industriais mais ricos, que também podiam usar e abusar dessas minorias como mão de obra "escrava". Todos os governos fascistas tiveram como característica a substituição completa de rádio, TV, jornais, etc pela propaganda do sucesso e força estatais. O controle do Estado sobre os indivíduos chegava ao ponto de o Estado determinar quem teria filhos com quem, de forma a priorizar os indivíduos "mais bem capacitados" na sua população. O Brasil foi impedido de seguir sua trajetória fascista por intervenção militar dos EUA. A Alemanha, Itália e Japão foram, um a um, derrotados durante a 2ª Guerra Mundial.

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#ELENÃO LEU

Alessi G, Estatuto do Desarmamento salvou 160.000 vidas, calcula estudo, brasil.elpais.com, 15mai2015
Bento XVI, Carta Encíclica Caritas in Veritate, http://w2.vatican.va, 29jun2009
Boff L, Um problema nunca resolvido: o sofrimento dos inocentes, leonardoboff.wordpress.com, 14set2018
Conferência Nacional do Bispos do Brasil (CNBB), V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, mai2007
Lacerda M, A “URSAL” é uma síntese do pensamento de extrema-direita no Brasil, pragmatismopolitico.com.br, 14ago2018
Marciano C, Reflexões sobre a exaltação bíblica no 2º debate presidencial, pragmatismopolitico.com.br, 27ago2018
Rocha BL, Bolsonaro e as forças armadas - a desastrosa imagem associada, revista IHU online, 13ago2018

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