domingo, 21 de janeiro de 2018

Veredicto do túmulo vazio

A tumba em Talpiot

Esse é um daqueles textos antigos que a gente tem, às vezes, a sorte de encontrar. A minha versão veio de um folheto em inglês guardado nalguma sala desde 1982. Parte do texto traduzi do site Petsbrief, de Patrick Frank van der Heijden. A primeira versão desse trabalho foi publicada como um folheto evangelístico da Church Pastoral-Aid Society em 1970 e foi re-publicada muitas vezes depois. Ele examina as evidências a favor e contra a Ressurreição, colocando o leitor como membro do júri. Até onde sei, essa é a primeira versão em português.

O AUTOR

Val Grieve era graduado em direito da Universidade de Oxford. Ele atuou como advogado em Manchester, Inglaterra, por mais de 25 anos. Antes de sua conversão ao Cristianismo aos 18 anos, era ateu e um dos principais fatores em sua conversão eram as evidência da fé Cristã.

A QUESTÃO MAIS IMPORTANTE DO MUNDO (CRISTÃO)

A questão mais importante é se Jesus Cristo ressuscitou e está vivo hoje. A Ressurreição é o coração da fé Cristã. Se você lê atentamente todas as 13 mensagens no livro de Atos, todas essas mensagens têm uma coisa em comum: Jesus está vivo e está mudando a vida das pessoas. A palavra Ressurreição é mencionada mais de 100 vezes no Novo Testamento e quase todos os livros se referem a ela. O Cristianismo é sobre isso, que Cristo não só viveu e morreu, mas no 3º dia ressuscitou dentre os mortos. Sem a Ressurreição não há evangelho. "Se Cristo não ressuscitou, sua fé é fútil" (1ª Coríntios 15.17).

A Ressurreição torna o Cristianismo único. Em nenhuma outra religião, encontramos seus seguidores dizendo que seu fundador é Deus, que Ele ressuscitou e está vivo alterando a vida das pessoas.

A Ressurreição é a resposta a duas grandes questões sobre a vida:

1. Este universo é apenas um sistema fechado ou existe um ser eterno por trás de tudo? A resposta da fé Cristã a isso é que não só existe um Deus, mas Deus veio a este mundo na pessoa de Jesus Cristo. Jesus afirmou isso quando disse: "Quem me vê, vê o Pai" e "eu e o Pai somos um" (João 14.9 e 10.30). Além disso, Jesus profetizou que Ele iria morrer e depois ressurgir no 3º dia. A Ressurreição é a grande prova de que essas afirmações de Jesus eram verdadeiras e que Ele não era outro senão o próprio Deus. "Ele foi declarado com poder para ser o filho de Deus por Sua ressurreição dentre os mortos" (Romanos 1.4).

2. Existe vida após a morte? Jó perguntou: "Se um homem morrer, ele viverá novamente?" (Jó 14.14). Como disse George Bernard Shaw¹, as estatísticas sobre a morte são muito impressionantes: 100 dentre 100 pessoas morrem! Agora, se Jesus realmente ressuscitou dos mortos, essa velha questão já foi respondida de uma vez por todas. Há uma vida após a morte porque alguém, a saber, Jesus, voltou dos mortos e nos disse o que é a vida além do túmulo. Jesus afirmou que todos aqueles que têm fé Nele viverão para sempre.

O JÚRI

Antes de começar, é necessário definir o que os advogados chamam de prova-padrão. Suponha que você se envolveu em um acidente de carro e alguém terminou ferido. Você pode ser julgado e um júri terá de decidir se você foi negligente ou não. Como eles podem fazer isso? Num caso como esse, estão lidando com probabilidades. O júri deve decidir o que é mais provável de ter acontecido.

Uma das tarefas do júri é ser imparcial. Não é possível olhar para aparência e jeito de alguém e decidir se ele é culpado. Um bom exemplo disso é o caso do escritor francês Ernerst Renan, que em seu livro “A vida de Jesus” denunciou a farsa da ressurreição de Cristo. Ele começa com a pressuposição “Não existem milagres, então a Ressurreição não aconteceu!”. Tal raciocínio não seria tolerado em um júri imparcial, pois ele precisa demonstrar cada afirmação.

Um júri deve produzir um veredicto. Na verdade, o que um júri não faz é julgar. Essa tarefa fica para o juiz, que deve proferir uma sentença baseado no veredicto do júri. Mas o júri precisa analisar as evidências e, de forma imparcial, definir o que aconteceu e quais são as responsabilidades de cada um.

OS FATOS

Devemos examinar e decidir se Jesus Cristo ressuscitou dos mortos. Quais são os fatos sobre Cristo? A história nos diz 3 coisas:

1. Ele viveu há mais de 2000 anos.

2. Ele foi crucificado.

3. Três dias depois, seu corpo havia desaparecido do túmulo onde havia sido enterrado.

Esses fatos são corroborados pelos testemunhos oculares contidos no Novo Testamento. Não podemos descartar esses testemunhos dizendo que os escritores eram Cristãos. Nós também temos a evidência de não-cristãos. A primeira menção de Cristo e dos Cristãos está na notícia policial daqueles dias. O historiador Tácito² escreveu em cerca de 115 d.C. sobre o incêndio de Roma e a tentativa de Nero de por a culpa nos Cristãos. Ele nos diz que Cristo, a quem eles seguiam, foi executado por sentença do procurador Pôncio Pilatos quando Tibério³ era Imperador. Além disso, o historiador judeu Flávio Josefo* fala de "Jesus, o chamado Cristo".

"Naquele tempo, havia um homem sábio que se chamava Jesus. E sua conduta era boa e ele era conhecido por ser virtuoso. E muitas pessoas dentre os Judeus e as outras nações se tornaram seus discípulos. Pilatos condenou-o a ser crucificado e morrer. E aqueles que se tornaram seu discípulo não abandonaram seu discipulado. Eles relataram que ele apareceu três dias depois de sua crucificação e estava vivo”.

Por fim, há evidências sobre Jesus na arqueologia. Em 1945, um professor israelense descobriu um túmulo selado em um subúrbio fora de Jerusalém. Dentro havia 5 caixas de ossos**; pelo seu estilo e uma moeda encontrada lá, é claro que o túmulo estava fechado desde aproximadamente 50 d.C. Em duas das caixas, o nome de Jesus aparece claramente em orações a Ele. Essas orações apontam para Jesus como “o Filho de Deus ressuscitado, que pode ressuscitar da morte”$.

O QUE ACONTECEU COM JESUS?

A questão vital é: “O que aconteceu com Jesus? Como seu túmulo ficou vazio?” Existem apenas quatro respostas possíveis: fraude, desmaio, ilusão e milagre.

Fraude

A primeira explicação sobre como o túmulo de Jesus ficou vazio nós encontramos no evangelho de Mateus. Depois que Jesus foi crucificado, os Judeus pediram a Pôncio Pilatos para que uma guarda romana fosse montada fora do túmulo, caso alguma coisa acontecesse. De acordo com esta explicação, o guarda adormeceu, os discípulos vieram de noite e roubaram o corpo de Jesus.

Da história romana, conhecemos muito sobre o exército romano e sua disciplina militar. Uma guarda romana era uma unidade de segurança de 16 homens. Se um homem na guarda falhasse em seu dever, ele seria executado, junto com os outros 15. Em vista disso, parece incrível que toda a guarda romana tenha adormecido ao mesmo tempo.

Se os discípulos roubaram o corpo de Jesus, qual foi o motivo de deixarem as roupas para trás? Especialmente com o tempo com um prêmio, e a guarda romana adormecida no lado de fora!

Por trás de quase todos os crimes, há um motivo. Qual foi o motivo aqui? Quase todos os primeiros discípulos morreram por sua fé, nos anos seguintes. Por que eles fizeram isso? Não tinham nada a ganhar, senão tudo a perder.

Se o corpo fosse roubado, mais cedo ou mais tarde alguém teria dito a verdade e traído os discípulos. Isso nunca aconteceu, e nenhum lugar nas vizinhanças foi jamais venerado como o túmulo de Cristo.

Essa explicação sobre fraude é ainda contrária ao que sabemos sobre os discípulos. Seu número era pequeno. Eles estavam deprimidos, com medo e sem líderes. Parece inconcebível que eles de repente tenham se tornado corajosos e ousados o suficiente para enfrentar a guarda romana no túmulo e roubar o corpo de Jesus.

Desmaio

Jesus não teria morrido na cruz, mas desmaiado de exaustão. Depois disso, Ele teria acordado no túmulo e, quando Ele emergiu, os discípulos erroneamente teriam concluído que Ele ressuscitou dos mortos. Esta explicação também recebeu um toque moderno pelo Dr. Hugh J. Schonfield em seu livro “The Passover Plot” [A farsa da Páscoa”]. Ele disse que, quando Jesus gritou na cruz "Tenho sede", Ele estava drogado com vinho. Novamente, Jesus parecia morto, embora este não fosse o caso.

Jesus realmente morreu na cruz? Ele estava drogado? Os fatos não suportam essa teoria. Os soldados romanos conheciam bem seu trabalho. Pilatos nunca teria dado permissão a José de Arimatéia para enterrar o corpo de Jesus a menos que ele estivesse absolutamente seguro de que Jesus estava morto. O Dr. Hugh J Schonfield também ignora um detalhe muito importante. João, em seu evangelho, nos diz que um dos soldados romanos perfurou o lado de Jesus com uma lança "e saiu sangue e água" (João 19.34). Pode haver sangramento após a morte. Qual é a explicação do sangue e da água? Professor de Cirurgia da Universidade de Bristol afirma que:

"Como resultado da agonia espiritual e física sofrida por Cristo, uma condição de dilatação aguda do estômago pode ter se desenvolvido e a lança liberaria fluido aquoso do estômago e sangue do coração e dos grandes vasos do tórax. Escusado dizer que tal ferida seria instantaneamente fatal se a vítima ainda não estivesse morta".

Se Jesus acordou no túmulo, Ele devia estar numa condição de extrema fraqueza: Ele sofrera uma flagelação romana, fora crucificado e deixado pendurado na cruz ao longo do calor crescente do dia, estava ferido de lança, sem comida ou água por 3 dias. Então Ele teria forças para mover uma enorme pedra e escapar dos guardas lá fora? Então, como foi que, nesta condição, Ele conseguiria convencer alguém de que Ele havia derrotado a morte e a sepultura?

Jesus deve ter perpetrado uma enorme fraude ao se apresentar como alguém ressuscitado dos mortos. A explicação anterior nos deixa com discípulos fraudulentos, mas esta nos deixa com um Jesus fraudulento. Por motivos como esses, o desmaio deve ser descartado.

Ilusão

A ilusão surge muitas vezes devido a alguém que espera demais algo, e eventualmente ele acredita que aconteceu. Os discípulos esperavam que Jesus se levantasse dos mortos. Essa expectativa levou à ilusão. O todo foi o cumprimento dos desejos e foi "completamente imaginário".

A suposição básica é que os discípulos esperavam Jesus levantar dos mortos. Mas o caso é o inverso. A Ressurreição pegou os discípulos de surpresa. Eles se assustaram e foram incrédulos. A verdade é que não foram os discípulos que se convenceram de que Jesus estava vivo - foi Jesus quem teve de convencê-los.

Segundo os psiquiatras, existem certas leis que delírios devem obedecer: (1) Apenas tipos específicos de pessoas, como os altamente imaginativos, sofrem com eles. Aqui todos os tipos de pessoas afirmam ter visto Cristo. (2) Ilusões são muito individuais e extremamente subjetivas. É altamente improvável que duas pessoas tenham o mesmo ao tipo ao mesmo tempo. Mas aqui temos umas 500 pessoas que viram Cristo vivo ao mesmo tempo (1ª Coríntios 15.6)! (3) Ilusões costumam aumentar de intensidade e ocorrer regularmente por um longo tempo. Mas aqui, elas pararam abruptamente após 40 dias e não foram relatadas novamente.

Manter a idéia de que os discípulos estavam sofrendo de ilusão é ignorar completamente as evidências. Qualquer explicação sobre como a tumba de Jesus ficou vazia deve cobrir todos os aspectos possíveis. Essa explicação não cobre. Se os discípulos estivessem sofrendo de ilusão, tudo o que os Judeus precisavam fazer era apresentar o corpo de Jesus. Eles não fizeram isso, pois não havia corpo para apresentar. A tumba estava vazia, e a pergunta “O que aconteceu com Jesus?” permanece não respondida.

Milagre

Essa foi a resposta dos primeiros Cristão à nossa pergunta “O que aconteceu com Jesus?”. De acordo com eles, Jesus retornou dos mortos, deixando a tumba vazia. Ele então apareceu para eles, mudando suas vidas. Um milagre aconteceu. Quais são os fatos, então? Que evidências existem da Ressurreição de Jesus? Há mais evidências do que as pessoas imaginam, e são de 3 tipos.

A EVIDÊNCIA DIRETA DOS DISCÍPULOS

A evidência mais direta é das testemunhas que viram ele após sua ressurreição, e isso é exatamente o que encontramos nas páginas do Novo Testamento. Ela reporta não menos que 12 aparições de Cristo a indivíduos nomeados. A evidência nesses testemunhos é particularmente impressionante quando notamos 6 detalhes:

1. O número de pessoas envolvidas. Devia haver pelo menos 550 pessoas que viram Ele após a Ressurreição.

2. Os relatos da Ressurreição são independentes uns dos outros. Numa leitura superficial, parece haver pontos de discordância, mas uma avaliação mais cuidadosa mostra que são complementares, e não contraditórios. Isso é exatamente o que se esperaria de testemunhos independentes. Qualquer júri desconfiaria de relatos que concordam palavra por palavra.

3. As testemunhas falam de avistamentos em 1ª pessoa ou sobre pessoas que viram diretamente Jesus após a Ressurreição. São testemunhos diretos e não estórias repassadas.

4. A evidência das testemunhas é empírica, baseada em observação e experimento e não em teoria. Os primeiros discípulos nos deixaram escrito que eles viram Jesus por eles mesmos e, como já mencionado, uma vez em que Ele apareceu para 550 pessoas, pelo menos. Eles ouviram Cristo conversar com eles e aqueles indo para Emaús dialogaram com Ele por mais de 2 horas, além de tocar Nele. Maria Madalena e outros “abraçaram Seus pés” (Mateus 28.9). Seus 3 sentidos – visão, audição e tato – estiveram envolvidos.

5. As testemunhas concordam entre si. No Direito, o relato de uma testemunha é suficiente para comprovar um fato. A corroboração por outros testemunhos, embora não necessário, é esperado para que algo possa ser aceito como prova. È o que temos aqui. Cada um conta sua versão do mesmo fato, e a evidência de um se soma com a evidência dos demais.

6. As testemunhas da Ressurreição incluem homens e mulheres de características variadas, cujas evidências seriam aceitas por qualquer júri. Algumas vezes foi dito que tais testemunhas eram pessoas simples, que acreditavam em qualquer coisa. Também já foi dito que Jesus só apareceu a Seus discípulos. Esse não é o caso e uma das grandes testemunhas da Ressurreição foi o apóstolo Paulo%. Ninguém poderia dizer que Paulo era uma pessoa simples. Além disso, ele era o que chamaríamos hoje, no Direito, de Procurador. Paulo também não era um dos discípulos. De fato, ele era o inimigo nº 1 dos Cristãos.

2. EVIDÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS

As evidências diretas se referem aos fatos ligados à pergunta “Jesus voltou dos mortos?”. As evidências circunstanciais são diferentes. Elas se referem a outros fatos a partir dos quais uma resposta pode ser inferida. Há 4 coisas que não podem ser explicadas a menos que a Ressurreição de Jesus tenha acontecido.

1. A vida de Jesus. É extremamente difícil acreditar que uma pessoa comum volte da morte. Mas Jesus não era comum. Mesmo pessoas descrentes na Ressurreição foram e são impactadas por seus ensinamentos e caráter. O filósofo ateu Bertrand Russel disse: “Há muitos pontos em que eu concordo com Cristo bem mais que os Cristãos!”. Também Albert Einstein, notório cientista Judeu, disse: “Nenhum homem pode negar que Jesus tenha existido, nem que suas falas tenham sido belas. Nenhum homem pode ler os Evangelhos sem sentir a presença atual de Jesus. A Sua personalidade pulsa em cada palavra. Eu sou Judeu, mas admirador da figura luminosa do Nazareno.

De alguma forma, embora cada um deles seja hostil à Igreja, eles são amigáveis com respeito a Jesus Cristo. Mesmo nestes dias, Jesus é considerado único por comum acordo; o maior homem que já viveu. Sendo assim, não é tão difícil acreditar em outra coisa única sobre ele; a saber, que Ele ressuscitou dos mortos. O ensino e a vida de Cristo exigem o milagre de sua ressurreição.

2. Mudança nos discípulos.

A crucificação de Jesus destruiu seus discípulos. Os deixou atordoados, sem líder e em completo desespero. Todas as suas esperanças foram encerradas. De repente, esses mesmos discípulos foram completamente mudados. Pedro negou em três ocasiões que ele conhecia Jesus; cerca de 50 dias depois, no Pentecostes, este mesmo Pedro arriscou sua vida ao dizer com coragem a toda Jerusalém que ele havia visto Jesus ressuscitado dos mortos. Tomé, sempre questionando e procurando provas, era incrédulo. Uma semana depois, Tomé viu Jesus e gritou: "Meu Senhor e meu Deus". A mudança em sua vida certamente não era o cumprimento de um desejo. Tomé não esperava ver o Cristo ressuscitado, e ainda assim ele viu. Algo tremendo deve ter acontecido para transformar vidas dessa maneira. A mudança nos discípulos demonstra o milagre da ressurreição de Cristo.

3. A existência do Cristianismo.

O Cristianismo é histórico e exige uma explicação. Qualquer explicação desse tipo deve lidar com quatro fatos básicos sobre a Igreja primitiva:

1. Sua origem: dentro de 7 semanas após a morte de Jesus, os 1os Cristãos começaram sua missão na própria cidade que o crucificou. Imediatamente depois de ouvir que Jesus estava vivo, mais de 3000 se tornaram Cristãos. Pouco depois, outros 5000 homens acreditaram, bem como um grande número de sacerdotes. Algo fenomenal deve ter acontecido para gerar tal impacto. Sem a Ressurreição, o Cristianismo nunca teria saído do pequeno grupo de seguidores.

2. Seus membros: ouvimos muito hoje sobre o preconceito racial, mas isso não é novidade. Na verdade, no tempo de Cristo, o preconceito dos Judeus contra os gentios era muito pior do que qualquer coisa que temos hoje. No entanto, desde o chamado de Paulo os membros da Igreja primitiva foram Judeus e gentios. Eles eram um em sua experiência com o poder do Cristo vivo. Como isso poderia acontecer sem o milagre da Ressurreição?

3. Sua adoração: os Judeus mantiveram o 7º dia, sábado, como seu dia de adoração, mas desde o início, os Cristãos mantiveram o domingo. Essa mudança foi notável, sobretudo porque a Igreja primitiva era composta principalmente de Judeus convertidos, que eram observadores fanáticos do sábado. O que, então, causou essa mudança súbita nos seguidores da Lei de Moisés? A resposta é encontrada em um documento inicial do segundo século, conhecido como Epístola de Barnabé: "Eis por que celebramos como festa alegre o oitavo dia, no qual Jesus ressuscitou dos mortos e, depois de se manifestar, subiu aos céus." Somente a Ressurreição pode explicar a manutenção do domingo como um dia de adoração.

4. Seu crescimento: o Cristianismo é um dos maiores movimentos da história do mundo. Isso só pode ser explicado por um impacto inicial de movimentação e energia colossais. A existência do Cristianismo requer o milagre da ressurreição de Cristo.

4. A experiência dos Cristãos

Desde o primeiro domingo de Páscoa até hoje, há uma sucessão ininterrupta de milhões que podem testemunhar que suas vidas foram revolucionadas pelo contato com o Cristo vivo. Ricos e pobres, educados e sem educação, pessoas de diferentes origens, nacionalidades, culturas e temperamentos se unem em testemunhos uniformes sobre a Ressurreição. O Cristianismo real não é história antiga, mas eventos atuais. Jesus ainda está vivo hoje, mudando a vida das pessoas e a experiência dos Cristãos ao longo das eras confirma isso.

3. EVIDÊNCIAS REAIS

A evidência direta dos discípulos de que viram Cristo, juntamente com a forte cadeia de evidências circunstanciais que acabamos de examinar, constituem evidências extremamente fortes a favor do milagre da ressurreição. Também podemos adicionar evidências reais. Mas qual é a evidência real da ressurreição de Cristo? A evidência mais real da Ressurreição deve ser o próprio Cristo. Se Cristo ressuscitou da morte, isso significa que Ele está vivendo hoje e que podemos experimentar o Seu poder em nossas vidas. Esta é a maior e mais convincente prova de todas. As evidências mostram que é razoável acreditar no milagre da Ressurreição. Mas um encontro com o Cristo vivo leva o assunto a um estágio além. Se Ele realmente ressuscitou dos mortos, então podemos encontrá-Lo por nós mesmos e saber sem sombra de dúvida que Ele está vivo e é o próprio Deus. Podemos passar da razão para a experiência e conhecer Jesus para nós mesmos.

SEU VEREDICTO

Como vimos no início, um membro de um júri tem dois deveres. O primeiro é ser imparcial e o segundo é dar um veredicto. Não podemos ser neutros. É o maior fato da história do mundo ou o maior engano de todos os tempos. Não há meio termo. A questão mais importante no mundo é: "Cristo ressuscitou dos mortos?" Nossa pergunta original, "O que aconteceu com Jesus?" Ainda é válida. A fraude, o desmaio e a ilusão parecem ter sido descartados. A única resposta razoável é que o milagre da Ressurreição ocorreu. Na verdade, a evidência para isso é tão esmagadora que um ex-juiz chefe da Inglaterra, Lord Darling, disse uma vez:

"Nenhum jurado inteligente no mundo pode deixar de ter um veredicto de que a história da Ressurreição é verdadeira". 

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¹George Bernard Shaw (1856–1950) foi um teatrólogo Irlandês/Britânico famoso pelo seu ativismo e crítica políticos. Obras suas como Homem e super-homem, Pygmalion e Santa Joana construíram o imaginário Europeu sobre os acontecimentos políticos na 1ª e 2ª Guerras. Em 1925, recebeu o Nobel de Literatura.

²Publius Cornelius Tacitus (56-120 d.C.) foi senador e historiador do Império Romano. Do que chegou ao presente de seus trabalhos estão “A vida de Agricola” (98 d.C.), “A origem e o lugar da Germania” (98 d.C.), “Diálogos de oratória” (102 d.C.), “Histórias” (105 d.C.) e “Sobre os excessos do Divino Augusto” (117 d.C.). Essas duas últimas obras contam a história Romana desde a morte de Augusto (14 d.C.), filho de Júlio César que se auto-intitulou deus, até a Revolta dos Judeus (70 d.C), quando Roma passou por uma profunda crise política que terminou, inclusive, com a destruição de Jerusalém. Outros trabalhos de Tacitus, que não sobreviveram no original, foram copiados em partes por historiadores seguintes.

³Tiberius Caesar Divi Augusti Fīlius Augustus foi imperador de Roma de 14 a 37 d.C., sucedendo Augusto justamente no período em que Jesus viveu. Herodes Antipas, rei da Galiléia, construiu a cidade de Tiberíades nas margens do mar da Galiléia (na verdade um imenso lago) em sua homenagem. A construção da cidade foi a principal fonte de emprego de pedreiros e carpinteiros na região, por muitos anos.

*Titus Flavius Josephus nasceu com o nome Yosef ben Matityahu (37-100 d.C.), sendo Judeu de família nobre. Ele ficou conhecido por seu trabalho como historiador romano em Jerusalém, tendo escrito a maioria do que sabemos sobre os Judeus do seu tempo (os livros do Velho Testamento deixaram de ser produzidos desde a ocupação grega de Canaã, em 300 a.C.). Principalmente, Josephus registrou os conflitos relacionados ao surgimento do Cristianismo (aprox. 40 d.C.), o Grande Incêndio de Roma (64 d.C.) e a destruição de Jerusalém (70 d.C.). Seus principais trabalhos foram “A guerra dos Judeus” (75 d.C.), uma adaptação da obra “Contra Platão, sobre o Universo”, “Antiguidades dos Judeus” (94 d.C.), “Contra Apion” (97 d.C.) e “Autobiografia” (99 d.C.).

**Caixas de ossos: era costume entre os Judeus re-utilizarem os túmulos. Geralmente as pessoas eram enterradas envoltas em bandagens com resinas perfumadas, colocadas em cavidades naturais ou escavadas nas rochas que ficavam fora das cidades, depois seladas com uma pedra grande e cobertas com cal. Quando outro familiar morria, o túmulo era aberto e os ossos do antigo ocupante eram colocados em caixas de pedra ou cerâmica com inscrições feitas pela família, deixadas dentro da cova.

$ A descoberta foi feita por Eleazar Lipa Sukenik (1889-1953), numa escavação em Talpiot, Jerusalém, que encontrou tumbas do séc. 1 a.C. ao séc. 1 d.C. As inscrições nas caixas de ossos foram estudadas por muitos anos. Elas mostraram se tratar de uma abundância de pessoas usando o nome Jesus, naquela época. “Jesus, aquele que ressuscita”, como Sukenik interpretou inscrições que julgou equivalentes, mostrou serem diversas formas de escrever nomes próprios, referindo-se a Jesus filho de Judas e Jesus filho de Aloth, por exemplo. Apesar dos nomes, não havia outras evidências nas caixas revelando se tratar de uma comunidade Cristã como conhecemos. Ver Tekton e Truth-be-known.

% Paulo ou Saulo de Tarso (trata-se apenas de uma pronúncia diferente) era Judeu de família nobre, educado para ser Fariseu (guarda da lei e do Templo) entre os nobres Romanos. Seu conhecimento do grego, da filosofia e de autoridades Judias como Gamaliel mostram que se tratava de um membro da elite. Além disso, Paulo foi mandado a Damasco (Síria) como perseguidor romano dos Cristãos dotado de toda autoridade, ou seja, ele gozava de postos no governo imperial. No caminho, Paulo foi derrubado do cavalo por uma luz ofuscante, na qual conversou com Jesus e recebeu a missão de propagar Sua igreja para todos os povos.

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