Dois Anjos, do italiano Raffaello Sanzio da Urbino (1483-1520)
Os anjos são seres espirituais (Hb 1.14), sem um corpo físico real. Aparentemente, foram criados no mesmo tempo da terra, antes dos homens (Jó 38.7). Todos os anjos foram, a princípio, criados bons e santos (Gn 1.31). A Bíblia conta que, mesmo sem um cérebro carnal, esses seres têm personalidades (o mesmo ocorre com Deus) que os definem como anjos bons (servidores do Altíssimo) e anjos maus (que se uniram a Satanás contra o Senhor). Segundo a Bíblia, eles são capazes de ter emoções como alegrar-se pela grandiosidade do Senhor (Lucas 2:13) ¹ ou sentir medo (Tiago 2:19). Pelo menos quanto aos anjos maus, a Bíblia conta que possuem vontade própria como os homens (Lc 8:28-31; 2Tm 2.26).
Fala-se na existência de uma quantidade imensa de anjos. João (de Patmos) relata sua visão dos céus: “Então olhei e ouvi a voz de muitos anjos, milhares de milhares e milhões de milhões. Eles rodeavam o trono, bem como os seres viventes e os anciãos, e cantavam em alta voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória e louvor!” (Ap 5.11-12).
A Bíblia está longe de estimular qualquer veneração ou culto aos anjos. Eles são descritos como demônios que incitam os homens ao mau ou como mensageiros de Deus cujo conhecimento é limitado. É dito mesmo que eles não viram maiores maravilhas de Deus do que foi mostrado aos homens (1Pe 1.12), mas agem simplesmente como instrumentos do Senhor para instruir os homens. Davi comenta também sobre eles: “Que é o homem, para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites? Contudo, pouco abaixo dos seres celestiais o fizeste; de glória e de honra o coroaste” (Sl 8.4-5).
A aparência dos anjos varia ao longo da Bíblia, o que foi interpretado por alguns estudiosos como uma evidência de diversas espécies ou tipos de anjos. Alguns se manifestaram em forma humana, como a Ló (Gn 19). O autor misterioso de Hebreus (Barnabé ?) talvez possuísse algum conhecimento disso que não relatou em sua carta, quando afirmou “Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns, sem o saberem, hospedaram anjos” (Hb 13.2). Outros apareceram na tradicional forma alada com diversas asas como a Davi (2Sm 24.16 e 1Cr21.15-16) e a Isaías. Outros tomaram formas resplandescentes, como junto aos pastores avisados sobre o nascimento de Jesus (Lc 2.8-14).
ANJOS MAUS
A Bíblia fala sobre a existência de anjos maus, que não estão nos céus com o Senhor, mas foram jogados sobre a terra (isso mesmo, não no inferno) junto com Satanás. Essa história, longe de aparecer no livro de Gênesis, aparece no livro de Apocalipse (ou Revelações, em outras línguas).
Ap 12.1-9. Apareceu no céu um sinal extraordinário: uma mulher vestida do sol, com a lua debaixo dos seus pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. Ela estava grávida e gritava de dor, pois estava para dar à luz. Então apareceu no céu outro sinal: um enorme dragão vermelho com sete cabeças e dez chifres, tendo sobre as cabeças sete coroas... clique aqui para ler a passagem toda
Tal passagem da formulação do bem e do mal sobre a terra motivou obras como “O Paraíso Perdido” de Milton, e parece relatar Israel (descrita às vezes como Virgem, ou Filha de Sião) e as 12 tribos originais. Lutando contra ela estaria Satanás e suas 7 tribos (quais? ²), que foi derrotado por Miguel (um dos poucos anjos nomeados) e os anjos do senhor, caindo sobre a terra junto com ⅓ das estrelas do céu (alguns dizem ⅓ dos anjos), onde perseguiu Israel. Tais anjos caídos seriam o que hoje chamamos de demônios, ainda em sua batalha fadada contra o Reino de Deus. Numa das cartas de Paulo, encontramos
Ef 6.12. Pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, conta os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniqüidade nas regiões celestes.
A Bíblia também conta que parte desses anjos já encontra-se presa no inferno (2Pe 2.4). Lendo Apocalipse 9, vemos que esses anjos infernais terão uma permissão breve para saírem do inferno na Grande Tribulação, quando assumirão formas semelhantes a gafanhotos.
ANJOS DA GUARDA
Sobre os populares anjos-da-guarda, a Bíblia faz parcos comentários sobre anjos que intermediariam a vida dos homens e o trono de Deus. Jesus comenta: "Cuidado para não desprezarem um só destes pequeninos! Pois eu lhes digo que os anjos deles nos céus estão sempre vendo a face de meu Pai celeste” (Mt 18.10); depois Pedro, liberto da prisão por um anjo, vai até a casa de Maria, mãe do evangelista João Marcos (que escreveu o livro de Marcos), onde os cristãos se reuniam secretamente, e onde exclamaram à serva que o viu, pois já o tomavam como morto: "Você está fora de si!, deve ser o anjo dele" (Atos 12.15). Em diversas ocasiões é mencionado que homens foram protegidos por anjos do Senhor:
Sl 91.9. Se fizer do Altíssimo o seu refúgio, nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos.
Sl 34.7. O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que O temem, e os livra.
Há indícios de anjos diferentes dos outros, ou que pelo menos têm indicadas funções específicas no reino celestial. Alguns parecem ter maior dignidade ou poder, chamados Arcanjos (chefes) (1Ts 4.16; Jd 9), têrmo que a Bíblia aplica somente a Miguel (Dn 10.21) e Gabriel (Lc 1.19). Rafael aparece somente no texto apócrifo de Tobias.
QUERUBINS
Também há Querubins, que parecem amparar os passos do Senhor com seus próprios corpos e asas (Sl 99.1; Ez 9.3; Ez 10). O Senhor pôs querubins à entrada do Éden para impedir que nossos primeiros pais se aproximassem da árvore da Vida, depois de serem expulsos do Paraíso (Gn 3.24). Quando Moisés mandou construiu a Arca para o Tabernáculo, foram trabalhados dois querubins folhados a ouro, com as faces voltadas um para o outro, e cobrindo-a com as asas estendidas (Ex 25.17-22; 37.7-9). Há freqüentes referências à habitação de Jeová entre querubins (2Rs 19.15; Sl 80.1; 99.1; Is 37.16). Davi representa Jeová montado sobre querubins e voando sobre as asas dos ventos (2Sm 22.11; Sl 18.10). Ezequiel teve uma visão de querubins perto do rio Cobar, onde cada um deles tinha quatro faces e quatro asas (Ez 10), de homem, leão, boi e águia, sustentavam o trono de Jeová (Ez 1). João (de Patmos) descreveu seres semelhantes em suas visões do céu (Ap 4.6-9).
Antes de sua queda, Satanás era um querubim ungido, que provavelmente dirigia os louvores angelicais no Jardin do Éden: "Estavas no Éden, jardim de Deus; de todas as pedras preciosas te cobrias: (...) te fizeram os engastes e os ornamentos; no dia em que foste criado foram eles preparados. Tu eras querubim da guarda ungido e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus (...) Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniqüidade em ti" (Ez 28.13-15). Um relato semelhante de visão é feito por Isaías (Is 14.12). Deve se notar que Querubim em hebraico é um plural derivado de “karabu”, que significa abençoar e assim denota aquele que intercede, que ora.
NUMEROSAS ESPÉCIES?
Alguns estudiosos comentam sobre o culto aos anjos que se propagou entre os judeus (Reblin, 2011), a exemplo dos presentes na Cabala³. O panteão cannaneu originalmente era composto de 4 ordens de deuses: no nível mais alto estavam El e Asherah; abaixo ficavam deuses nacionais como Baal, Yam, Mot e Anat; abaixo estavam os deuses-arte Kothar-wa-Hasis; e por último os “mensageiros” Mal’achim. Antes do exílio, os judeus provavelmente usavam um sistema similar de divindades, como comentado quanto às esposas de Salomão em 1Rs 11. Quando Javé foi identificado como Deus, os demais elementos do panteão foram demonizados ou sobreviveram na cultura em forma de seres submissos com poder mas sem autoridade, que provavelmente gerou a adoração aos anjos. Repare que a ação mais comum frente aos anjos (que já foram usados para adornar o Templo) sempre foi prostrar-se, tentar adorá-los, coisa que essas figuras mesmas rejeitavam. Na Cabala, em seus níveis decrescentes, os anjos foram organizados como:Chayot Ha Kodesh (os seres viventes vistos por Ezequiel (Ez 1); depois os Ophanim (as rodas vistas por Ezequiel); depois os Erelim (os mensageiros das paz que aparecem brevemente em Is 33.7); depois os Hashmallim (a nuvem tempestuosa de fogo descrita por Ezequiel em Ez 1.4); depois os Seraphim; depois os Malakhim (mensageiros, olha só); depois os Elohim (seres divinos); depois os Bene Elohim (os filhos de Deus quase carnais descritos em Gn 6.2, Jó 1.6; 38.7; Sl 29.1); depois os Cherubim; depois Ishim (anjos físicos de aparência humana, como descritos por Daniel (Dn 10.5).
SERAFINS
Na Bíblia, os Serafins são apontados como anjos que voam rodeando o Senhor, mas sem que eles próprios possam olhar para Ele. Isaías os descreve como tendo 6 asas (Is 6). Quando o profeta confessou que era um homem de lábios impuros, um dos serafins voou para ele levando na mão uma brasa viva, que havia tomado do altar, e tocou com ela a boca do profeta dizendo: “Eis aqui tocou esta brasa os teus lábios, e será tirada a tua iniqüidade, e lavado será o seu pecado”. A Escritura nada mais diz a respeito de serafins.
FORÇAS NATURAIS
Também, as forças inanimadas da natureza pelas quais se opera todo o movimento econômico do universo são descritos às vezes como mensageiros de Deus (Sl 104.4). Ocasionalmente a palavra "anjo" parece se referir a forças da natureza. Mas em geral significa ineqüivocamente personalidades do mundo invisível. Tanto se fala na Bíblia a respeito do ministério dos anjos que somos constrangidos a crer que Deus se serve deles, em parte, para executar a Sua vontade no governo do universo.
UMA DENOMINAÇÃO ESPECIAL
Diversas vezes na Bíblia aparece uma denominação especial, o Anjo do Senhor, ou também Anjo de Deus. O Anjo do Senhor realizou várias tarefas semelhantes às dos anjos, mas sua identidade tem sido debatida. Em Jz 2:1, o Anjo do Senhor diz: "Do Egito Eu vos fiz subir, e Eu vos trouxe à terra que a vossos pais Eu tinha jurado, e Eu disse: Eu nunca invalidarei o meu concerto convosco." Comparada esta passagem com outras que descrevem o mesmo evento, verifica-se que eram atos do Senhor, o Deus do concerto das israelitas. Foi Ele quem jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó que daria aos seus descendentes a terra de Canaã (Gn 13.14-17; 17.8; 26.2-4; 28.13); Ele jurou que esse concerto seria eterno (Gn 17.7), Ele tirou os israelitas do Egito (Êx 20.1-2) e Ele os levou à terra prometida (Js 1.1-2). Quando o Anjo do Senhor apareceu a Josué, este prostou-se e o adorou (Js 5.14-15), sem o Anjo refutasse. Essa atitude tem levado muitos a crer que esse anjo era uma manifestação do próprio Senhor Deus; do contrário, o anjo teria proibido Josué de adorá-lo, como é atitude dos anjos (Ap 19.10; 22.8-9) e designado pelo 1º Mandamento: "Não terás outros deuses diante de mim" (Êx 20.3).
Seu primeiro aparecimento foi a Agar, no deserto (Gn 16.7). Outros aparecimentos incluíram Abraão (Gn 22.11-15), Jacó (Gn 31.11-13), Moisés (Êx 3.2), todos os israelitas durante o Êxodo (Êx 14.19), Gideão (Jz 6.11), Elias (2Rs 1.3-4), Daniel (Dn 6.22) e José (Mt 1.20; 2.13). Nem sempre, contudo, o Anjo do Senhor parece uma denominação atribuída ao próprio Deus. Algumas vezes, esse Anjo aparecia para destruir um exército ou amaldiçoar uma nação.
IMPORTÂNCIA DOS ANJOS NA BÍBLIA
Em Atos 16.9, Paulo está incerto para onde ir, e , à noite, tem uma visão, na qual um varão macedônio se apresenta a ele e lhe diz: "... Passa à Macedônia, e ajuda-nos." Muitos teólogos acreditam que essa visão de Paulo foi de um anjo. Isto porque a visão dá um novo rumo ao ministério de Paulo. Chegando à cidade macedônica de Filipos, uma mulher chamada Lídia se converte (At 16:14), uma jovem possessa de espíritos de adivinhação é liberta (At 16.16-18), o carcereiro da prisão onde ficaram presos Paulo e Silas se converte (At 16.29-30), uma igreja é estabelecida (At 17.4) e Paulo se prepara para uma nova fase de seu ministério.
Eis algumas atividades que a Bíblia atribui aos anjos:
Os anjos são de uma ordem completamente diferente da dos humanos. A Bíblia não faz sequer suposição de que seres humanos se tornem anjos após a morte, ou que anjos tenham algum dia sido seres humanos. Deus criou os anjos da mesma forma que criou a humanidade, mas não é dito que tenham sido feitos à imagem e semelhança de Deus, como foram os humanos (Gn 1.26). Embora seja descrito que anjos apareceram em forma humana (e nesse caso se tratam exclusivamente de aparições masculinas), a Bíblia dá a entender que entre os anjos não há divisão de sexo maior que a aparência (ou pelo menos pareciam masculinos aos olhos humanos), mas que não há anjos masculinos ou femininos (Mt 22.30).
Apesar disso, há esse relato em Gn 6.4 de uma união carnal dos “filhos de Deus” e das “filhas dos homens”, fazendo supor uma masculinidade dos anjos. O produto dessa união foram gigantes de estatura ou de poder, algo semelhante aos heróis gregos, ou seja, homens dotados de poderes sobre-humanos (Nm 13.33). Os escritos originais utilizam a palavra “Nefilin”, que vem de “Nefil”, significando “Gigante”,”Valente”,”Tirano”. A tradução não é clara, mas a palavra usada em Números é “Gibbor”, em hebraico, é também traduzida “gigante” e significa “homem valente”, “poderoso”, “gigante” ou “homem forte” (Jó 16.14). Outras partes da Bíblia também falam de gigantes, como os Anaquins (Dt.1.28; Js.11.21-22; 14.12-15), Emins (Dt 2.10-11,21); Zanzumins (Dt 2.19-20) e o gigante Ogue, rei de Basã (Dt. 3.11; Js 12.4; 13.12). Alguns são descritos com grande estatura, 6 dedos em cada mão e 6 dedos em cada pé (2Sm 21.20; 1Cr 20.6). Aparentemente, todas essas raças de gigantes (filhos de anjos ou não) foram destruídas pelo povo de Deus, o que indica que não se tratava de uma linhagem abençoada.
----------------------------------------------
¹ A expressão “Glória a Deus” é explicada como reconhecimento de grandiosidade, pela visão de Ezequiel “Então veio uma voz de cima da abóboda sobre as suas cabeças, enquanto eles ficavam de asas fechadas. Acima da abóboda sobre as suas cabeças havia o que parecia um trono de safira, e, bem no alto, sobre o trono, havia uma figura que parecia um homem. A parte de cima do que parecia ser a cintura dele, vi que parecia metal brilhante, como que cheia de fogo, e que a parte de baixo parecia fogo; e uma luz brilhante o cercava. Tal como a aparência do arco-íris nas nuvens de um dia chuvoso, assim era o resplendor ao seu redor. Essa era a aparência da figura da glória do Senhor. Quando a vi, prostrei-me com o rosto em terra, e ouvi a voz de alguém falando.” (Ez 1.25-28).
² Fica aqui a tentação de pensar nos 7 pecados capitais. No entanto, lembrando que o AT trazia 10 mandamentos de Deus, fica claro que esses 7 pecados não têm uma fonte bíblica. Na verdade, se trata de uma lista muito antiga de males que os judeus e os gregos conheciam nos tempos de Jesus: vaidade, inveja, ira, preguiça, avareza, gula e luxúria. Vários deles foram fixados pelo papa Gregório I (540-604 d.C.). É curioso que tal operação analítica e legalista tenha sido feita por cristãos (apesar de se basearem em escritos não-cristãos), quando a própria Bíblia traz uma lista de ações deploráveis apontadas por Paulo: imoralidade sexual (luxúria?), impureza e libertinagem ((luxúria?), idolatria e feitiçaria; ódio (ira?), discórdia (ira?), ciúmes, ira, egoísmo (avareza?), dissensões, facções e inveja(esse já tem); embriaguez, orgias e coisas semelhantes (esse é novo) (Gl 5:19-21).
³ A Cabala, ou Kabbalah, é um sistema místico-religioso judeu ensinando que cada letra, palavra, número, e acento da Escritura contêm um sentido escondido. Nesse sistema, os iniciados estudam características dos escolhidos ou eleitos por Deus e são iniciados na interpretação desses significados ocultos. A Cabala trata de revelações para eleger santos de um passado remoto, e reservada apenas a alguns privilegiados. Alguns historiadores de religião afirmam que devemos limitar o uso do termo Cabala apenas ao sistema místico e religioso que apareceu depois do século 12 e usam outros termos para referir-se aos sistemas esotéricos-místicos judeus de antes.
A Cabala também ensina que, a fim de podermos reclamar as dádivas para as quais fomos criados para receber, primeiro temos que merecer essas dádivas (repare que a graça divina perde um pouco de seu significado aí). Nós as merecemos quando nos envolvemos com nosso trabalho espiritual – o processo de transformarmos a nós próprios na essência. Ao nos ajudar a reconhecer as fontes de negatividade em nossas próprias mentes e corações, a Cabala fornece as ferramentas para a mudança positiva, ou seja, uma libertação do ego humano e criação de afinidade com a essência de de Deus.
----------------------------------------------
VOCÊ QUE LEU ATÉ AQUI, LEIA ATÉ LÁ
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe um comentário!