Entre as principais controvérsias da religião com a ciência está a famosa Arca de Noé. Aparentemente, o texto bíblico faz referência a eventos do ano 6000 a.C., ou seja, no meio do que chamaríamos de Pré-história, ou mais propriamente “Período Neolítico”, que quer dizer “pedra polida”. Embora nos venha logo à mente homens barbudos vestindo peles e carregando tacapes ou clavas para caçar dinossauros, a verdade é que a Pré-história simplesmente se refere ao não uso de escrita. Tecnologicamente, estamos falando de pastores vivendo em casebres nas áreas de pastoreio, barcos de pesca e navios carregando tecidos pintados e conchas (para fazer tintas), cerâmicas pintadas e até uso de ouro martelado sobre madeiras variadas. Talvez isso seja bem diferente da famosa imagem dos “Flinstons”.
Segundo uma interpretação bíblica muito difundida, todas as pessoas e os animais do mundo seriam descendentes dos tripulantes da Arca: Noé, Sem, Cão, Jafé, suas respectivas esposas e muitos casais de animais. O parágrafo abaixo define bem o plano de Senhor para o “final dos tempos”:
De todos os animais limpos tomarás para ti sete e sete, o macho e sua fêmea; mas dos animais que não são limpos, dois, o macho e sua fêmea. Também das aves dos céus sete e sete, macho e fêmea, para conservar em vida sua espécie sobre a face de toda a terra. Porque, passados ainda sete dias, farei chover sobre a terra quarenta dias e quarenta noites; e desfarei de sobre a face da terra toda a substância que fiz. (Gn 7.2-4)
A CIÊNCIA DIZ QUE NÃO
A Bíblia fala das águas cobrindo os cumes das montanhas, de forma que nada restasse da vida terrestre, e em especial nada de humano. E isso teria ocorrido por volta de 6000 a.C. É aqui que começam os problemas com a ciência: não há sinais de uma mortandade gigantesca de plantas ou animais ocorrida em menos de 65.5 milhões de anos atrás, quando um grande meteoro atingiu o Golfo do México. Claro que esse último genocídio global deixou rastros como florestas imensas apodrecidas ou queimadas, além de detritos impregnados nas rochas e uma formidável cratera. Os humanos ainda não existiam, e não há nada semelhante que tenha ocorrido durante a permanência humana na Terra.
Além disso, um dilúvio global coloca o problema da origem de toda essa água. Para cobrir todos os montes da Terra em 40 dias, seria preciso uma precipitação (ou taxa de chuva) acima de 200 metros por dia, o que significaria a água subindo essa distância todos os dias. Os lugares mais chuvosos do mundo dificilmente chegam a uma taxa de 1 m por dia, durante uma pequena parte do ano, o que se agrava pelas dificuldades de escoamento da água. Além disso, toda a água do planeta elevaria o nível dos oceanos em apenas 2-5 metros (para os povos que vivem em ilhas, isso já representaria um dilúvio). Simplesmente não há água suficiente para cobrir a superfície da Terra!
O número de espécies animais e vegetais existentes tornaria impossível colher exemplares de todos eles. A variedade genética dos animais que existem hoje não poderia ser produzida pela reprodução deles a não ser em dezenas de milhões de anos. Pensando na queda do meteoro, temos algo aceitável. Mas desde 6000 a.C., muito pouca coisa mudou: todos os macacos seriam muito semelhantes, assim como todos os leões e mesmo todas as pessoas. O mundo que conhecemos parece muito mais velho do que o dilúvio.
Por fim, uma precipitação fantástica de água doce (a menos que presumamos que choveu água salgada) teria destruído grande parte da vida marítima, adaptada à água salgada. Também não há sinais de que isso tenha ocorrido nos últimos milhões de anos.
PENSANDO NO DILÚVIO
Em quem acreditar? A resposta mais simplista até coloca a ciência como uma obra de Satanás para enganar o homem, como se Deus atuasse de forma mais ou menos secreta, e Suas obras não pudessem ser conhecidas... (bem, então temos toda a Bíblia mostrando o quê?). Outra resposta simplista é fazer da Bíblia um livro alegórico, com textos surgidos da imaginação de um autor perdido no tempo. Os dois lados são problemáticos e distanciam-se muito de uma “busca pela sabedoria” (Pv 1).
Ao recordar no texto da Bíblia algo que ocorreu milhares de anos antes da sua própria época, e especialmente muito antes da escrita, Moisés entretanto tornou a Bíblia uma referência histórica como jamais houve. Se pensarmos que ele precisou de uma tremenda inspiração divina para isso, ainda, talvez devêssemos olhar cuidadosamente seu texto.
PROPÓSITO
Moisés escreveu o texto do gênesis para recordar as origens do seu povo, cuja identidade já havia sido fortemente ameaçada pelo cativeiro no Egito. Os povos escravizados rapidamente perdem sua identidade, e isso ficou muito claro quando o povo construiu um bezerro de ouro como deus, reproduzindo assim o ídolo Ápis do Egito. Assim, ele registrou um conhecimento que tinha do próprio povo e do que lhe foi provido pelo Senhor. Não podemos pensar que isso tenha a intensão de uma descrição de verdade absoluta, mas que seja algo necessário e suficiente para as pessoas que receberam tal conhecimento.
Na história de Noé, Moisés nos conta como Deus preservou a dinastia de Sete enquanto eliminava a de Caim, que havia produzido um povo violento no leste no Éden. Seguindo o que o livro de Gênesis fala dos patriarcas, Noé devia ser um líder político-religioso e o significado de seu nome - “conforto” - indica que talvez ele tenha vivido uma época de relativa paz, ao contrário de seus ancestrais. De forma surpreendente, todos os ancentrais de Noé (de Adão a Matusalém e Lameque) morreram de “causas naturais” pouco antes do dilúvio, após habitarem a terra por muitos séculos. E na idade em que os filhos de Noé foram gerados (~ 100 anos), seus antecessores também registravam o nascimento dos sucessores dinásticos, de maneira que deverímos prestar especial atenção à passagem do poder de Noé para seus filhos, e especialmente Sem, cuja descendência sabemos que levaria até Davi. Há mesmo a possibilidade de que o dilúvio não represente uma extinção de pessoas, mas de linhagens tribais ou mesmo de aldeias inteiras, das quais apenas uma teria restado.
De fato, a Bíblia coloca os filhos de Noé como fundadores de grandes nações. Sem, o filho mais velho, cujo nome significa “cinzento”, teria originado os povos semitas da Síria, Palestina e Pérsia. Cão significa “negro” e o Salmo 105 sugere que os egípcios seriam seus descendentes; dele teriam vindo os cananitas e etíopes. Jafé significa “largo” (Gn 9.27) e teria originado os povos da Ásia, como armênios, medos, gregos, curdos, eslavos, etc. Assim, Noé seria o ponto comum de todas as nações descendendo de Sete e Adão.
Por outro lado, a Bíblia fala pouco de Noé, especialmente no que se refere ao Dilúvio. Sabemos que ele seguiu o conselho de Deus para construir um barco de proporções bem delineadas. A Bíblia registra, de fato, mais detalhes do barco do que dos animais (sabemos apenas que alguns eram puros - e seria sacrificados depois - e outros não), da família de Noé (nada há sobre as esposas deles) e quase nada há sobre a vida a bordo da embarcação. E eles ficaram mais de 300 dias navegando! Esse lapso é significativo, pois indica que as histórias guardadas por Moisés não vieram dos personagens (Noé ou sua família), mas de pessoas que souberam do ocorrido. Por outro lado, a atenção aos detalhes da embarcação pode sugerir um vislumbre dela ou da necessidade de uma embarcação colossal para preservar os animais importantes. Noé novamente aparece como uma ponte entre o passado remoto e a atualidade (do neolítico) através de uma calamidade.
CONTEÚDO
Fala-se de uma inundação que destruiu o mundo. Mas Noé não teria como saber disso, nem tampouco os que vieram após ele. Eles saberiam, é claro, da destruição de uma grande faixa de terra (o lugar onde vivem) pelas águas. Esse tipo de inundação é comum... todos os povos já presenciaram desastres semelhantes. De fato, quase todos os povos guardam lendas de super-inundações, mesmo os da África, onde esse tipo de ocorrência sempre foi muito raro pela altitude dos terrenos.
Existem pelo menos 35 histórias de inundações destruindo povos inteiros, nas mais diferentes culturas, todas com semelhanças e diferenças com a história de Noé.
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diversas estórias
Algumas delas guardam semelhanças notáveis, como a lenda Masai sobre um homem chamado Tumbainot. A população da Terra era então muito desobediente aos deuses, até o dia em que um homem chamado Nambija matou seu colega Suage e Deus decidiu destruir tudo com uma grande chuva. Tumbainot havia se casado com a viúva do irmão, e então agradou a Deus, que lhe avisou sobre a destruição. Ele construiu um barco, tomou as duas esposas e seus filhos (3 de cada esposa), junto com um casal de animais de cada espécie. Então choveu muito, a Terra foi inundada e todos morreram, exceto os que estavam no barco. Quando as chuvas pararam, ele soltou uma pomba, que retornou. Depois soltou um corvo, que não voltou, e Tumbainot soube que as águas haviam baixado. O sinal divino de que a ira havia passado foi o aparecimento de 4 arco-íris no céu.
Os Masai (ou Maasai) estão entre os habitantes mais antigos da África. O rastreamento genético apontou sua origem nas terras ao sul da Núbia (Egito) e Etiópia, tendo eles provavelmente se deslocado para o sul com o passar do tempo (atualmente estão na margem leste do Lago Vitória). Outras histórias Masai como a criação do jardim de Deus após a queda de um grande dragão, a proibição de que o homem comesse de uma certa fruta e a expulsão do homem pela “estrela da manhã” após ser tentado por uma serpente faz pensar em uma conexão direta com o Oriente Médio... e talvez a descendência de Cão, o filho de Noé. Por outro lado, povos africanos onde a conexão com o Oriente Médio é clara (como o Egito) não têm qualquer história de um dilúvio.
Um pouco menos surpreendente é a semelhança do relato bíblico com a lenda de Utnapishtim, o Longínquo, um personagem da saga babilônica de Gilgamesh. O que sabemos dessa história foi escrito por volta de 800 a.C. em placas de argila. Ela fala sobre um antigo imperador da cidade de Uruk, chamado Gilgamesh, que era o mais poderoso de todos os homens e também um tirano. O povo clamava por causa da opressão de Gilgamesh, e os deuses fizeram então um semelhante dele, Enkidu, que o poderia desafiar. Enkidu aprendeu entre as feras do campo, foi encontrado por um caçador e conduzido à cidade. Após lutar com o tirano, os dois tornaram-se irmãos e partiram pelo mundo em busca de aventuras. Entretanto, numa delas Enkidu morre e Gilgamesh corre pelo mundo em desespero pela perspectiva da própria morte. Um dia ouve sobre Utnapishtim, o Longínquo, a quem os deuses haviam concedido a vida eterna e de quem ele queria aprender como não morrer. Gilgamesh adentra o mundo dos deuses por uma gigantesca e escura caverna (uma alusão talvez à morte), chegando a um jardim maravilhoso próximo ao sol (deus Shamah, o magnífico). Outros deuses orientam ele e este encontra o barqueiro de Utnapishtim, que o conduz até o ancião, que vivia além da foz do grande rio*.
Utnapishtim disse que Gilgamesh não poderia dormir se quisesse conhecer o segredo da vida eterna. Mas, cansado, ele adormeceu por 7 dias. Utnapishtim então conta a ele que os homens faziam muito barulho e isso havia incomodado o deus Enlil, que resolvera destruir o mundo com uma grande tempestade. Mas outro deus, Ea, contou o plano a Utnapishtim, que morava então em uma casa de madeira de colmo. Utnapishtim desmontou sua casa e com ela fez um grande barco, onde levou sua mulher, uma tripulação e sementes de todas as coisas vivas. Quando a tempestade chegou, até os deuses de assustaram e fugiram para o alto do firmamento. A deusa Ishtar então arrependeu-se de ter deixado que Enlil destruísse o mundo. A tempestade foi violenta por 7 dias e então acalmou-se. Por mais 7 dias as águas foram baixando, até que Utnapishtim soltou uma pomba, que voltou. Ele soltou no dia seguinte um corvo, que não retornou, e então ele soube que havia terra seca. Quando Enlil soube que alguns homens haviam sobrevivido, a deusa Ishtar acalmou-o e ele abençoou o casal em seu barco, concedendo-lhes a vida eterna. Mas disse para morarem além do mar, porque eram diferentes.
Utnapishtim curou Gilgamesh da sua jornada e contou-lhe sobre uma planta que restaurava a juventude dos homens, para que ele não voltasse de mãos vazias. O herói colheu essa flor, mas uma serpente roubou-a no caminho (as serpentes costumam privar o homem da vida eterna...). Por fim, Gilgamesh voltou a Uruk como tinha saído e escreveu sua história.
Muitos acreditam que o dilúvio bíblico e a história de Utnapishtim sejam na verdade uma só, dada a localização próxima das suas origens e a origem comum das culturas suméria - babilônica - hebraica (afinal, Abraão era da terra de Ur, cuja capital era Uruk). Assim como na Bíblia, os planos da embarcação de Utnapishtim são detalhados, e é dito que todos os homens se converteram em barro (o que pode sinalizar uma inundação real). Noé enfrentou 40 dias de tempestade (o numeral 40 costuma ser usado para indicar “muitos”), permanecendo mais de 300 dias na Arca, de onde nenhum relato veio. Diferentemente, Utnapishtim ficou apenas 2 semanas a bordo da embarcação e trata de descrever cada um desses dias, ainda que diga, apenas, que só havia escuridão. A estória que Gilgamesh escreve não enfoca Utnapishtim como um patriarca, isso fica subentendido do texto (afinal, Gilgamesh era parte deus e morava em uma cidade habitada por homens e deuses).
UM DILÚVIO BEM REAL
Embora existam muitos argumentos contra um dilúvio universal, as histórias citando uma inundação destruidora no Oriente Médio são tão parecidas entre si que não podemos ignorar isso. Pela cronologia bíblica, tal inundação teria acontecido por volta de 6000 a.C. (portanto antes da 1ª dinastia do Egito em 3100 a.C., mas encontrando a origem dos Masai e dos povos semitas) e certamente foi devastadora o suficiente para que os clãs na região fossem exterminados. Pelo auxílio divino (e todas as lendas concordam com isso) foi que um deles sobreviveu para repovoar a região.
Uma inundação candidata para isso é a tomada do Mar Negro pelas águas do Mediterrâneo, entre 7000 e 5000 a.C. Originalmente o Mar Negro era um grande lago formado pelo derretimento das geleiras da última glaciação. Essa vida de água doce é evidenciada pelos restos de animais e conchas no fundo. Mais baixo que o Mediterrâneo, o Mar Negro ficou isolado até que mudanças no terreno permitiram as águas do Mediterrâneo inundar a planície conhecida atualmente como Mar de Mármara e daí escoarem para o Mar Negro. Pode parecer um processo lento, mas as evidências geológicas são de que em menos de um ano o Mar Negro elevou-se em mais de 100 metros, cobrindo uma área de quase 40 000 Km² (mais ou menos o tamanho do estado do Rio de Janeiro), principalmente na margem noroeste.
Em 1997, essa tese foi apresentada pelos geólogos William Ryan e Walter Pitman, que estudavam a região. Em 2000, operando um submarino, o arqueólogo Robert Ballard (o mesmo que encontrou o Titanic afundado) encontrou vestígios de construções no fundo do Mar Negro, mostrando que era uma área habitada pelas pessoas. Ele avalia que o lago deve ter tragado mais de 1 Km de terra por dia durante quase 1 ano, revolvendo com força os sedimentos do fundo (ou “transformando tudo em barro”). Ao final da catástrofe, a água salgada matou toda vida que existia ali e criou o gigantesco cemitério submerso que existe no Mar Negro atualmente. Curiosamente, bem ao sudeste do Mar Negro ficava uma terra habitada desde a antigüidade mais remota, conhecida como Urartu. A capital de Urartu ficava bem aos pés da montanha conhecida como Ararat, e a pronúncia antiga de Urartu também era Ararat.
E lembrou-se Deus de Noé, e de todos os seres viventes, e de todo o gado que estavam com ele na arca; e Deus fez passar um vento sobre a terra, e aquietaram-se as águas. Cerraram-se também as fontes do abismo e as janelas dos céus, e a chuva dos céus deteve-se. E as águas iam-se escoando continuamente de sobre a terra, e ao fim de cento e cinqüenta dias minguaram. E a arca repousou no sétimo mês, no dia dezessete do mês, sobre os montes de Ararate. (Gn 8.1-4)
É possível que a liderança tribal de Urartu descendesse do único clã poupado quando o Mar Negro subiu, e então Noé nos dá uma afirmação precisa não da história de um homem, mas do destino que todo um povo teve. Eles habitavam as margens de um grande lago no Neolítico, num período sócio-histórico conhecido pelos arqueólogos pelo nome “Ubaid”, onde desenvolveram o cultivo de grãos e a criação de gado. Eram um povo camponês que habitava pequenas vilas construídas com blocos de pedra, que teve suas terras destruídas (e provavelmente eles mesmos pereceram) numa inundação colossal. A inundação destruiu os praticantes de outros cultos (a linhagem de Caim) e também o lago de onde tiravam seu sustento, poupando apenas um líder tribal, seja ele Noé, Utnapishtim ou Tumbainot, que Deus colocou depois a oeste da catástrofe, para refazer todo o seu mundo. Dessa terra nasceria Abraão, ancestral de Davi e de Jesus.
ONDE A ARCA PAROU, AFINAL
Um ponto comum nas principais histórias sobre o dilúvio é justamente esse: um grande barco carregando animais e a família do patriarca, que certa hora parou sobre os montes. Tudo indica que essa embarcação divinamente inspirada realmente existiu. E, incrivelmente, muitas pessoas esperam encontrar a Arca - de madeira - parada sobre alguma montanha, 8000 anos depois.
Faze para ti uma arca da madeira de gofer; farás compartimentos na arca e a betumarás por dentro e por fora com betume. E desta maneira a farás: De trezentos côvados o comprimento da arca, e de cinqüenta côvados a sua largura, e de trinta côvados a sua altura. Farás na arca uma janela, e de um côvado a acabarás em cima; e a porta da arca porás ao seu lado; far-lhe-ás andares, baixo, segundo e terceiro. (Gn 6.14-16)
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Na terra de Ararat, em um monte conhecido como Durupinar, um homem chamado Ron Wyatt encontrou em 1960 uma estrutura de pedra que lembra por demais o formato de um barco. Mesmo as medidas do “barco” podem ser as da Arca, se considerarmos que o “côvado” usado por Noé como aproximadamente 50 cm (essa era a medida do “côvado Egípcio”). Entretanto, análises feitas por pessoal menos ansioso por encontrar Noé mostraram se tratar simplesmente de rocha vulcânica erodida, de forma que a Arca de Wyatt nada mais é do que uma formação natural. Apesar disso, há um intenso turismo nessa região da Turquia, promovido por pessoas que desejam ver a Arca ainda esperando pelos nossos olhos, 8000 anos depois. Ron Wyatt já encontrou também a Arca da Aliança e amostras do DNA de Cristo...
Se tomarmos o monte Ararat (e não a terra Ararat) como ponto de parada, chegamos a uma montanha com 3600 m de altura desde a sua base, cujo topo atualmente está coberto permanentemente pelas neves. Bem no alto há uma estranha formação (e ninguém sabe exatamente do que se trata, pela dificuldade de acesso ao local) que lembra um barco emborcado. As dimensões do objeto sob a neve também lembram a arca de Noé, porém com um comprimento de 15 Km. Essa “anomalia do Ararat” apareceu pela 1ª vez em fotos aéreas da OTAN, e logo começaram as especulações sobre uma prova do dilúvio sendo ocultada. Uma expedição em 1960 dinamitou um dos lados da formação e constatou que se tratava simplesmente de uma mistura exótica de gelo e lava solidificada, formada em tempos mais “vulcânicos” da montanha..
Na encosta do Ararat, uma equipe chefiada por Bob Cornuke encontrou em 2006 os restos de uma grande construção de madeira. Em 2008, outra equipe chefiada por Ahmet Ertugrul e Yeung Wing-Cheung encontrou ali indícios de ocupação humana pré-suméria e dataram a madeira no local como tendo mais de 5000 anos. Como o Ararat é uma montanha que está em processo de elevação, é bem possível que o seu cume estivesse numa altura habitável há 8 milênios atrás. Foi feito um vídeo no local (de autenticidade muito questionável, pois as autoridades presentes foram todas dispensadas no dia da filmagem) e trazidos resquícios de lá, mas nada indica que seja mesmo a Arca, exceto a esperança das pessoas.
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*O “grande rio” pode ser o Tigre ou o Eufrates, que desaguam no Golfo Pérsico, uma das possíveis localizações do Éden.
CARA, TÁ BOM DE LER ISSO AQUI
A Epopéia de Gilgamesh, Ed. Martins Fontes (texto completo aqui)
Anomaly or Noah’s ark?, Insight, novembro de 2000
Bill Crouse, Ron Wyatt: are his claims bonafide?, 1988
Black Sea deluge hypothesis - wikipedia
Daniel Nuckols, Flood Legends, Worldview Times, junho de 2009
Evidence found of Noah' s ark flood victims, The Guardian, 14 de Setembro de 2000
Exploradores evangélicos afirmam terem encontrado os restos da Arca de Noé
Jacqueline S. Mitchell, The truth behind Noah’s flood, Scientif American Frontiers
Anomaly or Noah’s ark?, Insight, novembro de 2000
Bill Crouse, Ron Wyatt: are his claims bonafide?, 1988
Black Sea deluge hypothesis - wikipedia
Daniel Nuckols, Flood Legends, Worldview Times, junho de 2009
Evidence found of Noah' s ark flood victims, The Guardian, 14 de Setembro de 2000
Exploradores evangélicos afirmam terem encontrado os restos da Arca de Noé
Jacqueline S. Mitchell, The truth behind Noah’s flood, Scientif American Frontiers
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