quinta-feira, 14 de junho de 2012

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Atenção: este texto foi roubado do Nosso Andar Diário, teve o chassi modificado, recebeu um pouco de pimenta para enganar os cães e talvez o sirvamos sorrateiramente no café, quando ninguém espera. Vê se não espalha!

Uma vez, alguém me perguntou por que ela deveria ser como Jesus agora, uma vez que se tornaria como Ele quando chegasse ao céu (1Jo 3:1-2). Grande pergunta! Especialmente quando é mais fácil ser, simplesmente, você mesmo (e quem se conhece de verdade que diga isso ao oráculo de Delfos!¹).

Na verdade, existem várias razões pelas quais é importante tornar-se como Ele agora, mas uma delas é uma das principais. Esta razão é, em suma, um dos pilares [ocultos] do Cristianismo: embora a doutrinas/teologias sejam em grande parte frutos da interpretação humana sobre a vida de Jesus e aqueles que andaram junto Dele, a mensagem deixada por Jesus é essencialmente prática. É preciso ser cristão, acima de tudo, nas atitudes. Assim, quando nos colocarmos diante Dele, prestaremos contas de termos, ou não, vivido de maneira consistente em relação à Sua vontade. Paulo até adverte que, se nos achamos criadores, produtores, merecedores de algo, isso é mera ilusão egoísta (ainda mais em se tratando de igrejas), pois nada se faz sem a fiel supervisão do Senhor. Podemos escolher andar aleatoriamente, fazendo os "nossos" caminhos, ou seguir os caminhos apontados por Ele. No final, só iremos mesmo onde Ele deixar que vamos:

1Co 3.5Pois, quem é Paulo, e quem é Apolo, senão ministros pelos quais crestes, e conforme o que o Senhor deu a cada um? Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; mas cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho. Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.

Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre Ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo.

Em outras palavras, Ele simplesmente consumirá tudo o que for diferente da Sua natureza! Por isso, o que fazemos para avançar o Seu reino - coisas como contribuir para a força da Sua igreja, servir aos pobres e necessitados, e promover equidade e justiça, como Ele fez - é como edificar com materiais essenciais que sobreviverão ao fogo do Seu julgamento. Ao contrário, edificar com coisas que refletem nossos caminhos decaídos, e viver para favorecer-nos e aos nossos desejos terrenos são comodidades que se tornarão um monte de cinzas diante do fogo consumidor da Sua glória.

Não sei você, mas eu preferiria amar Jesus o suficiente para viver como Ele agora, pois é uma alternativa bem melhor do que ter sua vida reduzida a um monte de cinzas, podada como um galho torto para ser jogado ao fogo.

Paulo se referia ao Cristianismo que Ele aprendera (e quão pouca teologia havia nisso, comparado ao que há 2000 anos depois) como uma evolução do que se entende por fé, comparável a conhecer o que há de melhor.

Gl 4.8. ... quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que por natureza não são deuses. Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?

Agora, se ele mesmo abandonou seus velhos conceitos gregos, fariseus e romanos em função de sincero amor por UMA FORMA DIFERENTE DE VIVER, mais importante que o status, fortuna (afinal, Paulo não era pobre²), imagem pública (nisso Jesus também só teve um sucesso bem passageiro), etc, porque temos tanta dificuldade em fazer qualquer coisa semelhante? Porque chegamos a preferir viver com a culpa a fazer o que o Senhor mandou? Porque ainda não pudemos ver a luz que Paulo viu... Porque nosso Jesus ainda é teórico e não prático... Porque nos contentamos com [e até brigamos por] plaquetas de cristão XXXista, neoYYYélico, ZZZeta, WWWólico, que na melhor das hipóteses seriam bem semelhantes se fossem postas em prática, como Jesus fez.

Comentando o que também ouvi um dia, é quase impossível crer que um país onde o censo apontou 89% de cristãos passe por problemas iguais ou piores do que os vistos no VT, antes de Jesus ter passado seu ensinamento aos homens, antes de ter dado o exemplo que deu. Há muitos cristãos entre a população carcerária (mas peraí, Jesus e os seus seguidores não fizeram parte da população carcerária romana?), os juízes inquisidores eram da Igreja, e Mussolini não favoreceu o cristianismo? Talvez todos esses cristãos não saibam mais do cristianismo que o nome... Talvez o cristianismo que aprendem não seja o que Jesus ensinou andando entre os desqualificados de Israel. Talvez você se chame cristão, mas as pessoas que virem suas obras nem cogitem isso de você, como você não cogita dos malfeitores que usaram o nome de cristãos.

Independente da denominação (que é só isso mesmo - nominação), quanto de você restaria frente ao fogo que o Senhor tem prometido?

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¹ Oráculo de Delfos - os oráculos eram lugares onde certos sacerdotes diziam se comunicar com os deuses, que lhes passavam instruções e previsões. Eram de grande importância no mundo antigo, pois até os reis os consultavam. O oráculo da cidade de Delfos (Grécia) era dedicado ao deus Apolo, sendo o principal oráculo do mundo grego entre 800 e 300 a.C. Para o mundo moderno, ficou famosa a inscrição que havia sobre o pórtico do templo: "Conhece a ti mesmo".

² Paulo de Tarso diz que era fariseu filho de fariseus (Atos 23.6), portanto contava entre as famílias influentes da Judéia. Além disso, ele havia recebido instrução grega, o que fica evidente no conteúdo analítico e filosófico das suas cartas às igrejas. Mais ainda, Paulo havia estado entre os romanos que perseguiam os cristãos fora de sua cidade, Tarso. Era costume entre as famílias ricas do mundo romano enviarem os filhos para o serviço militar em terras distantes.

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