domingo, 17 de junho de 2012

A religião no divã


Esse texto foi publicado numa versão muito mais correta no site CPPC. Mas por alguma razão psicanalítica, você vai preferir ler esse aqui. Advertimos que talvez seja um problema com a sua mãe.

Em 1914, o pastor e psicanalista Oskar Pfister (1873-1956) publicou “O método psicanalítico”, prefaciado por S. Freud - e lá defendia um conceito de pulsão diferente de Freud. Este chamava de pulsão "um conceito situado na fronteira entre o psíquico e o somático”, ou ainda o representante psíquico dos estímulos que se originam dentro do organismo e alcançam a mente. Para Freud, a pulsão tinha sua fonte em fenômenos somáticos, corporais, mas tomava um destino basicamente psíquico: ela era um estímulo para o psíquico, uma força que obrigava a mente a imaginar o que há dentro do corpo, ou ainda formular representações para o que chega do exterior. Por exemplo, a fome seria o impulso para o cérebro criar a representação de comida, para pensar no alimento, dar cores novas e sabores a uma velha idéia; a pulsão seria o motor para fazer isso.

Freud associou a pulsão essencialmente a uma manifestação sexual. Mas para Pfister, a pulsão não era sexual, tratava-se apenas de uma energia que se manifesta em várias formas, sendo uma delas a sexualidade e outra a espiritualidade. Assim, a espiritualidade do homem deveria ser tratada como um componente básico de sua personalidade. Para Pfister, pulsão era um coletivo envolvendo desde a força da sexualidade (e sua pulsão pela busca do prazer sensorial), a descarga motora (e a pulsão de ver os resultados da ação) e a agressividade (com sua pulsão de morder, de triturar). Estas seriam as formas "toupeira" - ou mais primitivas - de expressão da pulsão. Na outra ponta, a pulsão tem a forma “águia”, congregando expressões da busca da liberdade, da estética, da cultura e da religião.

A religião, tanto para Freud como para Pfister, é uma pulsão, um motivador de idéias. Esse motivador não poderia ser de forma alguma destruído, mas necessariamente reapareceria de outras formas, dirigindo secretamente o modo de pensar.

A RELIGIÃO [NÃO] PODE SER REPRIMIDA

Reprimir significa desalojar da consciência por ser "inconcebível" ou "inaceitável" como pensamento. Logo pensamos nos ateístas, mas em verdade há uma grande diferença entre a religião "cerebral" e a religião bíblica. Se essa diferença não existisse (e se fosse menos gritante) a Bíblia não seria necessária, não conteria tantas recomendações de não cultuar vários deuses, paus e pedras, não comer sacrifícios, etc, e o Cristianismo não precisaria ser ensinado. Teoricamente, o movimento protestante se propôs a desenvolver a religião bíblica e suprimir a religião cerebral, chamada mesmo de "velho homem", segundo o conceito de novo nascimento do NT. Claro que a definição bíblica de religião é algo bem simples:

Tg 1.27. A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.

E mesmo esta é bem diversa daquilo que a mente considera religião, e que está geralmente mais ligada ao politeísmo, à veneração de forças da natureza ou institucionais (Roma não venerava os imperadores?), trocas sacrificiais do tipo "eu faço isso e deus faz aquilo", fetichismo (atribuição de poderes a objetos), transes ou êxtases (que fornecem revelações ou poderes), etc. Freud e diversos outros empreenderam duras críticas ao comportamento religioso (não à religião bíblica) justamente por considerarem essas manifestações como algo primitivo, bestial até, que sobreviveu à evolução dentro do inconsciente humano. Certamente eles têm razão na crítica, pois mesmo o que a Bíblia chama de culto não é o instintivo humano, não é a religião cerebral que fornece alívio a pulsões primitivas, mas algo bem mais racional (Rm 12.1).

Mas como separar as pulsões religiosas "primitivas", "cerebrais", daquela pulsão de conectar-se ao Senhor, que também está lá dentro? Nem os ateístas podem abolir tanto uma quanto outra pois, segundo Freud, as pulsões não podem ser desfeitas. Nós temos áreas específicas do córtex pré-frontal do cérebro fazendo essa função de selecionar o que pode e o que não pode subir ao nível racional mas, ao ser retirada do Consciente, Freud e Pfister defendiam que a religião iria alojar-se em profundidades do inconsciente, nas emoções que regem as nossas respostas e interpretações. Ela pode ficar ali, bem segura pelos núcleos já abrigados no inconsciente, por toda uma vida, e então achar um caminho conhecido como o "retorno do reprimido". O desejo ou memória que foi reprimido reaparece na forma de impressões, comportamentos, semelhanças, etc. Sabemos por Freud que este retorno pode assumir as formas mais bizarras como a admiração de um cristo nu, a propensão a fazer em secreto os pecados que mais se considera, o temor de demônios associados à religião. Assim, se não exteriorizada na forma religiosa, essa pulsão bem poderia assumir a forma de crenças nos superpoderes de empresas, de pessoas, de igrejas...

O RELIGIOSO HISTÉRICO, OBSESSIVO E FÓBICO

Por ativar circuitos neurais diferentes dos usuais, em especial circuitos ligados aos neurotransmissores serotonina (diminuída) e dopamina (aumentada), a religião cerebral produz uma mistura confusa de dor e prazer¹, que a parte racional do cérebro pode interpretar das formas mais variadas. Uma dessas formas - um extravasamento dessa pulsão - é a valorização de sensações corporais como manifestações do sobrenatural, seja na forma de prazer, transes, êxtases, paralisias e sensações viscerais associadas à possessão.

Diversas doenças clínicas como asma, úlcera péptica, retocolite ulcerativa, hipertensão arterial sistêmica, artrite reumatoide, psoríase e lúpus eritematoso sistêmico têm sido denominadas doenças psicossomáticas, por associarem vulnerabilidade para o aparecimento ou piora da doença com reação a estressores psicológicos ou psicossociais. A somatização ou histeria pressupõe a presença de sintomas físicos inexplicáveis, que se desenvolvem de forma semelhante a essas doenças, além de que os sintomas em questão apresentam um valor simbólico característico. Este comportamento, cuja origem está no significado social de "ser abençoado", ou ainda "estar possuído” por um demônio ou mesmo pelo Espírito Santo, e cujo objetivo está nos ganhos e vantagens que o papel representa, é, na verdade, uma ação desviante que fornece ao paciente uma saída para a resolução de problemas ou dilemas pessoais.

No mundo evangélico, tem sido notável o aparecimento de comportamentos histéricos do tipo "falar em línguas" ou "cair tomado pelo espírito". Evidentemente que essa é uma ocorrência Bíblica (e daí mesmo vem o valor da ação), mas vejamos o que o texto de Atos diz sobre isso:

Atos 2.4. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. E em Jerusalém estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.

Tomada apenas em parte, a citação pode dar a entender que os apóstolos produziam sons incompreensíveis, de utilidade tão questionável quanto cair ao chão. O texto em sua íntegra por outro lado mostra que, longe de ser incompreensíveis, os apóstolos tornaram-se miraculosamente capazes de falar a várias nações simultaneamente.

A pulsão religiosa, segundo Freud, pode também retornar ao Consciente na forma de obsessões, ou seja, idéias ou sentimentos fixados fortemente e cuja origem nada tem de racional. Na prática, isso significa que o fetichismo-animismo-politeísmo da religião cerebral (de novo, essa não é a religião bíblica) acaba explodindo em rituais privados ou públicos com valor muito maior do que seria de se esperar. Bons exemplos dele são a fixação em lugares específicos de culto, a necessidade de choros, danças ou mesmo gritos e esbravejamentos como parte do culto. Nada há sobre isso na Bíblia (e muito há nas várias religiões espalhadas pelo mundo), mas é visível o fascínio que esses comportamentos têm sobre as pessoas, como se o contato com Deus dependesse de tais coisas.

Atualmente, o transtorno obsessivo-compulsivo (uma forma extremada de obsessão) é visto como um transtorno neuropsiquiátrico, para cuja origem concorrem fatores de ordem biológica, como vulnerabilidade genética, disfunção neuroquímica cerebral e o ambiente familiar. Tem sido também muito valorizado o fato de o paciente descobrir/aprender que os rituais aliviam a ansiedade e passa por este motivo a repetí-los, necessitar deles. Têm sido também destacadas determinadas crenças errôneas que auxiliam na manutenção da doença, como a avaliação irreal do risco de fazer ou de não fazer certas ações, a importância exagerada que estes pacientes dão aos seus pensamentos, o perfeccionismo, e necessidade de ter controle e certeza, entre outros. Seu tratamento, em função desses novos fatos, passou a ser a farmacoterapia associada à terapia cognitivo-comportamental, e não mais a psicanálise.

A religião (cerebral) reprimida pode até mesmo retornar na forma fóbica. Na criança são comuns os sentimentos ambivalentes, principalmente em relação aos pais. Amamos o pai que dá carinho, amor, mas, ao mesmo tempo, somos tomadas pelo ódio quando este pai nos nega algo, impõe regras, limitações aos nossos desejos (será diferente com Deus?). É muito angustiante lidar com tal ambivalência, com essa culpa por sustentar sentimentos hostis por quem amamos (e se amar a Deus é um Mandamento, então!). Suprimir sentimentos, porém, não é o mesmo que descartar um objeto. Não há como jogar fora! Os sentimentos se preservam dentro do inconsciente, e muitas vezes o sentimento reprimido (o sentimento hostil, por exemplo) se desloca para um objeto externo, pois é mais fácil lidar com a aversão a qualquer objeto do que com nosso pai, não é mesmo? Basta apenas a criança se afastar de tal objeto que ela estará protegida. Se a fobia é comum e transitória na infância, ela se torna um problema quando atinge a idade adulta. E como nos lembra o psicanalista Laplanche, a fobia é consequência de um “resíduo irresolvido” da história de vida do sujeito. A pessoa desloca a angústia de uma situação insuportável para outra que aparentemente não tem nada a ver. 

Os afetos da idéia proibida que se ligam a algum fragmento da realidade poder se transformar até em alucinações (imagens ou sentimentos terríveis experimentados na presença de um simples objeto, comentário, etc). Certos objetos de culto, o próprio Deus, práticas religiosas ou inimigos da divindade são assim demonizados e despertam temor, pânico, pois lá estão projetados os impulsos mais inaceitáveis em nós mesmos.

Freud observou em seus trabalhos que o afeto ligado às fobias é a angústia. Os sentimentos que predominam neste tipo de auto-defesa quase sempre são raiva, medo, remorso, dúvida, etc. Segundo ele, sintomas físicos como irritabilidade, expectativa angustiada, ataques de distúrbios respiratórios, acessos de tremores, vertigem locomotora, pânico noturno, parestesias (falta de sensibilidade) também são sinais de uma mente ou ego se posicionando fortemente contra uma ameaça que deve se mantida fora da consciência do indivíduo. Eles irão aparecer de forma exagerada em resposta coisas que todos, numa certa medida, temem, como alguns animais, escuridão, morte, doenças, etc; ou então a um certo ambiente, dentro de um contexto. A neurose de angústia, com a ansiedade por principal sintoma, é uma expressão das fobias, na verdade um mimetismo emocional criado pelo sujeito para lidar com a ameaça relacionada a um objeto perigoso, cuja identidade o indivíduo já desconhece ou apagou.

Desde os anos 1980, tem havido um movimento nas igrejas protestantes para demonizar práticas da umbanda², e recentemente esse movimento tem se concentrado na música secular e nos bares, que assim se tornam lugares proibidos dotados de um misticismo que apenas os freqüentadores das igrejas podem conhecer.

AS PULSÕES E O AMOR

Freud combateu a religião por considerá-la perigosa. Dizia que a religiosidade pode assumir formas perversas. Na sua forma agressiva, essa pulsão pode originar a caça aos hereges, agressividade legitimada e até recompensada por um ser divino. Faz parte da pulsão religiosa encontrar o neurótico, o perverso e o psicótico presentes em cada um, embutidos no que as nossas mentes podem fazer em termos de religiosidade, mas Pfister agradecia a Deus pela genialidade de Freud, que lhe possibilitava retirar os ídolos dos átrios dos templos.

Dentre suas manifestações, a pulsão religiosa também inclui o amor. Ele também surge de formas neuróticas, perversas e doentes, mas nunca houve tentativa séria de erradicá-lo, só porque se mostra doente. Antes, a tentativa da humanidade tem sido no sentido de aprimorar nossa capacidade de amar. Pfister labutava para que a psicanálise fosse a "humilde lavadora dos pés da verdade", limpando as sujeiras que a conflitiva humana, os amuletos e rezas fortes e fracas aglutinaram nas devoções. Em seu artigo publicado na própria revista de Freud, ele defendia que uma religiosidade purificada e purificadora poderia se ligar ao amor,  debaixo do conceito cristão de graça. O imperativo do amor poderia substituir o imperativo do dever religioso - gênese da obsessão, do recalcamento.

Não cessamos de amar se estamos sem as ferramentas que os cultos provém, nem deixamos de crer quando descobrimos a neurose incrustada em nossas crenças. Podemos amar mais e melhor, aceitar mais nossa humanidade com suas ambivalências e falhas - a tolerância para conosco e para com os outros. É a combinação da pulsão religiosa com a amorosa que transforma até a pulsão agressiva. Desta forma podemos entender os depoimentos daqueles criminosos que se tornam doces ao se converterem a uma fé religiosa, enquanto muitos religiosos expressam publicamente a sua agressividade, sob aplausos e imitações dos que só sabem sofrer sob um jugo que Jesus advertiu não ser o seu.

Sl 38:1. O SENHOR, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor. Porque as tuas flechas se cravaram em mim, e a tua mão sobre mim desceu. Não há coisa sã na minha carne, por causa da tua cólera; nem há paz em meus ossos, por causa do meu pecado. Pois já as minhas iniqüidades sobrepassam a minha cabeça; como carga pesada são demais para as minhas forças. (Davi)

Mt 11.28. Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve. (Jesus)


Embora o amor seja a única forma benéfica de religião, Freud chega a dizer que “uma pequena minoria de pessoas acha-se capacitada, por sua constituição, a encontrar felicidade no caminho do amor”. Ele afirmava que o protótipo de toda relação de amor seria a experiência de uma criança sugando o seio da mãe, uma relação egoísta onde um procura no outro o que necessita ou o que lhe falta para a perfeição imaginária. Assim, ama-se ao pensar que algum dia se poderá ter um outro para si , transformar dois indivíduos em um. 

Os psicanalistas sempre consideraram o amor um acontecimento digno do sujeito frágil, falível e que necessita conviver com o outro. Esse constrói o amor a um objeto/ser imaginário, que vem ocupar o lugar do que lhe falta. Supor tal ser diferente no outro leva o amante em direção ao amado, leva mesmo o Homem em direção a Deus. Portanto, não existe amor puro, a não ser o amor de Deus, que nada tem a desejar nos homens. Para nós mortais, a impossibilidade de satisfazer essa perfeição na união com o outro bastaria para transformar o amor em ódio, o outro lado da mesma pulsão (enquanto o amor pretende transformar pela união, o ódio pretende fazê-lo pelo expurgo, pela separação). Racional ou inconscientemente, a pulsão religiosa poderia encontrar no amor uma forma [boa] de escape, ainda que pela condição imperfeita de cada um isso signifique um rosto diferente para o Deus amado, que a arte de elaboração dos cultos deveria acomodar. Se não acomoda, a pulsão pode ser transformar e extravasar nas formas descritas de histeria, obsessividade e fobia. A Deus caberia a difícil tarefa de produzir nos homens que o amem, assim fazendo que desejemos amar outros homens que nada têm a oferecer e nos satisfazendo nisso. Em sua fala, Freud observava que poucas pessoas pareciam capazes disso...

Talvez um exemplo de cristão bem sucedido tenha sido Francisco de Assis (na verdade Giovanni di Pietro di Bernardone, 1182-1226), que, depois de tentar impedir mais uma cruzada, foi pessoalmente ao califa muçulmano. Chegando lá, foi agredido e permaneceu preso até que sua conduta [bondosa, insistente ou conformada, nunca saberemos] chamou tanta atenção que o califa o recebeu. Depois de muitos dias em conversas amistosas, acontece a despedida e a bênção que até hoje perdura entre muçulmanos e franciscanos. Francisco era admirado por Freud e Pfister. Exceção entre todos? Quantos anônimos religiosos, de muitas confissões e credos, associaram sua pulsão religiosa com a amorosa, e geraram vida e não morte? Talvez, a única morte, neste nível, seja a do próprio Eu, e até do próprio corpo. A religião do amor, quando se pode filtrá-la do politeísmo-fetichismo-animismo que há em nossas mentes, constituti-se algo que gera vida, que não precisa ser reprimido e é recomendado pelo Senhor:

2Tm 2.24. Ao servo do Senhor não convém brigar mas, sim, ser amável para com todos, apto para ensinar, paciente. Deve corrigir com mansidão os que se lhe opõem, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento, levando-os ao conhecimento da verdade, para que assim voltem à sobriedade e escapem da armadilha do diabo, que os aprisionou para fazerem a sua vontade.

Me parece que gastamos muito tempo fazendo a vontade do diabo, e até sendo ensinados a isso nas igrejas! Deus nos permita uma religião de amor...

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Já que você perdeu tempo chegando até aqui, vá também até ali:

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¹ Alterações semelhantes da neuroquímica cerebral são encontradas nos mecanismos de vício e de paixão. O humano está sempre sujeito a ambos, que não casualmente tendem a ocupar o lugar da religião. João (de Patmos) fala sobre sobre esse "primeiro amor" em Ap 2.4, coisa que não poderia ser abandonada em se tratando do Senhor, pois Jesus repete o 1º mandamento de "amar a Deus acima de todas as coisas".

² A umbanda é uma religião brasileira, mas ela encontra muitos similares na Santeria do Caribe. Em suma trata-se da fusão do catolicismo com os politeísmos afro e o Espiritismo, que inclui em seu panteão de divindades o Exú (diferente do Exú do Candomblé), Jesus-Oxalá, santos católicos, gênios ou espíritos de lugares como florestas e rios, caboclos (espíritos de índios), pretos-velhos, etc. Por não ter um código escrito (como a Bíblia) e ser resultado de uma fusão de outros credos, a umbanda acaba se parecendo bem mais à religião cerebral (em especial do brasileiro, com suas raízes afro e indígenas) do que o Cristianismo. Talvez daí resulte a batalha empreendida pelos protestantes à umbanda, praticamente ignorada entre os católicos.

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