segunda-feira, 18 de julho de 2011

Nossos ídolos bem vivos

clique para ver em tamanho grande

Faz um tempo, essa série de fotos está circulando na internet. São fotos curiosas, de gente que todos ouvimos falar em algum momento. Alguns ainda vivem, mas muitos desses já se se foram. Mas certamente, cada um em sua época, são pessoas de quem a TV falava, os jornais falavam, as pessoas falavam. Quando apareciam em algum lugar, todos se amontoavam para vê-los, e grandioso aquele que conseguisse tocar neles, ou até levasse algo deles: uma assinatura, um objeto pessoal usado. Era uma forma de carregar para casa um pouquinho da sua divindade.

Mas olha só... Eles morreram - ou vão morrer, inevitavelmente e apesar da fama - como qualquer homem morre. Elvis morreu, Chaplin morreu, Ghandi morreu, Bob Marley morreu... Viveram como qualquer homem (Hitler também já foi bebê), envelheceram, foram mortos ou definharam como todos os outros. Hoje a TV, os jornais e as pessoas falam de novos personagens, que as pessoas se aglomeram para ver, tocar, etc, como fizeram com eles! São os ídolos de uma outra geração. Porque continuamos a buscar certas pessoas como se fossem mais do que pessoas, simplesmente?

Alguém talvez diga: por sua contribuição com a sociedade, com a humanidade. Não duvido que tenham contribuído, hoje estão nos livros de história que as crianças lêem nas escolas. Mas nenhuma contribuição advém de se estar ao lado deles, muito menos de tocá-los ou ter algum objeto pessoal seu. Em outras circunstâncias, em outros tempos, as pessoas também carregaram como tesouros os supostos fragmentos da cruz de Cristo, ossos de pessoas onde se viu a glória de Deus agir, ou então pequenos deusesinhos de barro, primeiro como símbolo de adoração, depois como amuleto de sorte. Nós homens acreditamos que os objetos possam carregar (e assim permitir que peguemos um pouco) a divindade daqueles que fazemos deuses.

Através do profeta Isaías, Deus chega a ridicularizar esse ídolos nossos:

Is 44.9. Todos os artífices de imagens de escultura são vaidade, e as suas coisas mais desejáveis são de nenhum préstimo; e suas próprias testemunhas, nada vêem nem entendem para que sejam envergonhados. Quem forma um deus, e funde uma imagem de escultura, que é de nenhum préstimo? Eis que todos os seus companheiros ficarão confundidos, pois os mesmos artífices não passam de homens; ajuntem-se todos, e levantem-se; assombrar-se-ão, e serão juntamente confundidos.

O ferreiro, com a tenaz, trabalha nas brasas, e o forma com martelos, e o lavra com a força do seu braço; ele tem fome e a sua força enfraquece, e não bebe água, e desfalece. O carpinteiro estende a régua, desenha-o com uma linha, aplaina-o com a plaina, e traça-o com o compasso; e o faz à semelhança de um homem, segundo a forma de um homem, para ficar em casa. Quando corta para si cedros, toma, também, o cipreste e o carvalho; assim escolhe dentre as árvores do bosque; planta um olmeiro, e a chuva o faz crescer. Então serve ao homem para queimar; e toma deles, e se aquenta, e os acende, e coze o pão; também faz um deus, e se prostra diante dele; também fabrica uma imagem de escultura, e ajoelha-se diante dela. Metade dele queima no fogo, com a outra metade prepara a carne para comer, assa-a e farta-se dela; também se aquenta, e diz: Ora já me aquentei, já vi o fogo. Então do resto faz um deus, uma imagem de escultura; ajoelha-se diante dela, e se inclina, e roga-lhe, e diz: Livra-me, porquanto tu és o meu deus.

Nada sabem, nem entendem; porque tapou os olhos para que não vejam, e os seus corações para que não entendam. E nenhum deles cai em si, e já não têm conhecimento nem entendimento para dizer: Metade queimei no fogo, e cozi pão sobre as suas brasas, assei sobre elas carne, e a comi; e faria eu do resto uma abominação? Ajoelhar-me-ei ao que saiu de uma árvore?

Ah, mas essas são estátuas de culto! Bom, as pessoas também as levavam às aldeias entre 800 e 700 a.C., para salvar doentes, favorecer plantações, e quando as viam, faziam questão de tocá-las. Algo mudou, realmente: hoje, acreditamos que tudo em nossas vidas advém do nosso próprio esforço, ou do nosso próprio talento (nos tornamos o ídolo), mas fazemos ainda questão de ver, tocar, falar dos ídolos maiores que nós. É uma reverência justa, de “idolinho” para “idolão”. Algumas vezes compartilhamos as idéias, a aparência dos nossos “idolões”, bem longe dos olhos deles mesmo, como se isso nos desse algo de sua divindade. Encenamos o que há no nosso interior, e isso revela o culto que fazemos com nossos corações. Fosse o culto a Jesus, iríamos estar ajudando os necessitados. Mas é uma mistura do culto ao Elvis, de repente (e isso se mostra no nosso penteado e roupas) com o culto ao prazer de fazer nada, pois - a maioria de nós - não vamos tentar a vida como cantores.

Quase todo mundo idolatra algum cantor, ator ou quem mais tenha fama, na juventude. É normal: faz parte de pegar um pacote de personalidade pronto, quando não temos nosso próprio. Mais tarde, damos risada disso, mas ainda temos nossos ídolos, só não são tão evidentes - são o empresário de sucesso, a mulher bonita, o cara que parece não envelhecer, nossos pais, nós mesmos! Uma mistura bem feita e nem mesmo nós reconheceremos esse pequeno “frankenstein” que temos na alma. Infelizmente, é ele que ocupa o lugar onde Jesus deveria estar.

Em seus escritos, o profeta Isaías escreveu o que Deus lhe dissera:

Is 45.19. Não falei em segredo, nem em lugar algum escuro da terra; não disse à descendência de Jacó: Buscai-me em vão; eu sou o SENHOR, que falo a justiça, e anuncio coisas retas. Congregai-vos, e vinde; chegai-vos juntos, os que escapastes das nações. Nada sabem os que conduzem em procissão as suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar.

Anunciai, e chegai-vos, e tomai conselho todos juntos; quem fez ouvir isto desde a antiguidade? Quem desde então o anunciou? Porventura não sou eu, o SENHOR? Pois não há outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador não há além de mim. Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.

De fato, nem as estátuas dos hebreus antigos podiam fazer algo por eles, nem o Élvis ou Santos Dumont podem fazer algo por você hoje. Queimemos tudo? Se você tiver mais de 7 anos, espero saiba ouvir uma música ou usar um avião sem prostrar-se diante de Élvis ou Santos Dumont. Homens fazem o mal, porque não fariam também coisas boas? Faz parte das vaidades que Salomão nos instruiu a aproveitar, porém, sabendo o que são. Com excessão dos profetas, nosso conhecimento vem de homens que viveram antes, nossa arte vem de homens que a fizeram antes, não é necessário que neguemos sua instrução, sua invenção, sua vida exemplar. Aprendamos com eles, pois a Bíblia também traduz a vida de homens como eu e você. São porém homens que não se deixaram confiar em ídolos, nem se deixaram fazer ídolos (de alguns foram feitos ídolos mudos, apesar disso).

Coloquemos Jesus em seu devido lugar. E um onde ele queira ficar.

Jo 6.14. Vendo, pois, aqueles homens o milagre que Jesus tinha feito, diziam: Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo.

Sabendo, pois, Jesus que haviam de vir arrebatá-lo, para o fazerem rei, tornou a retirar-se, ele só, para o monte. E, quando veio a tarde, os seus discípulos desceram para o mar. E, entrando no barco, atravessaram o mar em direção a Cafarnaum; e era já escuro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe um comentário!