segunda-feira, 9 de maio de 2011

A mãe de Jesus


A Crucificação, de Raffaello Sanzio
(clique para ampliar)

Jo 19.25. E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria mulher de Cléopas, e Maria Madalena. Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.

Maria estaria viúva. Não se encontra nenhuma referência sobre José acompanhar Jesus na sua vida pública, muito menos na sua Paixão. Sabe-se que naquela época as mulheres viúvas sofriam todo tipo de descaso:

Mc 12.38. E, ensinando-os, dizia-lhes: Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes compridas, das saudações nas praças, das primeiras cadeiras nas sinagogas e dos primeiros assentos nas ceias; Que devoram as casas das viúvas, e fazem isso com pretexto de largas orações. Estes receberão mais grave condenação.

E, estando Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observava a maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro; e muitos ricos deitavam muito. Vindo, porém, uma pobre viúva, deitou duas pequenas moedas, que valiam meio centavo. Chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro, porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento.

Muitas viúvas eram tidas como prostitutas, e outras tantas eram abandonadas por sua família. Passavam fome, frio, e muitas perdiam suas casas. Mas Jesus ensinou os que o seguiam a cuidar delas, o que vemos na carta de Paulo a Timóteo e no livro de Tiago. Ele lembrou isso explicitamente a João, na sua pior hora.

João, Maria (Mãe de Jesus), a irmã de Maria e Maria Madalena são os únicos que ficaram aos pés da cruz de Jesus até o último instante. João foi o único discípulo que ficou até o fim.Todos os demais tiveram medo e o abandonaram. Até Pedro negou Jesus três vezes, e não o vemos na cena da crucifixão. E aqueles três irmãos: Marta, Maria e Lázaro (aquele que Jesus ressuscitara), onde eles estavam? Não eram tão amigos do “Mestre”? Jesus não fazia refeições na casa deles? Quando Lázaro morreu, Jesus estava longe. Marta correu para encontrá-lo, dizendo-lhe, numa demonstração de fé: “Meu irmão está morto! Se você estivesse conosco, ele não teria morrido!” Jesus foi ao encontro de Lázaro... e ao encontrá-lo morto, chorou. Era seu amigo, gostava dele, e sofreu com a sua morte e o devolveu à vida (Jo 11). Mas Lázaro não estava ali, nem Marta ou sua irmã Maria. Seguiram Jesus até certo ponto. Mas depois voltaram. É bem assim que procedemos quando temos interesse nos favores de Jesus, quando queremos que ele nos ajude. Depois do milagre recebido, quando fica difícil segui-lo, damos meia volta e o deixamos para trás.

Com as mães não é assim. Jesus não teve apenas irmãos, mas também irmãs. Os nomes de Seus irmãos são conhecidos: Tiago, José, Judas e Simão, mas não os nomes das irmãs (Mt. 13.55 e Mc 6:3). Mesmo eles não estavam lá! Maria, sua mãe, estava. No domingo, depois que sua mãe, Maria Madalena e Salomé encontram os anjos na tumba vazia, o próprio Jesus interpelou um grupo no caminho para Emaús. Talvez ali estivesse a Maria de Cléopas. Eis o que Mateus acrescenta sobre o momento após a crucificação:

Mt 27.55. Muitas mulheres estavam ali, observando de longe. Elas haviam seguido Jesus desde a Galiléia, para o servir. Entre elas estavam Maria Madalena; Maria, mãe de Jesus, Tiago e José; e Salomé, a mãe dos filhos de Zebedeu (Tiago e João).

Foram elas que O procuraram na tumba ou voltaram a Emaús. O haviam servido até depois de morto, mesmo sem entender o que ele fazia! Quão poucos foram capazes disso...

Muito mais tarde, na Inglaterra do século 18, foi dedicado o 4° domingo da Quaresma às mães das operárias inglesas, para que pudessem ficar um dia junto das filhas! Nos EUA, Ana Jarvis iniciou a campanha para instituir o Dia das Mães. Ela perdera a mãe e lutou para perpetuar sua memória com uma festa para fortalecer os laços familiares e o respeito pelos pais. A primeira celebração oficial aconteceu somente em 1910, quando o governador incorporou o Dia das Mães ao calendário de datas comemorativas. Rapidamente, outros estados norte-americanos aderiram à comemoração. Finalmente, em 1914, o pres. Woodrow Wilson estabeleceu que o Dia Nacional das Mães deveria ser comemorado sempre no 2° domingo de maio, segundo a sugestão de Anna Jarvis. Em breve tempo, mais de 40 países adotaram a data.

Anna Jarvis dizia que as pessoas não agradecem freqüentemente o amor que recebem de suas mães. Durante a 1ª missa das mães, Anna enviou 500 cravos brancos para a igreja de Grafton. Em um telegrama, ela declarou que todos deveriam receber a flor. As mães, em memória do dia, deveriam ganhar dois cravos. Para Anna, a brancura do cravo simbolizava pureza, fidelidade, amor, caridade e beleza. No Brasil, o 1° Dia das Mães foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, em 1918, virando data oficial em 1932.

Que esse tempo permitido junto das mães e das famílias possa lembrar, a cada ano, quantos foram aqueles que nos serviram, apesar das dificuldades, e ficaram ao nosso lado nos piores momentos, quando até a família nos deixou, mesmo sem compartilhar nossos sonhos ou esperar algo em troca. Um parabéns às mães!


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe um comentário!