Faz tempo queria escrever sobre o tempo. Há o tempo físico que os relógios marcam; há um tempo orgânico, contado pelo nosso corpo vivo; e há o tempo dentro da nossa mente. Ninguém duvida que todos esses tempos passem, mesmo que os minutos de um sejam dias do outro.
A mente agitada conta horas em segundos. Na tranquilidade, poucos minutos são horas. Nossa contagem de tempo é totalmente emocional: o relógio interno anda muito mais devagar que o relógio externo quando há emoção. Nas nossas memórias, a falta de emoção associadas a elas faz parecer até que não se passou tempo algum. Parece que foi ontem aquele dia tão feliz! Nesse meio tempo, o corpo e a mente mudam, envelhecem, e isso faz de um garoto curioso um pai responsável, mas também o farão um idoso cheio de histórias. Deus deu longevidade fabulosa a alguns homens e mulheres. Hoje, essa passagem do tempo foi declarada uma espécie de mal e existe um arsenal de práticas, alimentos, produtos, etc, para deter (com relativo sucesso) sua passagem.
Mas falemos do tempo físico. Ele é pai dos outros dois! Se andasse para trás, seríamos crianças outra vez, com corpo de criança e mente de criança. Todo mundo, quando se dá conta que caminhou física e mentalmente para longe do próprio nascimento, já pensou que poderia ter tomado outros rumos, que poderia ter um recebido um presente muito diferente. Geralmente pensamos que seria melhor! Nos livros de ficção - onde se pode conceber qualquer coisa - houveram máquinas como aquela de H. G. Wells, que permitiriam uma pessoa viajar no tempo (só o tempo físico) para mudar a história. Algumas confabulações interessantes já apareceram nesse tipo de conto, que revelam um pouco de nós.
1. Algo desastroso pode acontecer, ou efeito borboleta. Essa teoria é terrível. Funciona assim: digamos que você volte muitos anos no tempo e mate seu pai, ainda menino. Sem seu pai, não haveria você, e não haveria como você ter feito o que fez. Talvez você simplesmente se desintegrasse. Como a nossa lógica emperra, aqui, alguns supõem que o universo todo se auto-destruiria por causa disso. Seria o universo tão afeito assim à minha lógica?
2. Dr Brown e as muitas possibilidades. Para quem assistiu De Volta Para o Futuro, vai uma teoria diferente. Haveriam múltiplos universos seguindo na linha do tempo. Ou seja, aqui você existe, mas num outro universo paralelo - onde seu pai morreu criança - você não existe. Assim, quando você volta ao passado e mata seu pai, toma imediatamente outro curso da história. Nele, você nunca vai assistir ao próprio nascimento.
3. Deus Big Brother. Outra teoria interessante, onde Deus estaria sempre de olho em pessoas como você que tentassem mudar a história escrita por Ele. Assim, se você voltasse ao passado e matasse seu pai, algo divino o ressuscitaria/salvaria, pois você não pode mudar a história.
Nossa tendência é de aceitar a 2a hipótese. É razoavelmente lógica, dispensa o fim do mundo e uma disputa com Deus. Por falar nisso, vejamos o que a Bíblia diz: ela conta sobre profetas, ensinamentos, uma história com um Deus autor (não ator!). Será que eu poderia levar uma arma de fogo para 1000 a.C., matar Golias e ver meu nome aparecer no 1o livro de Samuel? Ou poderia sumir com Judas antes que avisasse o paradeiro de Jesus ao sinédrio? Talvez assim eu fosse para num universo paralelo onde ainda teríamos o Messias aqui, sem cumprimento da missão Dele. E assim seria mesmo o Messias?
Sinceramente, não me suponho capaz de mudar uma só obra de Deus. Se você também pensa assim, deve imaginar que a Bíblia não é uma obra do acaso, não é uma sequência fortuita de fatos. Pela Graça de Deus, ela é UMA história (com propósitos), e não uma história qualquer. Como você alteraria algo assim? É estranho pensar que talvez alguém no ano 1300 a.C. (para dar o exemplo de Moisés) tenha vivido, aprendido e relatado tanto para que isso chegasse até você. Mas chegou, e talvez a mensagem de Deus tenha vindo assim a você, algum dia. Agradeça a Moisés por isso, quando o encontrar.
Então eu não poderia salvar Abel? Não poderia converter o povo de Sodoma e impedir a destruição da cidade? Creio que não, se você dá algum valor à Bíblia que lê. Outro dia, discutia com uma amiga sobre a influência de Constantino (272-337 d.C.) na evolução da igreja. Talvez ela esteja lendo isso, agora. Ela falava que Constantino havia prejudicado a igreja ao torná-la parte do Estado, eu dizia que isso fora necessário, porque talvez o Cristianismo não chegasse até nós de outra forma. Ainda defendo meu ponto: ruins ou boas, as coisas que acontecem - se Deus não as faz, elas não poderiam existir. E Ele não as faz ao acaso, mas com objetivo.
Acredito que Deus não nos permitiria mudar a história Dele, e não devemos estar certos quando pensamos que algo podia ter acontecido assim ou de outro jeito. A mente se ocupa dessas elucubrações, geralmente de forma a nos entristecer, mas Deus é bom, atento e poderoso: se não aconteceu, não deveria acontecer. Sempre teremos possibilidades a escolher para o futuro, e nós faremos nossas escolhas, que já são conhecidas Dele (isso não é Calvinismo!), para nossa sorte.
Ah, e existem as profecias. Se alguém pode prever acontecimento de 1000 anos no futuro (se Deus deu esse conhecimento a ele), então saiba que todos os segundos até que se cumpra esse tempo estão determinados. Jesus nasceu 1000 anos após Davi, e qualquer acontecimento ou desavença de pessoas Lhe daria uma mãe Josefa ou um pai Adamastor. Simplesmente não foi assim. Coisas ruins aconteceram aos montes, ruins para nós, mas que levaram aos acontecimentos escolhidos por Deus. A quem pertence a soberania, por falar nisso?
Muita gente culpa o diabo por coisas ruins. Sim, talvez ele tenha participação nisso, mas até as ações do mal estão determinadas por Deus. Esqueça os adivinhos, os oráculos, esqueça até os profetas. Após o que Jesus fez, colocando você em contato novamente com O Autor da sua história, melhor perguntar a Quem realmente sabe das coisas.
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