reunião Cristã retratada numa parede em Pompéia
Inevitavelmente, uma fonte poderosa de informações sobre o 1º séc. D.C. é o Novo Testamento (NT). Entretanto, é necessário que essa fonte seja tratada com alguma parcimônia. Uma parte significativa dele provém das mãos de um único homem, Lucas, o médico amado, que foi um descritor dos feitos de Paulo de Tarso em parte das suas viagens. Outra parte importante provém do próprio Paulo. Assim, nada menos que 12 apóstolos originais e outros tantos escolhidos depois ficam à margem da narrativa do NT. Um deles, especialmente significativo a ponto de incomodar Paulo, é Simão Pedro.
Além dos nomeados por Jesus - André (irmão de Simão Pedro), Natanael Bartolomeu, Tiago filho de Alfeu, Tiago Boanerges, João Boanerges, Judas Iscariotes, Judas Tadeu, Mateus Levi, Simão Pedro, Filipe, Simão Zelote, Dídimo Tomé - certamente participaram da construção do Cristianismo os apóstolos posteriores Matias e Paulo de Tarso, além de muitos outros escolhidos ou auto-nomeados pregadores, que percorreram as terras próximas ao Mediterrâneo e fundaram as 1as comunidades Cristãs. Segue abaixo uma lista de alguns personagens importantes citados no NT:
GRANDES MUDANÇAS
Com a destruição de Jerusalém em 70 d.C. e um verdadeiro genocídio dos Judeus pelas legiões Romanas, o Judaísmo e o Cristianismo entram em uma nova era, em que o culto a Deus baseado num local físico se torna sem sentido. Na Bíblia, entretanto, temos a nítida impressão de que o Templo está lá, para que todos o vejam. Afinal, Jesus freqüentava o Templo e vários dos seus ensinos são dados ao redor desse. E todos os livros do Novo Testamento foram escritos antes da queda de Jerusalém, tratando a Cidade Sagrada com a certeza de que as gerações futuras também apresentariam seus sacrifícios e tributos ali, em meio a Saduceus e Fariseus. Por exemplo, Barnabé (ver tabela acima) escreve na carta aos Hebreus:
Todo sumo sacerdote é escolhido dentre os homens e designado para representá-los em questões relacionadas com Deus e apresentar ofertas e sacrifícios pelos pecados. Ele é capaz de se compadecer dos que não têm conhecimento e se desviam, visto que ele próprio está sujeito à fraqueza. Por isso ele precisa oferecer sacrifícios por seus próprios pecados, bem como pelos pecados do povo. (Hebreus 5.1-3)
Em suas visões sobre o final dos tempos, João também se refere a testemunhas de Deus colocadas no Templo:
Deram-me um caniço semelhante a uma vara de medir, e me foi dito: "Vá e meça o templo de Deus e o altar, e conte os adoradores que lá estiverem. Exclua, porém, o pátio exterior; não o meça, pois ele foi dado aos gentios. Eles pisarão a cidade santa durante 42 meses. ... Quando eles tiverem terminado o seu testemunho, a besta que vem do Abismo os atacará. E irá vencê-los e matá-los. (Apocalipse 11.1-7)
Evidentemente, João não pôde prever que em poucos anos o Templo não passaria de alguns muros e pedras espalhadas. Mesmo a cidade, arruinada e incendiada, não seria habitada por muito tempo, embora João siga anunciando um terremoto que destruiria 1/10 de Jerusalém e mataria 7000 pessoas. Na verdade, a cidade foi arruinada e mais de 1 milhão morreram. Por causa dessas previsões de João, muitos acreditam na necessidade de que Jerusalém e o Templo sejam reconstruídos antes do retorno prometido de Jesus.
Uma vez que não podemos contar com o Novo Testamento para falar de eventos após 66 d.C. (quando as guerras libertárias na Judéia começaram), fica evidente a necessidade de outras fontes, históricas ou ligadas aos cultos da época.
DA JUDÉIA PARA O MUNDO
Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. (Mateus 28.19,20) … Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. (Marcos 16.15,16) … e em Seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. (Lucas 24.46,47) ... e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra". (Atos 1.7,8)
Esse mandamento de Jesus registrado por Mateus, [João] Marcos e Lucas foi a 1ª força motriz do Cristianismo, comandando pregações fervorosas como a de Estevão diante do Sinédrio. Posteriormente, Lucas conta sobre a união de Paulo ao grupo, recebendo sua missão através de um Cristão chamado Ananias:
Mas o Senhor disse a Ananias: "Vá! Este homem é meu instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e seus reis, e perante o povo de Israel. Mostrarei a ele o quanto deve sofrer pelo meu nome". (Atos 9.15,16)
Claro, Paulo também fala sobre receber todo seu conhecimento por visões e revelações diretamente a partir de Jesus, ao invés do ensino por outros apóstolos.
Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo. (Gálatas 1.11,12)
Assim, de uma forma bem diferente, Paulo veio a compor com os outros apóstolos um grupo de testemunhas em 1ª mão da pregação de Jesus. Esse grupo parecia ir bem além dos 12 apóstolos, pois as cartas que testemunham o início do Cristianismo são assinadas por vários nomes. Mateus Levi, João Boanerges, Tiago filho de Alfeu, Tiago Boanerges (2º mártir), Judas Tadeu e Pedro estavam entre os doze (Mateus 10.2-4, Marcos 3.16-19, Lucas 6.14-16, Atos 1.13). João Marcos e Lucas, outros evangelistas, não estavam. Estevão (1º mártir) não estava. Paulo evidentemente não estava, e podemos dizer o mesmo de Barnabé, Silas, Timóteo, Teófilo e várias figuras importantes na difusão do Cristianismo. Contudo, a riqueza de informações que trazem em seus escritos revela que foram testemunhas oculares de Jesus ou participaram do círculo dos 1os apóstolos.
A perseguição dos Judeus sem dúvida foi um fator importante para que os apóstolos (literalmente: mensageiros) deixassem a Judéia. As guerras na Galiléia e na Judéia foram outro fator importante, mas com um resultado surpreendente: uma vez afastadas as autoridades judaicas, os principais inimigos dos Cristãos perderam a capacidade de persegui-los. Era importante distinguir-se dos Judeus (pois passaram a ser mal vistos dentro do Império), além de arrebanhar membros de culturas tão distintas como os Gregos, Cartagineses e até Romanos. Em especial, podemos citar a presença de muitos Cristãos em Roma durante a perseguição de Nero e a recorrência de um centurião Romano a Jesus (Lucas 7.2-5) como uma evidências de que os Romanos não repudiavam o Cristianismo.
NAS ENTRANHAS DO IMPÉRIO
O Cristianismo também desejava Roma. Em Atos dos Apóstolos, Lucas se torna um autor principal do que seria o material de leitura nas 1as igrejas. Ele conta a conversão milagrosa de Saulo-Paulo (nomeado em homenagem ao rei Saul) no caminho para Damasco e ressalta a importância de Paulo para a evangelização dos gentios. Em seu texto, Paulo é cidadão romano e faz incríveis viagens para toda a costa do Mediterrâneo, chegando mesmo a naufragar próximo à ilha de Creta (Atos 27.13-15). Numa dessas viagens, Paulo e Silas foram açoitados por interferirem com os negócios de um casal em Tiatira, na Turquia (Atos 16.19-24). Em especial, Lucas usa bastante o pronome “nós” a partir de Trôade, no sul do Estreito de Dardanelos, enquanto usa muito “eles” antes disso.
Paulo e seus companheiros viajaram pela região da Frígia e da Galácia … Quando chegaram à fronteira da Mísia, tentaram entrar na Bitínia ... Então, contornaram a Mísia e desceram a Trôade. (Atos 16.6-8)
Durante a noite Paulo teve uma visão ... Depois que Paulo teve essa visão, preparamo-nos imediatamente para partir para a Macedônia, concluindo que Deus nos tinha chamado para lhes pregar o evangelho. (Atos 16.9,10)
Dessa forma, podemos supor que Lucas se juntou a Paulo, Silas e Timóteo no meio da 2ª viagem missionária. O uso do pronome “nós” cessa em Tessalônica, logo depois, de forma que Lucas teria seguido para outro destino. Esse detalhe é importante porque as viagens missionárias, segundo o relato de Paulo, são um pouco diferentes. O Paulo-segundo Paulo não afirma ser cidadão Romano, foi açoitado 5 vezes, golpeado com varas 3 vezes, foi apedrejado, naufragou 3 vezes e até passou 1 dia e 1 noite em alto mar, além de um ter passado um enorme tempo em prisões (2ª Coríntios 11.24-27). Esse tratamento faz mesmo pensar que Paulo não dispunha dos direitos de cidadão Romano, ou esse título valia muito pouco, ao contrário do que Lucas conta. De fato, Lucas insere Paulo dentro da burocracia Romana e torna suas viagens por terras romanas atreladas às leis, simpáticas ao Império. O próprio Paulo não expressa esse legalismo, nem ao menos cita sua conversão miraculosa em Damasco. Paulo teve alguns grandes companheiros, entre eles Lucas, João Marcos e Timóteo, com quem passou seu final de vida em Roma (Paulo morreu em ~ 64 d.C.) (2ª Timóteo 4.9-12). O contato entre Lucas e Paulo pode ter levado o primeiro a confabular muitas coisas, preenchendo algumas lacunas em sua pesquisa histórica. Isso não seria surpreendente, pois o texto de Atos só teve sua forma escrita uns 20 anos depois dos acontecimentos. O interessante, porém, é o fato de Lucas “romanizar” Paulo, como se esperasse torná-lo agradável para leitores do Império, especialmente num tempo de perseguição aos Judeus. A história mostra que ele teve sucesso nisso.
Lucas nos conta que a pregação de Paulo começou em Damasco, capital da Síria (~ 35 d.C.). Os grupos Cristãos que então se estabeleceram (e Paulo repetidamente usa a palavra “igreja” em suas cartas, como se referindo a um grupo de pessoas) eram baseados nos ensinamentos in loco de apóstolos e pregadores itinerantes, como o próprio Paulo. Como nenhum outro, Paulo fez largo uso de cartas como material literário para as igrejas, que não tinham sequer o Novo Testamento à mão. Muitas, por isso mesmo, faziam uso da Torá judaica, o que era uma afronta aos Judeus e um risco imediato quanto ao Império. Na ausência dos líderes, os grupos organizavam a si mesmos e, inevitavelmente, incluíam nos seus rituais práticas gregas, romanas, etc que Paulo se esforçou bastante para eliminar. Uma das 1as igrejas organizadas que Paulo fundou parecer ter sido Corinto (~ 53 d.C.), seguindo-se Roma (~ 56 d.C.), onde ele produziu o grupo de Cristãos que mais tarde seria acusado por Nero de incendiar a cidade (64 d.C.).
Uma mudança crítica quanto ao Judaísmo provavelmente foi a autoridade dada a mulheres (Romanos 16.1,2), embora a herança persa que Paulo aprendeu em Tarso o atrelasse a uma série de normas de vestimenta (1ª Coríntios 11.5,6). Outra mudança drástica foi a abolição das restrições alimentares dos Judeus, como parte do distanciamento entre Paulo/Jesus e os Fariseus (Romanos 14.3).
Jesus chamou novamente a multidão para junto de si e disse: "Ouçam-me todos e entendam isto: não há nada fora do homem que, nele entrando, possa torná-lo ‘impuro’. Pelo contrário, o que sai do homem é que o torna ‘impuro’. (Marcos 7.14,15)
Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: Não toques, não proves, não manuseies? As coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens, as quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne. (Colossenses 2.20-23)
PEDRO, PAULO E OUTRAS DIVERGÊNCIAS
Mesmo entre os pregadores itinerantes, ou apóstolos, não havia tanta unidade de entendimentos e, não raro, eles disputavam entre si pelas idéias do Cristianismo. Devemos lembrar que, nesse momento histórico, alguns deles haviam andado com Jesus. Outros não. Outros muitos ainda traziam visões e revelações diversas sobre Jesus, o Reino de Deus e o final dos tempos. A necessidade de liderança fazia com que os grupos Cristãos rapidamente tornassem em autoridade quem lhes falava, e não raro essas comunidades eram exploradas por alguns pregadores, pois o sustento deles era assegurado pelos dízimos dos fiéis. Como o Judaísmo condenava a ociosidade, Paulo adota uma posição política de trabalhar pelo seu sustento enquanto permanece nas comunidades, embora defendesse o sustendo dos líderes.
Depois disso Paulo saiu de Atenas e foi para Corinto. Ali, encontrou um judeu chamado Áqüila, natural do Ponto, que havia chegado recentemente da Itália com Priscila, sua mulher, pois Cláudio havia ordenado que todos os judeus saíssem de Roma. Paulo foi vê-los e, uma vez que tinham a mesma profissão, ficou morando e trabalhando com eles, pois eram fabricantes de tendas. (Atos 18.1-3)
Se alguma mulher crente tem viúvas em sua família, deve ajudá-las. Não seja a igreja sobrecarregada com elas, a fim de que as viúvas realmente necessitadas sejam auxiliadas. Os presbíteros que lideram bem a igreja são dignos de dupla honra ... Não aceite acusação contra um presbítero, se não for apoiada por duas ou três testemunhas. Os que pecarem deverão ser repreendidos em público, para que os demais também temam. (1ª Timóteo 5.16-20)
Talvez o 1º “Concílio” dos Cristãos tenha ocorrido em Antióquia da Síria. Essa cidade e sua irmã, Antióquia da Psídia (Turquia) foram construídas nos tempos do domínio grego (sécs 3 a 1 a.C.) em homenagem ao rei Antíoco I, um dos generais de Alexandre. Paulo usou ambas as cidades como pontos estratégicos em todas as suas viagens, sugerindo a existência de fortes grupos Cristãos ali. Sendo ambas fora da Judéia, novamente vemos o apelo que o Cristianismo tinha para os gentios, isto é, os não-Judeus e portanto não merecedores da graça divina.
A aderência dos moradores de Antióquia da Síria ao Cristianismo chegou mesmo a levantar suspeitas por parte dos apóstolos em Jerusalém.
Os que tinham sido dispersos por causa da perseguição desencadeada com a morte de Estêvão chegaram até à Fenícia, Chipre e Antioquia, anunciando a mensagem apenas aos judeus. ... Notícias desse fato chegaram aos ouvidos da igreja em Jerusalém, e eles enviaram Barnabé a Antioquia … Então Barnabé foi a Tarso procurar Saulo e, quando o encontrou, levou-o para Antioquia. Assim, durante um ano inteiro Barnabé e Saulo se reuniram com a igreja e ensinaram a muitos. Em Antioquia, os discípulos foram pela primeira vez chamados cristãos. Naqueles dias alguns profetas desceram de Jerusalém para Antioquia. (Atos 11.19-27)
Barnabé foi a Antióquia da Síria como uma espécie de “avaliador” e, tendo ficado bem impressionado, buscou seu mestre Paulo. Nenhuma carta de Paulo ou de Barnabé (os mais instruídos dentre os apóstolos) foi endereçada a Antióquia, de modo que essa comunidade devia contar com sua total aprovação. A igreja de Antióquia foi escolhida como abrigo/palco da famosa disputa entre Paulo (que defendia o abandono das práticas judaicas) e Pedro (que defendia as regras da Torá e uma conversão ao Judaísmo antes da conversão ao Cristianismo). Pedro havia andado muito próximo de Jesus e, assim, gozava de imenso respeito por parte dos Cristãos, andando em geral na companhia de João (Atos 4.7). Essa dupla foi fundamental para fundar comunidades Cristãs na Judéia, Galiléia e Síria (Atos 9:32-43).
Após seus embates, Pedro e Paulo acabaram ambos executados em Roma, entre 64 e 68 d.C., acusados do mesmo grande incêndio. Apesar da contemporaneidade, Paulo não cita a morte de Pedro em suas cartas, o que faz supor que Pedro morreu algum tempo depois dele. De fato, a última aparição de Pedro no Novo Testamento se dá em Jerusalém, na casa de João Marcos (Atos 12.12-17), durante o reinado de Herodes Agrippa (41 - 44 d.C.). Lucas não seguiu Pedro em suas andanças e, na falta de cartas como as produzidas por Paulo, pouco sabemos do destino desse apóstolo.
O historiador Tertuliano de Cartago (160 - 220 d.C.) nos deixou escrito que Paulo foi decapitado e Pedro crucificado, ambos por ordens de Nero. Paulo foi enterrado em Roma, na tumba de uma nobre Cristã, Matrona Lucilla. A morte de Pedro é descrita em detalhe no livro apócrifo Atos de Pedro. Clemente de Alexandria (150 - 215 d.C.) deixou anotado que Pedro pregou em Roma. Eusébio de Cesaréia (263 - 339 d.C.) aponta que Pedro e Paulo foram enterrados entre a montanha do Vaticano e a cidade de Óstia. O Liber Pontificialis, um livro com documentos sobre os papas Cristãos mantido até o séc. 9 traz também o detalhe de que Pedro foi crucificado no Vaticano, perto de um lugar chamado Arco do Triunfo, em 29 de junho do 38º ano após a morte de Jesus. Assim, enquanto as cartas de Paulo nos asseguram que seu destino final foi uma prisão em Roma, documentos não canônicos nos revelam que Pedro também morreu lá. A igreja de Roma seria uma peça fundamental no crescimento do Cristianismo após o 1º século...
De fato, o imperador Constantino (272 - 337 d.C.), 1º rei Cristão, mandou construir basílicas em locais sagrados e um desses foi a montanha do Vaticano. Em 1939, quando o papa Pio XI pediu para ser enterrado próximo a Pedro, uma escavação sob o altar da basílica encontrou um antigo cemitério romano soterrado, com criptas bem conservadas e um muro vermelho central do séc. 1, que servia de ossário, onde se lia “Pedro está aqui”. No meio de muitas orações riscadas na pedra, como é comum nos túmulos de mártires, havia os ossos de um homem velho (60-70 anos), com marcas típicas dos trabalhadores braçais, envolto nos restos de um fino tecido violeta com fios de ouro.
COMEÇO DE UMA LONGA HISTÓRIA
Até o final do séc. 1, os apóstolos haviam disseminado comunidades Cristãs em toda volta do Mediterrâneo e seguindo ao Oriente até a Turquia, próximo à fronteira com os Persas. Até o final do séc. 2, entre os principais polos de difusão estavam Antióquia da Síria e Alexandria, no Egito. João Marcos morreu em Alexandria (68 d.C.), onde foi o fundador da igreja Copta. De lá, no séc. 4, partiram os missionários para evangelizar as tribos Germânicas e Bretãs no norte da Europa. No séc. 5, quando o Alcorão foi escrito e o Islã unificou os povos Persas, Jesus era amplamente citado como o último profeta antes de Maomé.
Apesar dos embates com governantes terem levado à execução todos os apóstolos (talvez exceto João), a aceitação da nova religião pelos povos mais variados foi grande. Talvez nenhum dos apóstolos tenha ido tão longe como Tomé, famoso por duvidar da aparição de Jesus ressuscitado. Seguindo mais ou menos a rota feita por Alexandre em suas campanhas militares, Tomé parece ter navegado até a cidade de Parur, estado de Kerala, na costa da Índia. Ele é apontado como o responsável pela conversão dos brâmanes e fundador das 7 primeiras igrejas Cristãs ali, uma das quais preserva alguns fragmentos de osso como prova da sua passagem entre eles.
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ACHADOS NAS CATACUMBAS
Amazing Bible Timeline with World History, When and how did the Twelve Apostles die?
Blue letter bible, Chronology of Acts and the Epistles
Bortolini, Pe. José, Introdução a Paulo e suas cartas, ed. Paulus
Dating the New Testament, The Roman-Jewish war and the destruction of Jerusalem
Edgecomb KP, Chronology of Paul's letters, 2005
Guarducci M, Tomba di Pietro: verità o mito?, 2000
http://www.christianshepherd.org - The apostle Paul's companions
Saint Peter - wikipedia
Tudhunter A, In the footsteps of the apostles, National Geographic Magazine, mar 2012Blue letter bible, Chronology of Acts and the Epistles
Bortolini, Pe. José, Introdução a Paulo e suas cartas, ed. Paulus
Dating the New Testament, The Roman-Jewish war and the destruction of Jerusalem
Edgecomb KP, Chronology of Paul's letters, 2005
Guarducci M, Tomba di Pietro: verità o mito?, 2000
http://www.christianshepherd.org - The apostle Paul's companions
Saint Peter - wikipedia
Valsecchi MC, St. Paul's tomb unearthed in Rome, nov 2006, National Geographic News
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